Palocci é suspeito de receber propina para atuar em favor da Odebrecht.
Ele e mais dois foram presos temporariamente na 35ª fase da Lava Jato.
O juiz federal Sérgio Moro converteu as prisões temporárias do ex-ministro Antônio Palocci e do ex-assessor dele Branislav Kontic, presos na 35ª fase da Operação Lava Jato, em preventivas. A prisão temporária de ambos venceu nesta sexta-feira (30) e diante desta decisão não há prazo para que deixem a prisão.
Moro não aceitou o argumento da defesa de que em período eleitoral não é possível fazer prisão preventiva. "Ocorre que os investigados Antônio Palocci Filho e Branislav Kontic já estão presos desde 26/09/2016. A decretação da preventiva na presente data apenas alterará o título prisional, sem alteração da situação de fato", explicou o juiz federal.
A defesa de Palocci lastimou a decisão, classificada por ela própria como "arbitrária", e disse que a conversão em prisão preventiva foi feita com base em "especulações sem qualquer argumento".(Veja mais abaixo a nota na íntegra).
Já ao ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio, também preso na mais recente etapa da operação, foi concedida a liberdade. Ele deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba por volta das 18h30 desta sexta-feira. Todavia, deverá entregar o passaporte e está proibido de deixar o país ou mudar de endereço, sem informar a Justiça.
Policci está preso na carceragem da PF em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)
Os três que tiveram a prisão convertida estão detidos na carceragem da PF. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, eles são suspeitos de agir em favor da empresa Odebrecht junto ao governo federal.
Moro argumentou que, se forem soltos, os investigados podem usar recursos ilíticitos para fugir do país. Ele destacou também que, segundo o MPF, computadores foram retirados da empresa de Palocci, o que indicaria tentativa de ocultar provas.
“Ademais, considerando a causa das prisões preventivas, entre elas a prova, em cognição sumária, de que os investigados Antônio Palocci Filho e Branislav Kontic teriam intermediado o pagamento subreptício de milhões de dólares e de reais para campanhas eleitorais, inclusive para o pagamento de publicitários em conta secreta no exterior, o propósito da lei, de evitar interferência indevida nas eleições e proteger a sua integridade, parece ser mais bem servido com a prisão cautelar do que com a liberdade dos investigados", disse Moro no despacho.
Moro classificou a prisão cautelar como "remédio amargo", mas afirmou ser melhor do que "a contaminação da democracia".
"Embora a prisão cautelar seja um remédio amargo, é melhor do que a contaminação da democracia pela corrupção sistêmica. Em um determinado nível, a corrupção coloca em risco a própria qualidade de democracia, com afetação das eleições livres e do regular funcionamento das instituições. Trata-se de um retrato de uma democracia vendida. É nesse contexto que deve ser compreendido o emprego, na forma da lei e ainda pontual, das prisões preventivas na assim denominada Operação Lava Jato", afirmou o magistrado.
O juiz também decretou o bloqueio de até R$ 128 milhões de Dourado e Branislav, mas os valores encontrados são menores do que os determinados.
Da mesma forma, a medida atingia as contas das empresas Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda e J&F Assessoria Ltda, que foram citadas nesta fase. Ainda segundo o juiz Sérgio Moro, a empresa de consultoria pertence a Palocci, e Juscelino Antônio Dourado é sócio da empresa J&F Assessoria Ltda.
Quando determinou o bloqueio, Moro afirmou que a determinação não impede a continuidade dos trabalhos das empresas, considerando que elas exerçam atividade econômica real.
A 35ª fase surgiu de uma planilha que foi apreendida na 23ª fase da Lava Jato, chamada de Acarajé, na qual foram presos o publicitário João Santana e sua mulher, Monica Moura, que fizeram campanhas eleitorais para o PT.
Em depoimento prestado na sede da PF, na quarta-feira (28), o ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio negou as acusações.
"Ele jamais recebeu qualquer valor em nome do Palocci ou de qualquer outro. Desde 2005, a atividade dele é eminentemente privada e não tem qualquer relação com políticos", disse o advogado Cristiano Maronna.
Na quinta (29), foram ouvidos Palocci e Branislav Kontic.
O ex-ministro negou que seja o "italiano", que é o apelido mencionado em documentos em documentos do suposto setor de propina da Odebrecht, segundo o advogado José Roberto Batochio.
