Atos contra reajuste de tarifa tiveram feridos, detidos e depredações
Em 2016, São Paulo teve três manifestações organizadas pelo MPL.
Movimento diz que atos reuniram 53 mil pessoas; SSP contabilizou 7 mil.
Os três protestos de 2016 contra o aumento das tarifas de trens, ônibus e metrô em São Paulotiveram 38 pessoas detidas, cerca de 24 feridas,12 veículos depredados e duas estações de Metrô vandalizadas. Após a divulgação do reajuste nas passagens, em 30 de dezembro do ano passado, o Movimento Passe Livre (MPL) convocou três atos na capital paulista, nos dias 8, 12 e 14 de janeiro.
(O G1 acompanhou os protestos em TEMPO REAL, com fotos e vídeos)
A tarifa de ônibus, trens e metrô subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 no dia 9. Desde a semana passada, o MPL faz atos contra o reajuste. Segundo o movimento, os protestos reuniram, ao todo, 53 mil manifestantes. Já a Secretaria da Segurança Pública (SSP) contabilizou 7 mil participantes. A atuação da PM e dos manifestantes também variou durante os protestos. (veja abaixo o resumo de cada um deles).
1º ato contra o reajuste - 8 de janeiro
A primeira manifestação convocada pelo MPL aconteceu na noite de 8 de janeiro. O movimento não divulgou o trajeto previamente, como o governo havia pedido, mas a polícia permitiu que o ato fosse iniciado.
Policiais militares e mascarados entraram em confronto pouco tempo depois, quando uma motorista que estava no Corredor Norte-Sul foi hostilizada por mascarados. A polícia jogou bombas e os manifestantes, pedras e garrafas. Houve vandalismo em ruas do Centro.
Veja como foi a manifestação:
- Trajeto previsto: seguir pela Avenida 23 de Maio e Viaduto Dona Paulina
- Início do confronto: na Avenida 23 de Maio, por volta das 19h30. Manifestantes tentaram ocupar ambos os sentidos da via e discutiram com um motorista. PM interviu.
- Detidos: 17 pessoas, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
- Feridos: três policiais militares; MPL não informou número.
- Depredação e vandalismo: três agências bancárias, um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um da SPTrans, dois da PM e oito ônibus foram depredados. Um orelhão foi totalmente destruído. Sacos de lixo foram incendiados em diversos pontos da cidade.
- Metrô: A estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha, chegou a ficar totalmente fechada. A estação São Bento, da Linha 1-Azul, teve somente um dos acessos abertos.
- Número de participantes: 3 mil, segundo a PM; 30 mil, segundo o MPL.
2º ato contra o reajuste - 12 de janeiro
A segunda manifestação terminou em tumulto na noite de terça-feira (12), na região da Avenida Paulista. O MPL divulgou somente minutos antes do protesto o trajeto pretendido: saída da Paulista em direção ao Largo da Batata pela Avenida Rebouças. A PM, porém, tinha planejado a caminhada pela Rua da Consolação até a Praça da República.
Segundo a SSP, o anúncio do trajeto é essencial para que haja o desvio de linhas de ônibus, limpeza de vias e retirada de objetos que podem ser usados como armas, como pedras e paus. Policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral quando um grupo tentou furar o cerco formado na Praça do Ciclista. Manifestantes ficaram feridos e houve detidos.
Veja como foi a manifestação:
- Trajeto previsto: os manifestantes decidiram seguir em caminhada pela Avenida Rebouças até o Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. A PM havia sugerido trajeto pela Rua da Consolação até a Praça da República.
- Início do confronto: quando os manifestantes começaram a andar, os policiais montaram um cordão de isolamento na esquina da Paulista com a Consolação. Por volta das 19h20, começou a dispersão. Os policiais lançaram bombas de efeito moral para afastar os manifestantes e houve muita correria.
- Detidos: 13 pessoas, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
- Feridos: cerca de 20 pessoas, segundo o MPL; G1 flagrou sete; SSP não divulgou número.
- Depredação e vandalismo: vidros quebrados em uma agência bancária na Consolação e no Instituto Cervantes. Garrafas foram lançadas em direção aos policiais.
- Metrô: as entradas da Estação Paulista, da linha 4-Amarela, e da Estação Anhangabaú, da linha 3-Vermelha, foram fechadas. Um grupo tentou arrombar os portões da Estação Anhangabaú com chutes, mas não conseguiu. Com a chegada da PM, os vândalos se dispersaram.
- Número de participantes: 2 mil, segundo a SSP; 8 mil, segundo o MPL.
3º ato contra o reajuste - 14 de janeiro
O último ato foi o menos violento. O MPL decidiu dividir o protesto em dois: um saindo do Theatro Municipal, no Centro, e o outro, do Largo da Batata, na Zona Oeste. Ao contrário dos outros dois, neste o movimento divulgou os itinerários pela internet horas antes. A PM acompanhou de perto, mas não usou bombas.
O primeiro grupo caminhou pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até a Paulista. Depois que o grupo que seguiu até o Masp se dispersou, alguns manifestantes quebraram vidros da Estação Consolação e abriram o acesso ao Metrô, que estava fechado. Algumas pessoas tentaram pular as catracas e um jovem lançou um rojão dentro da estação. PM usou bombas para dispersar e deteve suspeitos.
O protesto na Zona Oeste terminou na Estação Butantã da Linha 4-Amarela. Houve manifestação perto da entrada e, após cerca de 30 minutos, houve liberação das catracas. Apesar disso, um manifestante foi detido depois de soltar um rojão no Metrô.
Veja como foram as manifestações:
- Trajeto previsto: Um dos protestos saiu do Largo da Batata, na Zona Oeste, e seguiu até o Metrô Butantã; o outro saiu do Theatro Municipal, no Centro, e seguirá até o Masp, na Avenida Paulista.
- Início da confusão: na região da Paulista, manifestantes quebraram vidros da Estação Consolação por volta das 20h50 e abriram o acesso ao metrô, que estava fechado. Outros tentaram pular as catracas e um jovem lançou um rojão dentro da estação. Os policiais lançaram bombas de efeito moral para afastar os manifestantes e houve correria. Sete pessoas foram detidas, sendo duas presas em flagrante. O segundo movimento encerrado na região do Butantã teve tumulto às 21h quando, segundo a SSP, um grupo soltou rojões dentro da Estação Butantã do Metrô. Um homem foi preso ao puxar o freio de emergência de um dos trens e interromper a circulação.
- Detidos: 8 pessoas, sendo três presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
- Feridos:
- Vandalismo no metrô: vidros da Estação Consolação do, da linha 2-Verde, foram quebrados na região da Paulista.
- Número de participantes: 2 mil (nos dois atos), segundo a SSP; 15 mil (nos dois atos), segundo o MPL.
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