sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Quem são os ministros já confirmados do governo Bolsonaro

Lista tem generais, deputados federais, advogados, economista, ex-juiz, astronauta, diplomata e servidor; presidente quer reduzir pastas de 29 para 17

Após um pouco mais de duas semanas do resultado das eleições, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirmou alguns nomes que assumirão ministérios em seu governo, a partir de 1º de janeiro de 2019. Ele disse que pretende anunciar até o dia 12 de dezembro o seu gabinete ministerial completo e que a ideia é colocar pessoas técnicas nos cargos de primeiro escalão. Alguns escolhidos atuam diretamente no governo de transição.
Ele também prometeu reduzir o número de ministérios de 29 para 17, extinguindo pastas e fundindo outras. Durante a sua campanha presidencial, três nomes já eram sondados para liderar ministérios em um possível governo seu: o deputado Onyx Lorenzoni, o general Augusto Heleno e o economista Paulo Guedes.
Nesta quarta-feira, 21, Bolsonaro confirmou seu décimo segundo ministro, Gustavo Bebianno, como o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Veja os ministros já indicados por Bolsonaro:


Onyx Lorenzoni (Casa Civil)

 Onyx Lorenzoni será ministro extraordinário para a transição e futuro chefe da Casa Civil
Onyx Lorenzoni será ministro extraordinário para a transição e futuro chefe da Casa Civil (Valter Campanato/Agência Brasil)
Em seu quarto mandato como deputado federal, o veterinário Onyx Lorenzoni (DEM-RS) será o braço-direito de Bolsonaro, ocupando o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, responsável pela supervisão das demais pastas e pela articulação política com o Legislativo. Com 64 anos, ele foi o segundo candidato à Câmara dos Deputados mais votado no Rio Grande do Sul. Onyx tem sido uma das vozes mais atuantes na transição, nomeado ministro extraordinário
O futuro chefe da Casa Civil foi o principal articulador de Bolsonaro junto ao Congresso durante a campanha presidencial e deve ser o encarregado de formar a base aliada do futuro governo. Ele foi citado em deleção premiada da JBS e admitiu ter recebido 100.000 reais da empresa por meio de caixa dois em 2014.

Paulo Guedes (Economia)

 Paulo Guedes deverá comandar um superministério da Economia a partir de 2019
Paulo Guedes deverá comandar um superministério da Economia a partir de 2019 (Daniel Ramalho/AFP)
O economista Paulo Guedes, 68 anos, foi escolhido para comandar o superministério da Economia, que, no governo Bolsonaro, reunirá Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Durante a campanha eleitoral, ele foi chamado de”Posto Ipiranga” pelo então presidenciável – uma referência à propaganda do posto de combustíveis em que todas as respostas são encontradas no local. O futuro ministro, mestre e Ph.D pela Universidade de Chicago, é um defensor do liberalismo econômico e da menor participação possível do Estado na economia.

Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública)

Sergio Moro em entrevista ao Fantástico Sergio Moro, conhecido pela Operação Lava Jato, comandará Ministério da Justiça e Segurança Pública
Sergio Moro, conhecido pela Operação Lava Jato, comandará Ministério da Justiça e Segurança Pública (Reprodução/TV Globo)
Ex-juiz federal, Sergio Moro, assumirá o Ministério da Justiça incorporando a atual pasta da Segurança Pública e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que hoje é ligado ao Ministério da Fazenda. Ele será responsável pela Polícia Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros. Graduado em direito pela Universidade Estadual de Maringá, é mestre e doutor pela Universidade Federal do Paraná.
Moro ganhou notoriedade ao condenar à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. O ex-juiz formalizou o seu pedido de exoneração concedido pelo presidente do TRF-4 Thompson Flores.

Tereza Cristina (Agricultura)

 A deputada federal Tereza Cristina, líder da bancada ruralista na Câmara e futura ministra da Agricultura
A deputada federal Tereza Cristina, líder da bancada ruralista na Câmara e futura ministra da Agricultura (Adriano Machado/Reuters)
Deputada federal, Tereza Cristina (DEM-MS) foi indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA para o cargo de ministra da Agricultura. Ela é formada em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e é a atual líder da bancada ruralista no Congresso Nacional. Em Mato Grosso do Sul, foi secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo entre 2007 e 2014, nos governos de André Puccinelli (MDB). Também é a primeira mulher a ser nomeada em um cargo de alto escalão no governo de Bolsonaro.

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)

 Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, será ministro de Ciência e Tecnologia
Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, será ministro de Ciência e Tecnologia (//Divulgação)
Marcos Pontes (PSL), o primeiro astronauta brasileiro e sul-americano a ir ao espaço, foi tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB). Suplente do senador Major Olímpio (PSL), foi escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a pasta da Ciência e Tecnologia. Graduado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Pontes já foi embaixador das Nações Unidas para o desenvolvimento industrial.

General Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)

 O general Augusto Heleno, oficial da reserva, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional
O general Augusto Heleno, oficial da reserva, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress)
Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRB), oficial da reserva, 71 anos, mesmo cotado para ser ministro da Defesa, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (CGI) pela proximidade ao presidente eleito. Heleno foi comandante militar da Amazônia, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia e é um dos nomes de confiança da equipe de Bolsonaro. As principais funções do futuro ministro do CGI serão zelar pela segurança pessoal do presidente da República e pelo setor de inteligência, além de prevenir crises governamentais. 

General Fernando Azevedo e Silva (Defesa)

 O general da reserva Fernando Azevedo e Silva, assessor do ministro Dias Toffoli, presidente do STF
O general da reserva Fernando Azevedo e Silva, assessor do ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Mauro Pimentel/Folhapress)
Fernando Azevedo e Silva foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandará o Ministério da Defesa. Desde setembro, Silva ocupa o cargo de assessor especial do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O general da reserva tem uma extenso currículo dentro das Forças Armadas, incluindo o cargo de comandante militar do Leste e a liderança de tropas em missão no Haiti. Também foi chefe da Autoridade Pública Olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, indicado pela então presidente Dilma Rousseff (PT).  Formou-se pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1976, um ano antes do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Ernesto Araújo (Relações Exteriores)

 Ernesto Araújo, de 51 anos, é diplomata
Ernesto Araújo, de 51 anos, é diplomata (//Divulgação)
Ernesto Henrique Fraga Araújo foi anunciado na quarta-feira, 14, como ministro das Relações Exteriores. O diplomata atua neste momento como diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty e, apesar de ter alcançado a posição de embaixador (ministro de primeira classe) na hierarquia do ministério, jamais conduziu uma embaixada brasileira. Durante a campanha eleitoral, Araújo defendeu abertamente a candidatura de Bolsonaro por meio de um blog na internet, no qual chamou o PT de “partido terrorista”.

Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)

 Wagner Rosário assumiu ministério no governo Temer
Wagner Rosário assumiu ministério no governo Temer (José Cruz/Agência Brasil)
Já no comando da pasta no governo de Michel Temer, Wagner Rosário será mantido na próxima gestão. Natural de Juiz de Fora (MG), tornou-se o primeiro servidor de carreira da CGU a assumir o cargo de secretário-executivo e ministro. Rosário é auditor fiscal, mas é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras e foi oficial do Exército. Também é mestre em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha.

Luiz Henrique Mandetta (Saúde)

 Deputado federal Luiz Henrique Mandetta
Deputado federal Luiz Henrique Mandetta (Facebook/Reprodução)
Deputado federal (DEM-MS) e médico ortopedista, Luiz Henrique Mandettacomandará a pasta da saúde no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ex-secretário da Saúde de Campo Grande, responde a um inquérito aberto enquanto estava no cargo. Ele é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico.  Pesou na indicação, entretanto, o apoio de membros do setor.

André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União)

 André Luiz de Almeida Mendonça é advogado e futuro advogado-geral da União
André Luiz de Almeida Mendonça é advogado e futuro advogado-geral da União (Universidade de Salamanca/Reprodução)
Funcionário de carreira do órgão que irá comandar a partir de 2019, André Luiz de Almeida Mendonça é atualmente assessor especial da Controladoria-Geral da União. Formado pela Faculdade de Direito de Bauru, Mendonça foi diretor de Departamento de Patrimônio e Probidade Administrativa da Procuradoria-Geral da União. Em 2011, ele recebeu o prêmio especial do Innovare pela idealização dentro da AGU de um grupo de combate à corrupção. O advogado é considerado técnico e respeitado por seu conhecimento em acordos de leniência. 

Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência da República)

 O advogado Gustavo Bebianno que assumirá Secretaria-Geral da Presidência
O advogado Gustavo Bebianno que assumirá Secretaria-Geral da Presidência (Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress)
O advogado Gustavo Bebianno assumirá a Secretaria-Geral da Presidência da República, e terá sob seu comando a Secretaria de Comunicação de Comunicação (Secom) e o Programa de Parceria e Investimento (PPI). O carioca de 54 anos foi o principal coordenador de campanha de Bolsonaro e presidiu o PSL até a eleição do capitão.

Ricardo Vélez Rodríguez (Educação)

 Ricardo Vélez Rodriguez
Ricardo Vélez Rodriguez (Google Plus/Reprodução)
O filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez foi escolhido como futuro ministro da Educação no dia 22 de novembro, um dia depois de Bolsonaro desistir da indicação de Mozart Neves Ramos por conta de pressões da bancada evangélica. Para os religiosos, Ramos seria muito “progressista” e não encamparia propostas como o Escola sem PartidoVélez é professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, se formou em Filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana em 1964, graduou-se em Teologia no Seminário Conciliar de Bogotá em 1967, concluiu o mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1974, e o doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho em 1982, informou Bolsonaro via Twitter. O futuro ministro também é autor de A Grande Mentira – Lula e o patrimonialismo petista, publicado em 2015 e é o primeiro estrangeiro confirmado no novo governo.

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