Ratos soltos na CPI tumultuam sessão com depoimento de tesoureiro do PT

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Considerado o principal depoimento realizado até agora pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara, a fala do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, começou em meio a um tumulto e bate-boca entre parlamentares.
Antes de Vaccari iniciar sua exposição com tom professoral, sobre doações partidárias, deputados da oposição articularam uma confusão para marcar a chegada do petista à CPI.
Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, um homem abriu uma caixa e soltou cinco ratos no plenário da CPI. O ato irritou petistas.
O autor foi identificado como o servidor Márcio Martins de Oliveira, está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR). Ele é servidor comissionado, contratado por indicação política, ocupando a função de assistente de gabinete desde 9 de março e recebe salário mensal de R$ 2.300.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já determinou ademissão do servidor.
"Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari", disse o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio.
"Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata", disse o petista.
O tucano reagiu e eles bateram boca. "Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui".
Os dois parlamentares trocaram gritos de "bandido é você".

O deputado Ricardo Izar (PSD-SP) solicitou para ficar com os animais. Segundo ele, foram soltos na CPI dois esquilos da mongólia, dois ratos cinzas e um hamster.
Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de "circo armado". "Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate."
Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
Na véspera do depoimento, Vaccari recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ser liberado de dizer a verdade. O receio dos petistas era de que algum deputado tentasse dar voz de prisão ao tesoureiro, criando um fato político. 


Pedro Ladeira/Folhapress
Ratos foram soltos no início da sessão da CPI da Petrobras que ouve o tesoureiro do PT
Ratos foram soltos no início da sessão da CPI da Petrobras que ouve o tesoureiro do PT, João Vaccari

folha/UOL

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