SÓ CONTO A VOCÊ




 Eu sou a mulher
Mais bonita da Paraíba.
Namoro a rua,
Namoro o campo,
Namoro a lua.
Vivo bem com a natureza...
E com a natureza humana.

Tenho segredos com o vento
Que jamais posso falar.
Vim do campo onde a vida
Ainda é saudável.
Vim da lagoa verde esmeralda,
Do rio do outeiro.

Tenho um amor que me espera
Na rua das palavras,
Outro na avenida da poesia.
Gosto desses endereços
Desde a minha adolescência.
Desde quando me apaixonei e
Nunca mais me "desconstruí."
O dispositivo que me desliga
Não funciona mais
Quando acionado.

Já percorri grandes distâncias
Em balões de nuvens tagarelas.
Fui parar lá no bosque
Dos sonhos perdidos.
Ando a procura do vento
Que me traz novas emoções.

Se você quiser, poeta
Vem comigo:
Vamos procurar esse vento.
Vamos fazer vendaval - loucos
No vale da serra encantada
E sair lá no aquipélago.
Atrair a atenção dos olhos
E das bocas da Paraíba.

Já bebi água do rio
Na concha das minhas mãos.
Fui adulta quando era menina.
Fui velha quando era jovem.
Tenho a idade dos meus versos.
Penso que agora estou bem.
Sou menina namoradeira.
Lancei minha flexa na lua,
Vivo recolhendo estrelas.

Isis Dumont
Inspiração em "Não Conte Pra Ninguém"
De: Cora Coralina.


PS.: O Comentário abaixo foi deixado pelo poeta, em minha página no Recanto das Letras. Publiquei porque desejo partilhar com vocês queridas mulheres de minha amada Paraíba, o comentário/presente tão gentil do nobre poeta de Recife...




11/03/2012 21:34 - Fernando A Freire
Pra começo de história: mulher bonita e da Paraíba é pleonasmo. Conheço-as muito bem. São lindas por fora e por dentro do coração. E, tem mais, segundo já ouvi, "sabem amar com perfeição" (ou sedução). /// Tens um amor que te espera na rua das palavras, na rua que é tua. Um outro amor te espera na rua da poesia, que também te pertencia. Nem sabes que há uma multidão que quer ver teus versos e tua graça escritos nos bancos da praça, onde a lua também espera e passa. /// Não cresceste tanto quanto imaginas. Tua alma, sim, desde que te viu menina. Pergunta à Coralina!... /// Acompanha tua flecha até o alvo escolhido. Flechas não voltam. Os grandes amores, sim, chorosos, sofridos, arrependidos. /// Sempre belos teus poemas. Obrigado, por teres me contado! Vai o me abraço, lasso e relaxado, de domingo.

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