Zelotes: Ministério Público diz que investigação contra Lula deve continuar


PF informou Justiça sobre 2º inquérito que envolve ex-presidente e mais quatro ex-ministros

Lula é investigado pela PF num segundo inquérito da ZelotesHeinrich Aikawa/20.01.2016/Instituto Lula

O MPF (Ministério Público Federal) se manifestou nesta sexta-feira (5) contra o pedido, feito pela defesa dos réus, de trancamento do segundo inquérito daOperação Zelotes.
Em documento entregue à Justiça Federal, o MPF alega que o segundo inquérito tem o objetivo de aprofundar as investigações já iniciadas.
O segundo inquérito, diz o MPF, tem “proximidade, continuidade até, mas não repetição” em relação ao primeiro.
Advogados de réus argumentam que a segunda investigação da PF (Polícia Federal) seria um “inquérito paralelo”.
“Nós tomamos ciência de que o próprio delegado instaurou um novo inquérito, sobre os mesmos fatos, para investigar não só outras pessoas, mas as mesmas pessoas que foram denunciadas”, disse o advogado Roberto Podval, que defende dois réus da Zelotes.
— Não é possível que tenhamos uma investigação andando em paralelo ao processo-crime.
Na última quinta-feira (4), o delegado da PF Marlon Cajado, responsável pelas investigações da Zelotes, enviou ofício à Justiça Federal informando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quatro ex-ministros de Estado estão sendo investigados no segundo inquérito.
No ofício, Cajado diz que Lula e os outros citados são investigados por suposta participação no esquema.
Segundo o delegado, apura-se também se integrantes da organização criminosa usaram o nome das autoridades indevidamente e se houve participação deles no esquema.
— [O segundo inquérito] tenta alcançar a verdade real sobre os fatos apurados, isto é, se outros servidores públicos foram de fato corrompidos e estariam associados a essa organização criminosa, ou se estariam 'vendendo fumaça' vitimando-os e praticando o tráfico de influência com relação aos mesmos [o ex-presidente e o ex-ministro].
Além do ex-presidente, a PF está investigando os ex-ministros Nelson Machado (Planejamento e Previdência), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Erenice Guerra (Casa Civil da Presidência da República) e o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique Oliveira.
A Zelotes investiga a manipulação de julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), do Ministério da Fazenda, e denúncias de compra de três medidas provisórias por um esquema de lobby a serviço do setor automotivo.
De acordo o oficio do delegado Marlon Cajado, não há nenhuma ilegalidade no segundo inquérito, instaurado para apurar suspeitas restantes da primeira ação.
Para o Ministério Púiblico Federal, a instauração do inquérito era necessária ao prosseguimento das investigações.
O MPF afasta a possibilidade de duplicidade de investigações, já que a instauração do segundo inquérito se deu de forma complementar.
R7

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