MINHA SOLIDARIEDADE AOS QUE FAZEM A COLETA DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM SERTÃOZINHO...


Em minha Cidade (Sertãozinho-PB) também existe pessoas que, por falta de oportunidade de trabalho, e  de capacitação profissional, trabalham na "coleta de materiais recicláveis." São poucas famílias, mas mesmo assim elas tiram a maior parte de seu sustento dessa atividade, que diga-se de passagem em condições bem precárias, principalmente por não terem um espaço destinado para essa finalidade.
Há mais ou menos dois anos, lembro-me de ter participado de várias reuniões na Câmara Municipal, com o objetivo de organizar esses trabalhadores e trabalhadoras,  para que os mesmos pudessem contar com melhores condições de trabalho. Foi, inclusive, fundada uma Associação (com a assessoria de um professor da UFPB, salvo engano)  para que essas pessoas se organizassem e buscassem junto ao Poder público o apoio necessário para enfrentar o trabalho com mais dignidade e assim continuar ganhando o pão de cada dia para ajudar a manter suas famílias com um pouco mais de dignidade. Sabemos que essa atividade é bastante difícil, embora seja um serviço de muita utilidade,  prestado à população e ao meio ambiente. Recordo-me também de uma idéia que surgiu nesses encontros que era o aluguel de um galpão que já existe logo na entrada da cidade, o mesmo serviria  para o pessoal organizar,  separar e guardar os materiais, enquanto construíssem o galpão/sede própria para a associação. E apesar da "boa intenção", o galpão também não foi alugado, nem as pessoas receberam nenhuma informação sobre isso.
Recordo-me de, naquela época ter falado para um dos meus amigos desse grupo, que a iniciativa de fundar a associação seria bem mais importante se partisse dos próprios envolvidos com a causa, mas vindo do poder público eu não acreditaria que ia dar certo. E por incrível que pareça eu estava certa nesse pensamento. O pessoal precisa, eles mesmos buscarem se organizarem e não esperar que o poder faça isso por eles.
O que realmente  quero colocar nesse texto é que, após esse período os trabalhadores continuam sem nenhuma perspectiva de mudança. A realidade não melhorou em nada, pelo contrário, está bem pior para aqueles que pegavam os materiais no lixão. Atualmente, o lixão  onde eles coletavam os materiais, num setor da zona rural, não está mais sendo colocado pela Prefeitura Municipal no mesmo lugar, mas em outro setor bem mais distante da cidade. Esse fato fez com que as pessoas ficassem impossibilitadas de se deslocarem até o citado lixão. Conheço a realidade das mesmas e sei que estão passando sérias privações por conta desse "prejuízo" em não mais poderem trabalhar como antes, como sempre fizeram durante vários anos. O principal fato que motivou essa mudança de local do lixão foi um desentendimento político-partidário entre o prefeito e o vice-prefeito, que atualmente se encontram em grupos partidários diferentes, tendo em vista que a propriedade onde se localizava o lixão pertence ao vice-prefeito.
Penso que as pessoas não deveriam pagar por essas brigas políticas, principalmente os mais necessitados. O direito das pessoas deveria ser preservado e estar isento de quaisquer desentendimentos políticos ou interesse próprios.
A esses trabalhadores e trabalhadoras, gente tão simples e humilde, mas honesta e digna de minha amizade e todo meu respeito, a minha solidariedade pelo momento difícil que estão passando. E a certeza de que eu, como Vereadora, não comungo com esse tipo de atitude ou de falta de atitude. E mais, o que estou colocando nesse texto colocarei no meu Pronunciamento na Câmara Municipal na próxima sexta feira quando retornaremos para mais um período Legislativo/2012. Estou Vereadora de bancada de situação, mas minha postura jamais será a de compactuar com ações ou falta de ações que prejudiquem qualquer pessoa no meu Município. O poder é passageiro, é efêmero assim como a vida. O que permanece na história ou na lembrança das pessoas e de modo positivo são as boas atitudes, mesmo os pequenos gestos, certamente não serão esquecidos. Apesar de minha pouca experiência, eu entendo Política também como um meio de ajudar, de contribuir na melhoria da qualidade de vida das pessoas, inclusive daqueles menos favorecidos. Entendo Política como  a arte de servir, como doação daqueles que, verdadeiramente "vestem a camisa" e servem sem excluir ninguém, sem olhar a cor ou lado partidário, porque as pessoas não tem a obrigação jamais de pertencer (politicamente) a apenas uma facção política. Mas... para exercer essa arte é necessário possuir vocação, e lamentavelmente, nem todos que fazem política tem esse perfil, e isso acontece em todos os recantos desse país. É a população ou parte dela quem sai perdendo.


Beijos de luz e muita paz para você e os seus.

Aparecida Ramos
Vereadora-PR

Comentários

Postagens mais visitadas