SAIBA COMO PROTEGER SEU FILHO DOS PERIGOS DA INTERNET
O caminho mais eficiente é manter um canal de diálogo aberto com os filhos.
O
que crianças e jovens estão fazendo na internet e como protegê-los de
aproveitadores? Segundo uma pesquisa da Kaspersky, 62,6% dos pais
brasileiros entrevistados afirmaram que conversaram menos de 30 minutos
sobre cibersegurança com seus filhos. A empresa preparou algumas
orientações sobre quando e como falar sobre cibersegurança com seus
filhos – de acordo com cada faixa etária. As informações são do portal
de notícias G1.
As
dicas abaixo, relacionadas à segurança da informação, caso cumpridas à
risca tornam baixo o risco de ataques e assédio de estranhos. Mas é
importante lembrar o caminho mais eficiente é manter um canal de diálogo
aberto com os filhos e se mostrar aberto para ouvir o que eles têm a
dizer, criando um vínculo de confiança.
Entre
3 e 6 anos: Nessa idade, os vídeos e jogos coloridos e com letras
ajudam no desenvolvimento da criança e exercitam a memória e lógica. Mas
é imprescindível monitorar de perto as ações do seu filho na internet,
pois estudos indicam que crianças nesta faixa etária não devem passar
mais de 30 minutos (5 a 10 minutos por vez com intervalos longos) em
frente ao computador.
Entre
7 e 10 anos: As crianças nessa faixa etária começam a usar computadores
para tarefas escolares. É recomendado que os pais entrem em um acordo
com seu filho para definir um tempo ideal, mas que não exceda 40 ou 50
minutos por dia. De acordo com a pesquisa, as crianças brasileiras ficam
aproximadamente 6h10min online por semana quando estão em casa.
Nesta
fase, os jogos que ampliam a percepção da criança e ensinam idiomas
estrangeiros são muito úteis. Outro tema importante que pode ser
introduzido nesta fase é o ecommerce. Segundo estatísticas da Kaspersky
Security Network, o interesse das crianças por compras online cresceu de
2% em 2018 para 9% em 2019 na América Latina e é importante ensinar o
valor do dinheiro, principalmente quando a compra é feita com a mesada
da própria criança – o que faz com que ela entenda se há necessidade de
realizar a compra.
Entre
11 e 13 anos: Nessa faixa etária, os pais devem conversar sobre quais
serão as atividades online que seus filhos terão e definir em conjunto
um tempo ideal e as regras de uso. Além disso, é importante introduzir
os riscos online. A criança precisa sentir que a opinião dela importa,
mas que ao mesmo tempo os pais acompanharão suas atividades para
orientá-las. Além disso, é muito importante reforçar que a criança pode
sempre procurá-los caso se sinta desconfortável ou insegura em uma
situação online – ela precisa dessa confiança para qualquer
eventualidade.
Se
a criança tiver contato com redes sociais, é essencial orientar seu
uso. Explique que ela não deve conversar com estranhos e que essa regra é
a mesma que no mundo real – os pais também devem perguntar
frequentemente o que a criança fez no dia, com quem conversou e –
principalmente – mostrar interesse em ouvir o que ela tem a dizer. É
nessa interação que os pais terão a oportunidade de identificar se
alguma coisa no dia da criança parece suspeito, seja na navegação online
ou no mundo real.
Além
disso, reforce que não se deve postar fotos ou informações como nome
completo, nome da escola, endereço residencial ou dados de compra, pois
isso pode colocar em risco a segurança de toda a família. Caso a criança
chame um amigo para brincar com ele em casa, estabeleça a regra que os
detalhes de data e endereço devem ser definidos entre os pais por
telefone ou na escola.
Entre
14 e 17 anos: Restringir o tempo no computador e do uso de outros
dispositivos para adolescentes com mais de 14 anos somente é possível se
você mesmo estiver preparado para monitorá-lo. A melhor forma é
estabelecer um conjunto comum de regras domésticas.
Leia abaixo quais são as regras mais comuns usadas pelos pais brasileiros com relação ao uso da internet por crianças:
– Não permitir dispositivos durante as refeições;
– Prazos para o uso dos dispositivos e internet, como “nenhum dispositivo ou internet após as 23 horas”;
– Crianças devem pedir permissão aos pais para acessar determinados sites ou usar alguns aplicativos.
