Preso na Lava Jato, Dirceu pede ao STF para não ser transferido para Curitiba


Condenado no mensalão, ex-ministro cumpre prisão domiciliar em Brasília e só pode viajar com aval do Supremo. Advogado quer que ele fique detido na capital federal.


Preso na Lava Jato, Dirceu pede ao STF para não ser transferido para Curitiba (Dirceu pede ao STF para ficar preso no DF (Dirceu pede ao STF para ficar preso no DF (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)))

A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pediu nesta segunda-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele permaneça em alguma unidade prisional em Brasília. Dirceu teve prisão preventiva decretada nesta manhã na 17ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
O juiz Sérgio Moro pediu ao STF que Dirceu seja transferido para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde estão os outros presos na operação. Dirceu é suspeito de ter idealizado o esquema de corrupção na estatal e de ter recebido propina para sua empresa de consultoria.
A defesa do ex-ministro do governo Lula encaminhou o pedido de permanência em Brasília ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais do processo do mensalão – no qual Dirceu foi condenado e ainda cumpre prisão domiciliar em sua casa na capital federal.
No pedido, a defesa alega que, desde que soube que era investigado, Dirceu se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. Para os advogados do ex-ministro, a exemplo de presos condenados, Dirceu poderia passar o tempo de prisão preventiva perto de familiares.
O advogado Roberto Podval, que defende Dirceu no caso, afirma que ele poderia ser interrogado em Brasília, ou que investigadores de Curitiba poderiam vir à capital para algum ato relacionado à prisão.
Mais cedo, Barroso disse que decidirá nesta segunda se autoriza a transferência de Dirceu para a cadeia da PF em Curitiba. (veja vídeo)

Segundo as investigações do Ministério Público Federal, o ex-ministro da Casa Civil participou da instituição do esquema de corrupção da Petrobras quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ministro "repetiu o esquema do mensalão", disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em entrevista em Curitiba. "Não é à toa que o ministro do Supremo disse que o DNA é o mesmo. Nós temos o DNA, realmente, de compra de apoio parlamentar – pelo Banco do Brasil, no caso do mensalão, como na Petrobras, no caso da Lava Jato."

Segundo ele, Dirceu foi “instituidor e beneficiário do esquema da Petrobras”, mesmo durante e após o julgamento do mensalão.

"José Dirceu recebia valores nesse esquema criminoso enquanto investigado no mensalão e enquanto foi preso. Seu irmão fazia o papel de ir até as empresas para pedir esses valores." O procurador afirmou que esta foi uma das razões que motivaram o novo pedido de prisão para Dirceu, que já cumpria prisão domiciliar por condenação no mensalão.

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