Protesto lembra um mês da morte do menino Juan no RJ
19 de julho de 2011  10h02  atualizado às 10h04


A ONG Rio da Paz estendeu uma faixa em homenagem ao menino Juan de Moraes na areia da praia de Copacabana, na zona sul do Rio. Foto: Bruno Boppe/Futura Press
No início do mês, outra manifestação homenageou Juan de Moraes, 11 anos, na areia da praia de Copacabana
Foto: Bruno Boppe/Futura Press

O ONG Rio da Paz realiza, na manhã desta terça-feira, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro (RJ), uma manifestação para lembrar a morte do menino Juan, que completa um mês nesta quarta. Voluntários colocaram em um gramado 177 cartazes com a pergunta "Quem matou Juan?". No dia 31, a ONG fará um outro ato para protestar contra a impunidade.
A criança desapareceu no dia 20 de junho, após troca de tiros entre policiais e traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No dia 6 de julho, a Polícia Civil confirmou que a ossada encontrada em um rio em Belford Roxo era de Juan. Policiais militares que participaram da operação estão sendo investigados por indícios de envolvimento na morte da criança.
Sequência de falhas
Operação: no dia 20 de junho, policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) vão à comunidade de Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.
Auto de resistência: logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª Delegacia de Polícia (DP) do Rio. Apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.
Demora: o sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faz o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Afastamento: retirados da rua cinco dias após a operação, os PMs vão para serviços internos no mesmo batalhão. Só ontem eles foram transferidos para a "geladeira" da corporação.
Perícia: a primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, no dia 28 de junho. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.
Testemunha: um homem de nome não revelado, baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalha e ele é incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.
Ossada: dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por 4 dias. Muito tempo depois, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro.
DO portal terra

Comentários

Postagens mais visitadas