Importante:
os filhos somente irão seguir as regras se elas também se aplicarem aos
pais. Assim, é possível gerar um ambiente de confiança em que o jovem
se sinta à vontade para partilhar sua vida digital com seus pais, sem se
sentirem pressionados e controlados.
Fonte: Jornal O Sul em 25/02/2020
https://mosqueteirasliterarias.comunidades.net/como-proteger-seus-filhos-dos-perigos-da-internet
Brasil tem 1.103 mortes por coronavírus em 24 horas, mostra consórcio de veículos de imprensa; são 53.874 no total
Levantamento
aponta ainda que país tem 1.192.474 casos confirmados. Brasil já tem 10
mil mortes a mais que o Reino Unido e se afasta como o segundo mais
atingido no mundo.
Por G1
Brasil registra mais 1.103 mortes por coronavírus; total se aproxima de 54 mil
O Brasil teve 1.103 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus em 24 horas, mostra levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, são 53.874 óbitos pela Covid-19 até esta quarta-feira (24) no país. Veja os dados, consolidados às 20h:
53.874 mortes; eram 52.771 até as 20h de terça (23), uma diferença de 1.103 óbitos
1.192.474 casos confirmados; eram 1.151.479 até a noite de terça, ou seja, houve 40.995 novos casos
Antes do balanço final do dia, o consórcio divulgou outros dois boletins. No primeiro boletim, às 8h, o Brasil contava 52.788 mortos e 1.152.066 casos confirmados. No segundo boletim, às 13h, o país tinha 52.951 mortos e 1.157.451 casos da doença.
O Brasil já tem 10 mil mortes a mais que o Reino Unido e se afasta como
o segundo mais atingido no mundo. O país só fica atrás dos EUA, que
registram 121,8 mil mortes.
Total de mortes por coronavírus no Brasil e nos estados
Em tempos de pandemia e isolamento social, somente uma "pane" ocorrida no Celular, para tirá-la de casa. Com as enxurradas de informações que nos bombardeiam diuturnamente e, por todos os lados, acabou esquecendo os dois últimos dígitos da senha do aparelho. Pior que isso aconteceu logo que acabara de digitar quatro números mais duas letrinhas, ao baixar um App de Cartão, que foi lhe exigido uma senha para, poder acessar em segurança. "Essas tecnologias ajudam muito, mas nessas horas dão dor de cabeça"!! Exclamou para si mesma, muito chateada por ficar sem acesso até conseguir resolver... Era sábado de manhã, quando uma amiga lhe convidou para sair. Apesar do momento turbulento, aceitou. Afinal, nem todo mundo pode ficar enclausurado em casa, mesmo porque algumas coisas se quebram, está sempre faltando algo. Apesar de que, nesse momento, muitas pessoas só saem para comprar alimentos ou medicamentos... "Que mal há em colocar aquela calça justa, uma blusa bem confortável, enfim, se arrumar, colocar o batom e perfume preferidos e sair, respirar outros ares, olhar as vitrines mesmo através das vidraças"?... pensou, já em frente ao espelho. Caía uma chuvinha fina e gelada. As várzeas às margens da estrada estavam sem visibilidade. Até parecia estar em outra Região. Ao chegar na Cidade de destino, as duas ficaram impressionadas e um tanto preocupadas vendo a movimentação das pessoas. O movimento de carros e outros veículos estava bastante intenso. Foi bem dificil encontrar vaga no estacionamento. Porém, com esse vai e vem de Decretos governamentais que um dia abre, n'outro fecha, no dia seguinte abre novamente, e depois, fecha parcialmente, só poderia dar nisso! Os camelôs aos gritos, anunciavam os melhores preços, disputavam clientes, na tentativa de vender máscaras, meias, capinhas para celular e inúmeros outros importados. Se antes da pandemia, caminhar nas calçadas já era difícil, imaginem agora com o desemprego, onde muitos perderam seu 'ganha pão', principalmente os trabalhadores informais. Após deixar o 'tumulto' para trás, resolveram entrar na lanchonete de uma panificadora, para tomar um lanche. Pelo menos puderam ficar um pouco mais à vontade, sem maiores preocupações. Os responsáveis pelo estabelecimento adotaram uma dinâmica diferente para o atendimento. Mexeram no layout, limitaram o acesso (do público) a 20% no interior da lanchonete, além da obrigatoriedade do uso de máscaras para toda clientela. Depois de conversarem bastante e descontraidamente, chegou o momento de 'levantar voo'. Pagou a conta sozinha, tendo em vista que a amiga não aceitou que contribuísse com o combustível. Na calçada, uma mulher aparentando ter no máximo 37 anos, vestida com roupas simples, de olhar abatido e fisionomia triste aguardava os passantes e os clientes, para ver se conseguia alguns trocados. Talvez trabalhasse antes como faxineira ou algo semelhante. Talvez vendesse salgados, tapioca, bolo pé de moleque ou milho assado na esquina. No entanto, o que mais a impressionou além dessas cenas que passaram em sua cabeça, foi a ausência da 'máscara'. Sim. Aquela mulher era a única que estava 'desprotegida' desse objeto ou desse item até certo ponto importante, mas não deixa de ser também de 'repressão'. Pensou em sair rapidinho, dá umas voltas e encontrar nas proximidades algum vendedor, onde pudesse comprar umas duas máscaras e doar àquela senhora. Mas os camelôs estavam distante, em outro ponto da Cidade. Daí, por ter ainda algumas coisas para resolver, acabou desistindo da boa ação. Saiu do local carregando o pensamento sobre a mulher, da qual, nada ficou sabendo além do que estava visível: sem máscaras e, aparentemente desprotegida de tudo.