Ele disse ainda que as conversas que mantinha com Marcelo Odebrecht eram institucionais. E também negou que tenha havido pedidos para aumentar a linha de crédito do BNDES para Angola, onde a Odebrecht tinha negócios.
Branislav respondeu todas as perguntas no depoimento e disse que é inocente, de acordo com o advogado Batochio.
Os agentes vão apurar obras suspeitas de irregularidades que foram citadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – departamento cuja finalidade era pagamento de propina, de acordo com a investigação.
Entre as obras estão o metrô de Ipanema, no Rio de Janeiro, Linha 4 do metrô de São Paulo, construções de presídios, penitenciárias e casas de custódia no Rio, obras do Porto de Laguna (SC), do Aeroporto Santos Dumont, do autódromo de Jacarepaguá e das piscinas olímpicas do Pan-Americano de 2007, também no Rio de Janeiro. (Veja a lista)
Nota de Antonio Palocci na íntegra
A defesa de Antonio Palocci e Branislav Kontic vem a público lastimar que, mais uma vez, seja praticada contra eles uma arbitrariedade em face da decretação de sua prisão preventiva. Tal decisão deu-se com base em especulações sem qualquer fundamento na realidade concreta dos fatos. Se não bastasse a falta de justificativas legais para a prisão preventiva, o artigo 236 do Código Eleitoral proíbe decisão que prive o cidadão do direito de liberdade no período eleitoral. A prisão provisória tem prazo definido em lei. Para prorrogá-la ou substituí-la por preventiva, é necessário novo decreto judicial, não se tratando de mera continuidade da prisão inicial.
Tem sido repetida com frequência a comparação indevida e absurda das prisões da Lava-Jato com a ditadura. Para quem se esqueceu, ou não sabe, naquela época as pessoas eram sequestradas pelas forças de segurança, respondiam a Inquérito Policial Militar sem direito a advogado, eram julgadas por tribunais militares, mesmo sendo civis, e por leis ditatoriais que suspendiam direitos como o habeas corpus.
Isso sem falar nos piores horrores, como a tortura e os assassinatos, muitas vezes seguidos de ocultação de cadáver. Corpos nunca foram devolvidos às famílias e ainda assombram o país, que não teve coragem de exigir as informações sobre as circunstâncias dos desaparecimentos. Isso não se parece, em nada, com as prisões da Lava-Jato. O juiz Sérgio Moro defende as prisões cautelares e medidas fortes, e antes que alguém de novo compare com a ditadura militar, é bom lembrar que ele está falando em usar todo o rigor que a lei democrática permite, e não a supressão dessas garantias constitucionais. O que os procuradores da Lava-Jato estão propondo são medidas que levaram ao Congresso, para que, se votadas, fechem as inúmeras brechas pelas quais foi se expandindo o sistema de desvio do dinheiro público.
O ministro Ricardo Lewandowski deseducou jovens quando disse a estudantes do Direito da USP que o impeachment foi um “tropeço na democracia”. Se ele estava convencido de que o país tropeçava na democracia, por que não disse em tempo? Por que Lewandowski aceitou presidir o julgamento final desse impeachment? E ainda tratou o problema como uma recorrência. “A cada 25, 30 anos, temos um tropeço na nossa História.” E acrescentou: “Lamentável. Quem sabe vocês jovens conseguem mudar o rumo da História.” Lamentável que o ex-presidente do Supremo se refira assim ao processo que comandou. O que o constrangeu a ficar por horas a fio, por dias seguidos, presidindo um julgamento, se achava que, naquele ato, o país tropeçava na democracia?
O Brasil teve momentos na sua República que nunca devem ser repetidos, como os dois períodos ditatoriais, que atropelaram a Constituição, as liberdades democráticas, o Direito. Mas esses passados não podem ser comparados ao momento do impeachment, evidentemente. Se o ministro Ricardo Lewandowski acha que a lei, a Constituição, o rito democrático não estão sendo respeitados, deve ser mais claro e não usar uma figura de linguagem que insinua mais do que explica o seu pensamento.
