Ler-te

                                                                                           (Prosa poética)


Quero folhear-te ao entardecer sentada à margem do rio e, ser surpreendida com teu canto, na voz daquela canção de nossa autoria, que tantas vezes cantamos juntos...

Ler-te vagarosamente, esquecer o relógio, porque, para nós existe todo o tempo do mundo. Ler-te sob o cobertor, no alvorecer antes da partida da estrela da manhã, com o querer e o prazer de quem degusta faminto a última fruta preferida e deliciosa..., ah, isso significa um 'se perder' e se reencontrar nos toques das tuas sutilezas e delicadezas...

Ler-te na calmaria das ondas, nossos pés sobre a areia fria, banhados pelas brancas espumas no fim do dia, quando o ocaso oscilando em nuances alaranjadas se desenha, em seguida se desfaz, e volta a reaparecer para servir como pano de fundo em nossas fotografias.

Ler-te, quando a insônia bate e, ao teu lado, embevecida e apaixonada contemplo tua face, teu corpo nu, tua alma exposta, na qual habita a maior beleza que meus olhos já viram. Folhear as páginas de teu corpo, navegar em cada curva, apreciando cada detalhe é experimentar a versão mais linda de uma ‘incomum’ história de amor, do amor que cresceu e amadureceu sem ‘conhecer’ rotina, sem demonstrar cansaço, nem coisa alguma que nos faça sofrer, porque, cada novo dia, cada momento juntos é sempre uma oportunidade a mais de criação e reinvenção. Ao se consumar o arrebol, permito-me contagiar por tua voz... presente ou ausente, eternizada!!

"E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.

Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.”

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