www.isisdumont.prosaeverso.net Imagem no link: https://www.google.com/search?q=pedinte+na+calçada+na+calçada&tbm=isch&
Livro de John Bolton: 4 revelações sobre Trump nas polêmicas memórias do ex-assessor presidencial que a Casa Branca quer proibir
Reuters Image caption John Bolton foi o assessor de Segurança Nacional do governo de Donald Trump
É provavelmente o livro mais esperado do ano nos Estados Unidos.
A sua publicação foi anunciada em janeiro e desde então há leitores que já encomendaram suas cópias.
Trata-se
do livro de memórias de John Bolton, ex-assessor de Segurança Nacional
do governo de Donald Trump, que promete revelar informações relevantes
que não vieram à tona durante o processo de impeachment.
Com o título O Quarto onde Aconteceu (The Room Where It Happened), de 577 páginas, o livro deve chegar às lojas no dia 23 de junho - caso a Casa Branca não consiga impedir a sua publicação.
De
acordo com o Departamento de Justiça, o livro contém "informações
confidenciais". Na quarta-feira, o governo pediu que um juiz impeça a
sua publicação.
A BBC conta abaixo algumas das revelações mais polêmicas do livro que já foram divulgadas pela imprensa americana até agora:
1. Trump buscou apoio da China para garantir sua reeleição
De
acordo com o livro de Bolton, o presidente americano pediu ajuda ao seu
colega chinês, Xi Jinping, para conseguir se reeleger neste ano. ReutersImage caption
Segundo Bolton, Trump pediu ajuda ao presidente chinês Xi Jinping para se reeleger
A mensagem havia sido transmitida em diversas oportunidades.
Em
uma cúpula de 2019, Trump teria dito a Xi que o aumento de compras
agrícolas e de grãos americanos por parte dos chineses melhoraria suas
perspectivas eleitorais.
Também em junho de 2019, durante um
encontro bilateral na Cúpula do G20 no Japão, Trump teria falado com Xi
sobre os comícios presidenciais nos Estados Unidos "referindo-se à
capacidade econômica da China para influenciar a campanha em curso,
pedindo a Xi que assegurasse que ele ganharia".
"(Trump) Destacou a
importância dos agricultores e de um aumento das compras chinesas de
soja e trigo no resultado eleitoral. Eu publicaria as palavras exatas de
Trump, mas o processo de revisão prévia do governo me impediu", diz
Bolton no livro, segundo o The Washington Post.
Quando Xi
concordou em dar prioridade aos produtos agrícolas durante as
negociações comerciais, Trump se referiu a ele como "o maior líder da
história da China".
Na quarta-feira pela tarde, o representante
comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, refutou a versão de
Bolton e disse que o pedido de ajuda para a reeleição "nunca ocorreu".
2. Invadir Venezuela seria 'legal'
De
acordo com o relato de Bolton, que era um dos críticos mais ferrenhos
ao presidente venezuelano Nicolás Maduro nos EUA, muitos dos governantes
ajudados por Trump em troca de apoio tiravam proveito do presidente, na
tentativa de manipulá-lo.
