Paraíba tem 425 mil jovens sem emprego, diz IBGE
A Paraíba tem 1,9 milhão de paraibanos economicamente ativos e 37,97%
(724 mil) deles são adolescentes e jovens de 15 a 29 anos, segundo a última
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011) do IBGE. Segundo o
estudo, 327 mil jovens do sexo masculino têm um trabalho e 13 mil possuem dois
ou mais empregos. Já o número de jovens do sexo feminino que trabalha é
inferior ao de homens: 198 mil delas têm um trabalho e 10 mil possuem dois ou
mais empregos.
Segundo a Pnad, 425 mil jovens não possuem emprego ou nunca trabalharam.
A faixa etária com maior número de desempregados é de 15 a 19 anos, com 223 mil
pessoas (52,47%), sendo 139 mil (62,33%) mulheres. De acordo com o último Censo
Demográfico do IBGE, quase metade dos jovens paraibanos (48,31%) vive em
famílias com rendimento mensal de até dois salários mínimos.
Atualmente, existem 7.681 jovens em busca do primeiro emprego, em João
Pessoa. A coordenadora do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de João Pessoa,
Ludmila Carvalho, disse que poucas empresas procuram jovens sem experiência no
mercado de trabalho, com exceção de algumas no ramo de fast-food, supermercados
e lojas. "As empresas procuram nos jovens pró-ação, dinamismo,
empreendedorismo, disciplina e comprometimento. É difícil encaixar um jovem, atualmente
que não possua o segundo grau, por exemplo. O Sine atende, diariamente, muito
desses jovens que não conseguimos encaminhar por falta de qualificação",
afirmou.
Ludmila explicou que, por seu caráter, o mercado de trabalho exige que
os jovens estejam sempre se atualizando, principalmente com as novas
tecnologias, e destacou que ter conhecimento de informática, principalmente um
curso especializado, é importante para ampliar as chances de um contrato
profissional. Ela explicou que algumas vagas não conseguem ser preenchidas,
como é o caso das áreas da construção civil e Moda e Beleza.
"Essas áreas buscam novos profissionais constantemente. Sugerimos
algumas profissões que as vagas são solicitadas com frequência, como
carpinteiro, marceneiro, pedreiro, soldador e serralheiro para a construção
civil; e manicure, cabeleireiro, esteticista, depiladora e costureira",
informou.
1º emprego
Para os jovens, ter um emprego é conquistar sua liberdade econômica.
Mesmo morando com os pais, muitos procuram ter um salário para ajudar,
inclusive, a sustentar o ensino superior. Com 19 anos, Diego Corte de Oliveira
procura seu primeiro emprego e, segundo ele, para apenas ter uma fonte de renda
e não para construir uma carreira no momento. Ele não está na universidade, pois
trancou duas graduações (Física e Fisioterapia) por não ter se identificado,
mas este ano prestará novamente o vestibular. "Para o Curso de Formação de
Oficiais (CFO) e Odontologia", contou.
O emprego, em seu caso, é apenas para ter sua independência econômica
enquanto não encontra a graduação que realmente deseja. Já para Ricardo
Alexandre de Lima Júnior, o emprego é uma necessidade. Com 17 anos, ele já tem
sua família, é casado e tem um filho pequeno, e o salário é para sustentá-los.
"Moro com meus pais e minha esposa começou a trabalhar
recentemente. Eu já trabalhei como segurança e numa lanchonete, agora estou
procurando outro emprego, um que eu possa conciliar com os estudos",
disse. Ricardo deixou os estudos antes do ensino médio, mas pensa em voltar e
tentar entrar numa universidade.
Com Correio
Comentários
Postar um comentário