Outros têm sido mais explícitos, mas igualmente equivocados. Frequentemente, advogados, políticos, investigados e réus têm afirmado, para defender seus pontos de vista, que o país estaria voltando aos excessos da ditadura militar. Foi o que disse a defesa do ex-ministro Antonio Palocci no dia da sua prisão. Não há qualquer semelhança entre prisões com ordem judicial, confirmadas por instâncias superiores, com o que se viveu no regime militar. Os que fazem a comparação sabem que usam um velho trauma do país para manipular a opinião das pessoas. A ditadura militar provocou uma sequência tão terrível de atentados aos direitos e garantias individuais que o país tem horror de que tal barbárie ocorra novamente. Para usar esse temor, em seu favor, é que os atingidos pela investigação, e seus defensores, fazem a comparação descabida.
Poderia ser só retórica, exagero de linguagem, técnica de defesa, não fosse uma forma de deseducar o país que recuperou a democracia há apenas 31 anos. Se quem não viveu aquele tempo continuar sendo convencido de que são modelos equivalentes, o país estará banalizando o que foi a ditadura e estará enfraquecendo a democracia. Por que deveriam os brasileiros preservar esse regime se ele permite “golpe”, “tropeço”, “prisões arbitrárias”, “excessos só cometidos no regime militar”?
O mais perigoso desse erro é reduzir a confiança na democracia. Ela nos custou caro demais para que se aceite a leviandade de compará-la com o que o país viveu em época de terror do Estado contra os seus adversários políticos. É falsa, abusiva e absurda a comparação. O país vive o Estado de direito e nele combate o flagelo da corrupção. Não há tropeços, nem arbítrio.
TSE aprova envio de tropas federais para cidades da PB durante eleição
Envio para 12 cidades foi deferido na manhã desta quinta-feira (29).
Pedido foi julgado pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Do G1 PB
Tropas Federais estão garantidas para 11 cidades
(Foto: Reprodução/TV Paraíba)
O envio de tropas federais para 12 municípios da Paraíba foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã desta quinta-feira (29). O pedido foi julgado pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que defendeu o deferimento e foi seguido pela corte.
Porque a mim importa ver pessoas clamando por seus direitos:
*Direito à saúde com qualidade;
*Direito à educação eficiente, incluindo merenda de qualidade, bons profissionais, etc.
*Direito à moradias dignas, casas reformadas ou construídas para os que mais necessitam...
Porque a mim importa ver pessoas lamentando-se por não haverem conseguido o medicamento na UBS (Unidade Básica de Saúde) nem a marcação de exames ou consultas com profissionais de saúde específicos;
A mim importa ver pessoas lamentando:
*Por falta de assistência social em circunstâncias diversas...
*Pela falta de transporte público ou diante da precariedade do atendimento...
*Falta de incentivo e "apoio" ao esporte, à arte e cultura em geral...
*Pela falta de expectativas entre os jovens...
*Por falta de atenção ao público infanto juvenil, onde não existe sequer um espaço de lazer destinado às crianças.
A mim importa o ATRASO instalado há mais de uma década, onde jovens, pais e mães de famílias, a maioria (das famílias mais humildes) não tem nenhuma expectativa, não conseguem sozinhos encontrar meios para obter uma vida com mais qualidade e dignidade, sem depender de simples "cestas básicas" doadas pela administração. Pior: esses beneficiários precisam votar no partido da situação, caso contrário perdem o "benefício"!
A MIM IMPORTA (PRINCIPALMENTE E) TAMBÉM:
VER PESSOAS SENDO "MAL" ATENDIDAS, QUANDO MUITAS VEZES QUEM ATENDE NÃO APRENDEU UMA COISA NA VIDA, CHAMADA:
"RESPEITO" AO SER HUMANO!
CONTRA TUDO ISSO E MUITO MAIS:
DOMINGO 02 DE OUTUBRO, VOTE consciente, vote livremente!!
Não permita que outra pessoa interfira em sua decisão.
Lembre-se:
O voto é pessoal, "íntimo", pertence somente a você!
Anular o voto significa abdicar ou abrir mão do direito de exercitar sua cidadania.
MP do novo ensino médio é publicado no Diário Oficial
São Paulo - A medida provisória (MP) anunciada na tarde de ontem sobre as mudanças noensino médio brasileiro foi publicada nesta sexta feira (23) pelo governo federal em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
O texto, no entanto, foi alvo de críticas nas redes sociais por dar a entender que o ensino de artes, educação física, filosofia e sociologia deixaria de ser obrigatório ao final da educação básica.
Em resposta, o MEC afirmou que não está decretado o fim de nenhum conteúdo e de nenhuma disciplina. “O que a Base Nacional definir, todas elas serão obrigatórias na parte da Base Nacional Comum: artes, educação física, português, matemática, física, química. A Base Nacional Comum será obrigatória a todos”, diz a nota publicada na noite desta quinta-feira (22).
