Pequeno grande Mundo



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Era tão pequeno o meu mundo.

Lembro que havia um açude, cuidadosamente
por ‘ele' (meu avô) preservado.
Haviam também uns lajedos... No finalzinho do Verão
a vizinhança, reunida em torno do mesmo, ia varrer 
a poeira acumulada, arrancar as ervas daninhas... 
Quando caiam as primeiras chuvas,
oh, que alegria!... As mulheres e jovens, lá se juntavam.
As roupas brancas ficavam cada vez mais brancas.

Haviam alguns ribeirinhos, eram temporários.
E uma lagoa majestosa, coberta de plantas típicas.
Durante todo o inverno, víamos na mesma uma floresta.
Eram plantas de várias espécies...
Lugar de recreação onde ficaram parte de 
nossas lembranças.

Acompanhei muitas jornadas de formigas recortando 
as folhas das laranjeiras, das plantas 
medicinais e das roseiras de minha avó...

Em mutirão, essas criaturinhas construíam 
caminhos, estradas limpas, 

de chão batido somente delas.

Nós éramos crianças, naquele tempo, vivendo em um universo diferente...
Um mundo de sonhos, fantasias e muitas brincadeiras 
que já não existem mais.

O alvorecer e o pôr do Sol eram as telas mais 
belas que podíamos apreciar.

Havia sempre um parente, um vizinho a tocar 
algum instrumento e a puxar uma canção, 
quebrando o silêncio imposto pela noite, 
quando os passarinhos e as cigarras se recolhiam 
nas copas do arvoredo.

Eu era... a menina contando as estrelas, 
admirando os Luares,
festejando a chegada das chuvas ou fantasiando imagens 
a partir dos recortes de nuvens em dias ensolarados...

Aquele era meu pequeno mundo..., mas era grande, pela comunhão que representava com tudo 
e todos à minha volta.
Aparecida Ramos
27/11/2017
às 20:48; horário de Brasília.
Foto: recente no último dia 18, 
por ocasião de 
meu aniversário natalício.

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