Gari de MS diz que contraiu hepatite e sífilis em contato com lixo hospitalar

Ele diz que ao recolher lixo hospitalar teria se cortado e pede indenização.
Direção de hospital de onde viria o lixo não quis se pronunciar sobre caso.

Da TV Morenar
 O gari e catador de material reciclável Odirlei Soares, de 27 anos, trabalha no lixão público de Campo Grande onde o lixo hospitalar é depositado sem tratamento. O gari é portador de doenças como hepatite B e sífilis, que ele diz que teriam sido contraídas em um acidente de trabalho.
O trabalhador do lixão contou que se feriu quando recolhia lixo em um hospital particular de Campo Grande. “Eu bati a mão e na hora que tirei a luva vi ela furada e estava saindo sangue”, diz o gari. Ele entrou na Justiça para que o hospital pague uma indenização de R$ 1,7 milhão.
Odirlei comenta que em aos resíduos comuns do hospital, haviam seringas usadas. “Chegando no hospital, tem duas portinhas e uma tem a plaquinha contando que é lixo hospitalar e a outra lixeira já não tem. Dentro tem caixa cheia de seringa com uma quantidade de sangue e aqueles potinhos com a mangueirinha cheios de sangue”, explica o gari.
Gari de MS diz que contraiu hepatite e sífilis em contato com lixo hospitalar (Foto: Reprodução/TV Morena)Gari mostra onde teria se ferido com lixo hospitalar
(Foto: Reprodução/TV Morena)
De acordo com o clínico geral Marcos Paulo Tiguman não é possível afirmar que as doenças tenham sido contraídas durante os trabalhos no lixão. “A sífilis talvez, raramente, mas com uma possibilidade remota. A hepatite B, com grande possibilidade. Essa transmissão da hepatite B pode ser por via sexual, por transfusão de sangue, por um procedimento médico odontológico, hábitos até domiciliares e através de acidentes perfurocortantes”, diz Tiguman.
No hospital particular o depósito dos resíduos contaminados fica na calçada, sem cadeado. No meio da rua foi encontrada uma seringa jogada no chão. Os responsáveis pelo hospital não quiseram se pronunciar sobre o caso. Em nota, a direção disse que monitoramento e treinamentos são realizados constantemente, para que a separação do resíduo hospitalar seja feita de forma correta.

"Meu comentário: Vivemos em um país onde os mais pobres não são considerados como seres humanos que merecem respeito e tem os mesmos direitos de viver com dignidade como as demais pessoas. Esses trabalhadores misturados às imundícies e disputando os mesmos restos com animais, estão constantemente colocando a própria saúde e a de suas famílias em risco... Os lixões constituem motivo de VERGONHA para todos nós, representam grande perigo principalmente para os catadores, e, denunciam o descaso das autoridades "responsáveis"!..."
        
                    Aparecida Ramos




Do G1

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