Sensação de proteção no banco de trás, sem cinto, é falsa, diz especialista
IBGE aponta que apenas 50,2% sempre usam cinto nos assentos
de trás.
Airbag é equipamento de segurança auxiliar.
Andar no banco de trás de um carro sem cinto de segurança é
um hábito de mais da metade dos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no início do mês. Para
especialistas, a culpa é da falsa sensação que as pessoas têm de que, estando
no banco traseiro, serão protegidas pelos bancos da frente e não correm risco
de serem arremessadas do carro, no caso de uma batida.
Só airbag não basta
Especialistas ouvidos pelo G1 dizem que todos esses
sistemas não se sobrepõem ao uso do cinto de segurança, inclusive no banco de
trás. "O airbag é um equipamento de segurança suplementar", alerta
Alessandro Rubio, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança
Viária (Cesvi). "Inclusive, ele também é conhecido pela sigla SRS, que
significa, em inglês, 'Supplemental Restraint System", lembra ele.
Cabe ao cinto evitar que uma pessoa seja arremessada do
carro ou bata em partes do veículo ou mesmo o choque de um passageiro contra o
outro. Mas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 2013, apenas 50,2% das pessoas dizem usar sempre o cinto de segurança
no banco de trás.
Peso de um elefante
Por que, afinal, as pessoas resistem a usar o cinto no
banco traseiro? Para Rubio, existe uma falsa segurança de que elas estariam
protegidas, em caso de colisão, pelos bancos da frente. "Mas o o banco (da
frente) é projetado para a força do cinto e do ocupante", afirma Marcus
Vinicius Aguiar, diretor de Segurança e Qualidade do Produto da Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). "Numa colisão, o peso da pessoa
do banco de trás pode causar graves ferimentos nos ocupantes do banco da
frente."
O Cesvi explica que, na colisão, o passageiro do banco de
trás, sem cinto, pode ser arremessado sobre o motorista e o carona com uma
força 50 vezes maior do que o seu peso, chegando a ser comparável ao de um
elefante ou um hipopótamo.
Além disso, ressalta Aguiar, sem o cinto, o ocupante é como
um objeto solto dentro do carro. "Ela vai bater em tudo quando é parte.
Mesmo o choque de um passageiro com outro já pode levar a óbito", explica.
Falta de fiscalização
"Infelizmente, são dezenas de pessoas que morrem pelo
Brasil todo dia pela falta do uso do cinto de segurança, especialmente nos
assentos traseiros afirma José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do
Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).O não uso do cinto no banco de
trás também é passível de multa e pontuação na carteira de habilitação, mas,
segundo o especialista em segurança no trânsito, existe maior dificuldade das
autoridades de fiscalizar o uso do cinto nos assentos traseiros, fazendo as
pessoas não se preocuparem. “As pessoas acreditam que o carro é uma armadura e
existe a falta da percepção de risco, provocando a negligência”, explica.
Ong Alerta
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