Líder do PSDB anuncia que irá ao STF contra decisão da Câmara de pagar passagem para mulher e marido de parlamentares


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BRASÍLIA — Com a repercussão negativa na mídia e nas redes sociais causada pela decisão de permitir o pagamento de passagens áreas de deputados com verba dos cofres da Câmara, bancadas se manifestaram nesta quinta-feira para criticar a medida. O PSDB e o PPS divulgaram nota anunciando a decisão dos deputados das duas bancadas de abrir mão deste tipo de uso. O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP) foi além: avisou que entrará, ainda hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) com mandato de segurança para tentar barrar a decisão.
Sampaio fez questão de dizer ainda, na nota, que a decisão tomada na quarta-feira pela Mesa Diretora não contou com o apoio da representante do partido, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), terceira secretária da Casa. "É inaceitável que, num momento em que a sociedade é penalizada com o aumento de impostos e alta nos preços, conceda-se esse privilégio aos parlamentares. É um total desrespeito com os brasileiros, que já estão pagando o preço da incompetência do governo Dilma e agora, terão de arcar com essa mordomia. É um contrassenso. O PSDB não fará parte dessa vergonha, também em respeito aos próprios cônjuges de seus parlamentares”, afirmou Sampaio em nota à imprensa.
A decisão da Mesa Diretora tomada ontem permitiu que os deputados utilizem verba da cota de exercício do mandato, chamada de Cotão, para pagar passagens aéreas para mulheres e maridos de deputados e deputadas. Desde 2009, depois do escândalo da farra das passagens, quando deputados foram flagrados pagando até passagens de férias para familiares, o uso foi proibido como medida moralizadora.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) defendeu o pagamento, mas ressalvou que não será válido para "namoradas". Cunha explicou que será adotado o critério do Ministério das Relações Exteriores, que exige "registro" do cônjuge. Segundo o presidente da Câmara, "ninguém é obrigado a usar" o benefício e ele acredita que 80% dos deputados não o façam
— Veja bem a gente adotou o mesmo critério para concessão de passaporte diplomático. (A relação) tem que ser registrada em cartório. Não tem esse negócio de namorada, não existe isso — afirmou Cunha.
MSN Notícias

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