Um exemplo citado no livro foi uma ligação telefônica em maio de
2019 na qual o presidente da Rússia, Vladimir Putin, comparou o líder
da oposição venezuelana Juan Guaidó a Hillary Clinton, candidata
democrata rival de Trump nas eleições de 2016.
Bolton classifica
essa jogada como "uma brilhante amostra da propaganda no estilo
soviético", que teria como objetivo assegurar apoio a Maduro, que é
aliado do Kremlin.
E o resultado disso? Segundo Bolton, os argumentos de Putin "persuadiram Trump em grande parte".
O
governo Trump, no entanto, mantém seu apoio firme a Guiadó como
presidente interino e até aumentou as sanções contra o governo de
Maduro.
Ao mesmo tempo, Bolton atribui a Trump uma série de
afirmações escandalosas, como por exemplo, de que seria "cool" ("legal")
invadir a Venezuela e que o país sul-americano é "na verdade parte dos
Estados Unidos".
3. 'Ajudar os ditadores'
No
livro, Bolton faz referência a várias ocasiões em que - segundo sua
versão - Trump manifestou disposição em impedir investigações penais
"para, na verdade, fazer favores pessoais a ditadores que lhe agradam".
O
ex-assessor de Segurança Nacional diz que, em maio de 2018, o
presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, entregou a Trump um
documento no qual defendia a inocência de uma empresa turca que estava
sendo investigada por promotores do Distrito Sul de Nova York por
supostas violações a sanções contra o Irã.
"Trump então disse a
Erdogan que tomaria as rédeas das coisas, explicando a ele que as
pessoas da promotoria do Distrito Sul não eram pessoas suas, mas sim de
Obama [ex-presidente Barack Obama, antecessor de Trump na Casa Branca],
um problema que estaria solucionado quando fossem substituídos por
pessoas suas", escreve Bolton, que diz que a obstrução de Justiça
parecia ser padrão no governo, o que informou o procurador geral William
Barr sobre isso.
4. Obsessão por reeleição
Bolton assegura que Trump tinha um único objetivo acima de todos: garantir sua permanência na Casa Branca por mais quatro anos.
"É
difícil achar alguma decisão significativa de Trump durante meu período
com ele que não estivesse motivada por cálculos sobre sua reeleição",
escreve.
Um exemplo disso foi a decisão de Trump de falar
publicamente sobre seu desejo de tirar Maduro do poder durante 2018, o
que - segundo o livro - estava motivado por seu desejo de agradar
eleitores republicanos na Flórida.
No entanto, Bolton descreve
Trump como hesitante na hora de apoiar Juan Guaidó, que se declarou
presidente interino da Venezuela com apoio americano em janeiro de 2019.
Mesmo
tendo apoiado a proposta de Bolton para reconhecer Guaidó como
presidente legítimo da Venezuela, em apenas 30 horas, Trump já estava
considerando voltar atrás, pois considerava Guaidó frágil como um
"menino" em comparação com o "robusto" Maduro.
Com a mesma
motivação eleitoral, Bolton diz que, em 2018, Trump gritou em uma
reunião com um dos seus principais assessores, indicando que o muro da
fronteira do México precisava ser construído e que a imigração ilegal
precisava cair.
"Fui eleito por causa deste tema e agora não vou ser reeleito por causa disso", teria dito Trump, segundo Bolton.
Fabrício Queiroz: o que se sabe sobre a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro em Atibaia
Polícia Civil/Reprodução vídeo/Divulgação
O ex-assessor do
senador Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz foi preso na manhã desta
quinta-feira (18) no interior de São Paulo. Ele estava em Atibaia, em
uma propriedade de um advogado que presta serviços ao parlamentar.
Queiroz, um policial militar aposentado, deve ser transferido para o Rio
ainda hoje.
A prisão foi executada pela Polícia Civil e pelo
Ministério Público de São Paulo, e os mandados de prisão e de busca e
apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio a pedido do Ministério
Público do Rio de Janeiro.
O órgão investiga a participação de
Queiroz no que acredita ser um esquema de "rachadinha" no gabinete de
Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, em que assessores parlamentares
devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual
Flávio, filho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz e Flávio negam
irregularidades. Direito de imagemDivulgaçãoImage caption
Queiroz foi preso na manhã desta quinta na operação batizada como "Anjo"
Segundo o Ministério Público do Rio, a prisão faz
parte da chamada Operação Anjo, deflagrada no início da manhã. A
operação cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça
relacionadas ao inquérito que investiga a chamada rachadinha.