Contudo, a versão publicada no Diário Oficial mantém o trecho polêmico que prevê a obrigatoriedade do ensino de artes e educação física apenas nas etapas da educação básica — o que leva a concluir que tais disciplinas serão opcionais no ensino médio. O mesmo acontece com as disciplinas de filosofia e sociologia, cujo trecho que versa sobre isso na Lei de Diretrizes e Bases foi excluído no texto apresentado.
"O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação infantil e do ensino fundamental, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação infantile do ensino fundamental", diz a publicação.
Casal que comoveu os EUA com luta conjunta contra doença degenerativa morre com dias de diferença
Image copyrightYOUCARINGImage captionDrama do casal comoveu americanos
Um jovem casal que viveu uma espécie de versão da vida real do livro - que virou filme - "A Culpa é das Estrelas" e comoveu os Estados Unidos morreu com poucos dias de diferença.
Katie Prager, de 26 anos, morreu nesta quinta-feira na cidade de Flemingsburg, no Estado do Kentucky, dias depois do marido, Dalton Prager, de 25.
O casal sofria de fibrose cística, uma doença não contagiosa, mas terminal. Em A Culpa é das Estrelas, dois adolescentes com câncer vivem uma história de amor.
Segundo um comentário feito pela mãe de Katie no Facebook, a jovem morreu em casa, onde já estava em cuidados paliativos havia semanas.
"Sei que Dalton estava esperando por ela de braços abertos, além de suas duas avós e um bando de parentes e amigos que foram embora antes dela. Os próximos dias serão duros, mas eu terei conforto por saber que minha filha viveu a vida", escreveu a mãe.
Dalton morreu em um hospital da cidade de St. Louis, no Estado do Missouri, a mais de 600 km de Flemingburg.
Image copyrightYOUCARINGImage captionJovens se casaram em 2011, dois anos depois de se conhecerem pelo Facebook
Os dois se casaram em 2011, após de apaixonarem via Facebook dois anos antes - Katie viu uma foto de Dalton no hospital e ofereceu um ombro amigo para conversar sobre a doença, que costuma matar os pacientes antes dos 40 anos.
Os médicos se opuseram ao romance desde o início, avisando que seria perigoso para os dois se encontrarem pessoalmente, já que Dalton era portador de uma bactéria oportunista, a Burkholderia cepacia, que complica ainda mais o estado de saúde de que tem fibrose cística.
Katie contraiu a infecção, mas o casal viveu uma vida relativamente saudável nos anos seguintes e até comprou uma casa em Flemingsburg. "A gente se divertiu. Foi algo como um conto de fadas", disse a jovem em uma entrevista à rede de TV CNN dias antes de morrer.
Em 2014, a doença comprometeu demais os pulmões do casal, e os dois se internaram em um hospital de Pittsburgh à espera de um transplante. Dalton conseguiu o seu em novembro daquele ano, mas Katie precisou travar uma longa batalha com planos de saúde até receber o seu, em julho do ano passado.
Os problemas, porém, continuaram: ele teve que lutar contra um câncer linfático e continuou sendo assolado pela fibrose. O transplante de Katie, por sua vez, nunca funcionou bem e ela passou por diversas internações até ser desenganada no início deste mês.
Por causa disso, os dois viveram separados seus últimos meses de vida e tinham se visto pela última vez em 16 de julho, quando celebraram o quinto aniversário de casamento.
Image copyrightYOUCARINGImage captionO casal passou os últimos meses de vida separado por causa da doença
Com uma séria infecção, Dalton não conseguiu visitar a esposa por uma última vez - sua morte foi acompanhada por Katie pela internet.
Ela disse à CNN não ter qualquer arrependimento.
"Dalton me deu alguns dos melhores anos da minha vida. Eu prefiro ter passado apenas cinco anos apaixonada e totalmente feliz do que sozinha durante 20 anos."
A fibrose cística entope os pulmões com muco, tornando difícil a respiração.
"Dalton tentou muitas vezes (visitar Katie). Infelizmente, seu corpo não concordou com o que ele queria fazer", disse a mãe do rapaz, Renee, a um jornal de St. Louis.
O casal arrecadou dinheiro para o tratamento por meio de doações e publicou um blog sobre suas experiências.