Nordeste brasileiro vive a pior seca dos últimos cem anos

Estiagem afeta 23 milhões de pessoas que vivem no semiárido nordestino. São 600 cidades em estado de emergência por causa da falta de água.










Desde 2012, os estados do nordeste brasileiro vivem o que já é considerada a pior seca dos últimos cem anos. O período de estiagem afeta a vida de 23 milhões de pessoas que vivem no semiárido nordestino. São 600 mil animais perdidos só em Pernambuco e mais de 600 cidades em estado de emergência por causa da falta de água.
PREP_ Na zona rural de Petrolina, a repórter Danielle Zampollo acompanhou a jornada de sete horas de Jusci Cleide em busca de água (Foto: TV Globo)Na zona rural de Petrolina, Jusci Cleide anda por
sete horas em busca de água
8km de caminhada por água
Jusci Cleide dos Santos mora em um sítio de Petrolina, em Pernambuco, onde o caminhão pipa não consegue chegar pela estrada de areia. Ela anda por 8km a cada dois dias para buscar água direto do rio São Francisco. São sete horas de caminhada.“Ô meu Deus, bota uma nuvem nesse céu”, reza ela no caminho.  Há quatro anos, Jusci vive no sítio com o marido e quatro filhos. Eles vivem da venda de carvão e dos R$220 que recebem do Bolsa Família.
PREP_ Animais mortos por caus ada seca no Nordeste (Foto: TV Globo)Animais mortos por causa da seca no Nordeste
“Gado aqui nessa região virou canibal”
Por conta da seca, os animais do sitiante Manoel Ferreira estão magros, quase morrendo. Ainda assim, ele tenta vender dois bois em Tabira, interior de Pernambuco, na segunda maior feira de animais do estado. “Eu não tenho o que dar de comer aos bichos. Tem gente que deixa, mas eu não deixo morrer, não”, relata Manoel. Depois de cinco horas tentando vender os animais, ele consegue um comprador. Mas ele não pretende ficar com os bois. “(Vou) trocar eles. Porque o dono mesmo vai trocar nos miudinhos. Trocar os grandes por uns pequenos porque come menos. Gado aqui nessa região virou canibal. É vendendo um para dar de comer aos outros.”
PREP_ . Por conta da seca, os animais do sitiante Manoel Ferreira estão magros, quase morrendo (Foto: TV Globo)Por conta da seca, os animais do sitiante Manoel
Ferreira estão magros, quase morrendo
Montadas, cidade de 5 mil habitantes do agreste da Paraíba, vive uma situação de colapso. A água é distribuída gratuitamente três vezes por semana pelo exército em um programa antigo do governo federal no combate à seca. Há quatro anos a água não chega na cidade. Mas há quem lucre. César Costa, vendedor de água, vende o tambor de mil litros por R$ 40 e o de 250 litros por R$ 10. Ele ganha R$ 12 mil por mês. Se voltar a chover, César perde a renda. “Aí eu procuro outro meio de vida. Estou torcendo para que chova. Para Deus mandar água para todo mundo.”
PREP_ O repórter Estevan Muniz com o sanfoneiro Nô da Lagoa (Foto: TV Globo)O repórter Estevan Muniz com o sanfoneiro Nô da
Lagoa







Água do rio São Francisco não sai da promessa
A água da transposição do rio São Francisco chega a Monteiro, na Paraíba, com festa por parte dos habitantes da região. A água viaja 217km de Pernambuco até Monteiro, onde vai ser liberada para o rio Paraíba, que cruza o estado e abastece 30 cidades. Mas, cinco dias depois da liberação da água, o abastecimento nas casas ainda é irregular. A Companhia de Água e Esgoto da cidade informou que faltam equipamentos que façam o bombeamento necessário para a água chegar ás torneiras das casas. O sanfoneiro Nô da Lagoa não teve água nem por três horas durante o dia depois de dois meses de espera. “Achei que eu fosse sair do balde. Mas vou sair, se Deus quiser.”
PREP_ A repórter Eliane Scardovelli registra a seca em Tabira, interior de Pernambuco (Foto: TV Globo)A repórter Eliane Scardovelli registra a seca em Tabira, interior de Pernambuco
PREP_ Na zona rural de Petrolina, a repórter Danielle Zampollo acompanhou a jornada de sete horas de Jusci Cleide em busca de água (Foto: TV Globo)Na zona rural de Petrolina, a repórter Danielle Zampollo acompanhou a jornada de sete horas de Jusci Cleide em busca de água (Foto: TV Globo)
PREP_ Transposição do rio São Francisco é esperança para acabar com a seca (Foto: TV Globo)Transposição do rio São Francisco é esperança para acabar com a secaProfissão Repórter (G1.com)Estive lendo alguns comentários publicados no Site, logo abaixo desta matéria e, confesso com certa tristeza que percebi o quanto essas opiniões dos leitores/internautas fazem sentido, quando "correlacionam" a seca Nordestina às ações dos políticos que (não) representaram, nem representam esta Região como deveriam. A política do pretérito, infelizmente, se repete e se mantem no presente, apenas ocorreram algumas mudanças, em parte uma nova maneira "oficial" de manter o povo na dependência, ou seja, manter o voto de "cabresto" de grande parte da população... 

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