Caso de artesã, que foi vítima de ameaças durante separação com o ex-marido, é um dos quase 5 mil denunciados em Macapá no ano de 2016, segundo a prefeitura.
Mais de 7,5 mil denúncias de violência doméstica foram feitas no Amapá, em 2016 (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)
“Não me intimidei”, diz a artesã L. da C., de 53 anos, que não quer ser identificada. Ela foi vítima de ameaças feitas pelo ex-marido, durante o processo de separação do casal. O caso é um dos 7,5 mil registrados no Amapá em 2016, segundo a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, com base em dados do Centro Integrado de Operações em Defesa Social (Ciodes).
A artesã foi casada durante 15 anos e, quando descobriu um câncer de mama, o ex-marido pediu a separação. Segundo ela, o homem começou a ameaçá-la quando ela pediu judicialmente que ele pagasse pensão alimentícia e plano de saúde.
“Ele achava que não tinha essa obrigação e por isso chegou a me ameaçar falando que algo além do câncer iria me acontecer. Mas eu não me intimidei e continuei na Justiça, e, buscando ajuda psicológica, porque as ameaças eram diárias. Até que ele parou”, contou a artesã.
Com apoio psicológico e jurídico no Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram) da Zona Norte de Macapá, a mulher conseguiu vencer a dificuldade e continuou o tratamento da doença, além de ter conseguido a separação.
“Eu digo às mulheres que não tenham vergonha de procurar ajuda, medo de enfrentar qualquer que seja a ameaça. Porque quando o agressor consegue dominar emocionalmente, ele consegue dominar tudo. Então não se deixe levar pelo sentimento nesse momento, mas pela razão”, aconselhou a artesã.
Cerca de 5 mil denúncias foram registradas somente em Macapá; entre elas, agressões físicas (Foto: Joicelane Pereira/Arquivo Pessoal)
Em Macapá, cerca de 5 mil denúncias foram feitas no ano de 2016. Entre os registros, estão ameaças, violência patrimonial privando a vítima de usar bens em comum, além da violência física e da sexual, informou a coordenadora Municipal da Mulher, Anne Pariz.
“Muitas estão fazendo denúncias de ameaças porque muitas vezes é o início da violência física. A gente tem acompanhado que as pessoas têm procurado mais fazer denúncias. Existe toda uma rede de atendimento para mostrar que a mulher não está sozinha e que ela tem onde pedir ajuda”, comentou Anne.
M. A., de 48 anos, viveu momentos de tristeza e terror dentro de casa durante 8 anos. O marido, com quem mora junto há 27 anos, era alcoólatra e se tornava violento, agressivo e ignorante, segundo palavras dela. As agressões eram físicas e psicológicas.
“Fui à Justiça porque eu já não aguentava mais. Até que chegou o momento do meu filho agredir ele. E foi aí que eu tomei as providências, por medo de acontecer algo pior. Fiquei com medida protetiva, mas ele reconheceu que errou, ele mudou, parou de beber, isso há 5 anos, e voltamos. Hoje estamos felizes. Muitas não conseguem vencer, porque não têm coragem de denunciar. Mas eu consegui sair dessa. Me sinto uma vencedora”, comemorou.
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