Gal Costa, a mãe de todas as vozes

Símbolo da Tropicália, ícone da liberdade sexual e mãe encantada, cantora foi índia, fatal, doce e bárbara. Fez rock, samba e MPB, gravou de Chico Buarque a Marília Mendonça e deixou legado inabalável para novas gerações.



Meu nome é Gal

Gal Costa, nascida na Barra Avenida, Bahia, gostava de baile, cinema, admirava Caetano, Gil, Roberto, Erasmo, todo o pessoal da pesada. E foi uma das cantoras mais importantes do Brasil. Voz símbolo da Tropicália, ícone da liberdade sexual e artista que nunca perdeu a jovialidade.

Em 57 anos de carreira, passeou por diferentes estilos e referências em mais de 40 álbuns, entre discos de estúdio e ao vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.

Deu voz a clássicos da MPB, como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total". Gravou de Chico Buarque a Marília Mendonça.

Gal morreu aos 77 anos, em São Paulo, em meio a uma pausa na agenda de shows por causa de uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.

Deixou o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou seu último álbum de inéditas. "A pele do futuro", de 2018. Nele, Gal celebra o próprio dom na faixa “Mãe de Todas Vozes”, composição feita por Nando Reis especialmente para ela.

Sou filha de todas as vozes
Que vieram antes
Sou mãe de todas as vozes
Que virão depois


Gal ainda era Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil, em 1965.

Três anos depois, surgiu o clássico: "Baby", composição de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália (1968). No emblemático LP, ela também participa das faixas “Parque Industrial”, “Hino do Senhor do Bonfim” e “Mamãe Coragem”.

Na era tropicalista, Gal adotou um jeito mais agressivo de cantar, bem diferente do estilo bossa-novista que usava até então. Também deixou o cabelo crescer e passou a se vestir com roupas incomuns para a época.

As pessoas me agrediam, me chamavam de piolhenta, mandavam tomar banho.
em entrevista ao g1Eu procurava evitar e vivia nas dunas com meu pessoal. Como dizia Jorge Mautner, as dunas da Gal eram uma aura, uma energia que nos protegia das coisas ruins que aconteciamem entrevista ao g1

Nesse período, ela chegou a ser agredida fisicamente por um homem, no Rio de Janeiro, durante uma briga de trânsito. "Ele falou: 'Ponha-se no lugar de mulher'. E pá! Deu um tapa na minha cara. Um cara que eu nunca tinha visto na vida! Fiquei chocada com aquilo.”

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https://especiais.g1.globo.com/pop-arte/2022/gal-costa-a-mae-de-todas-as-vozes/?_ga=2.238572864.1711458295.1


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