'HOUVE NEGLIGÊNCIA', DIZ PROMOTOR SOBRE TRAGÉDIA EM MARIANA


Carlos Eduardo Ferreira Pinto, do Ministério Público de Minas, afirmou que o incidente "não foi fatalidade"; rompimento das barragens matou ao menos três pessoas e deixou 24 desaparecidos


O promotor de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Carlos Eduardo Ferreira Pinto afirmou na noite desta segunda-feira que o rompimento das duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana, no interior de Minas Gerais, que deixou ao menos 3 mortos e 24 desaparecidos, "não foi acidente", mas resultado de um "erro de operação" e "negligência".
 
"Não foi acidente, não foi fatalidade. O que houve foi um erro na operação e negligência no monitoramento operação", disse Ferreira Pinto em entrevista ao Jornal da Globo, da Rede Globo.
 
As declarações foram reforçadas com a apresentação de um documento do MP, exibido pelo jornal, no qual constatou-se o risco de "desestabilização" e "processos erosivos". "Notam-se áreas de contato entre a pilha e a barragem, situação não recomendada para ambas as estruturas devido à possibilidade de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos", diz o documento.
 
Em 2013, o Ministério Público foi contrário à renovação da licença de funcionamento das barragens. Na ocasião, ainda chegou a propor algumas condições à empresa, como "apresentar plano de contigência em caso de riscos ou acidentes" e "realizar análise de ruptura da barragem".
 
Corpo de Bombeiros chega nesta terça-feira ao sexto dia de buscas. Até agora três mortos foram identificados - Valdemir Aparecido Leandro, de 48 anos; Claudio Fiuza, 41 anos; e Sileno Narkevicius de Lima, 47 anos; todos trabalhavam nas barragens. Outras 24 pessoas seguem desaparecidas. A "onda de lama" que devastou o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, se desloca pela Calha do Rio Doce, e deve chegar a cidades do Espírito Santo nesta terça-feira.
 

Veja.com

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