Entre Folhas, Morta






Algumas vezes me vejo segurando
o leme do barco
que me leva sem destino algum,
por caminhos sonhados,
em ondas agitadas,
rotas traçadas
em oceano nenhum.

Outras vezes conduzo o volante,
percorro estradas, vias esburacadas,
acompanho com o olhar,
pedestres passantes, suas vestes rotas,
sem perspectivas,
de tristes rostos,
iguais a mim,
desnudos de esperança.

Em outros momentos,
não passo de uma folha seca, caída
no chão do esquecimento,
rebolada pelo vento, amassada
entre as demais.

Assim é também meu coração,
tantas vezes exausto, sem destino, preocupado
não apenas comigo.
Sai de casa, cria asas, perde o sossego,
vira folha "seca de setembro",
que nasce sem alegria, mas não vive...
-Apenas morre ao relento.


Isis Dumont

http://www.isisdumont.prosaeverso.net/

Comentários

  1. Olá amiga como vai você? Quanto tempo...
    O mar acalmará, a estrada será asfaltada e com cereteza,a árvore renovará suas folhas, pois você merece.
    Beijos

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  2. Maravilhoso poema, Isis! Acho que todos somos esta folha, em determinados momentos da vida.

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