São
medidas obtidas na Justiça pelo Ministério Público do Rio contra outros
suspeitos de participarem no esquema: o servidor da Assembleia
Legislativa do Rio Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários Luiza
Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto
Maia. As medidas cautelares incluem busca e apreensão, afastamento da
função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de
contato com testemunhas.
Reprodução/InstagramImage caption
Queiroz (à dir.) é ex-motorista e ex-segurança do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente
Investigação contra Queiroz
Queiroz
passou a ser investigado em 2018 depois que o então Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras, hoje UIF, ou Unidade de Inteligência
Financeira), órgão que atua na prevenção e combate à lavagem de
dinheiro, identificou diversas transações suspeitas feitas por ele.
Segundo
o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e
janeiro de 2017, valor que seria incompatível com seu patrimônio e
ocupação, e recebeu transferências em sua conta de sete servidores que
passaram pelo gabinete de Flávio.
Uma das transações envolve um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Direito de imagemReprodução/TwitterImage caption
No Twitter, Flávio Bolsonaro falou sobre sua confiança no ex-assessor
Em entrevista ao SBT em 2019, Queiroz negou ser um
"laranja" de Flávio Bolsonaro. Afirmou que parte da movimentação atípica
de dinheiro vinha de negócios como a compra e venda de automóveis.
"Sou
um cara de negócios, eu faço dinheiro… Compro, revendo, compro,
revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim", afirmou.
As
movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava
Jato, levaram à abertura de uma investigação pelo Ministério Público do
Rio de Janeiro.
O órgão suspeita da existência de uma
"rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa, esquema em
que assessores parlamentares devolvem parte do salário para os
políticos que os empregam. No caso de Queiroz, a devolução seria para
Flávio ou seria destinada a outros fins, o que Flávio nega.
Tentativas de barrar investigação
Flávio
recorreu ao Supremo Tribunal Federal para barrar a apuração, mas foi
derrotado, e as investigações foram retomadas por decisão do ministro
Gilmar Mendes.
No fim de abril, em outro revés para o senador, o
ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um
pedido para que as investigações fossem suspensas.
Direito de imagemSERGIO LIMA/AFPImage caption
O filho do presidente passou a ser investigado depois de relatório do CoafPara os investigadores, Flávio Bolsonaro é chefe de
uma organização criminosa que atuou em seu gabinete na Assembleia
Legislativa entre 2007 e 2018, e parte dos recursos movimentados no
esquema foi lavada em uma franquia de chocolate da qual ele é sócio.Promotores
investigam ainda se a "rachadinha" teria sido usada para financiar uma
milícia que era comandada pelo ex-policial Adriano Nóbrega, morto em
fevereiro.Danielle Mendonça, ex-mulher de Nóbrega, trabalhou como
assessora de Flávio. Em conversas de WhatsApp acessadas pelos
investigadores, ela disse que o ex-marido ficava com parte do salário
que ela recebia do gabinete.Flávio é investigado sob suspeita de
peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Não há
informações detalhadas sobre os próximos passos da investigação nem
previsão de conclusão porque os processos correm sob sigilo.O senador nega ter cometido qualquer ilegalidade no caso.
China e Índia: o que há por trás da escalada de tensão que deixou 20 soldados mortos em choque na fronteira
Getty Image caption
Índia e China entraram em conflito sobre quem possui território no alto do Himalaia
Índia e China, as duas nações mais
populosas do mundo — com os dois maiores exércitos e armas nucleares —
estão em conflito há semanas no Himalaia.
Mas a crise escalou
nesta terça-feira. O exército indiano diz que três de seus soldados,
incluindo um coronel, foram mortos em combates corpo a corpo com tropas
chinesas.
Na noite de terça-feira no horário local, a imprensa
indiana informou que o exército tinha perdido 20 homens e "infligiu 43
baixas aos chineses".
A China ainda não confirmou o número de mortos e feridos.
Foram as primeiras mortes em mais de quatro décadas na disputa pela fronteira reivindicada pelos
Como surgiu o confronto mais recente e o que está por trás dele?
Acúmulo de tensões
A
área do confronto de terça-feira está exatamente na fronteira — chamada
de Linha de Controle Real ou LAC (na sigla em inglês) — entre os dois
países no vale de Galwan, em Ladakh.
Isso ocorre na
disputada região da Caxemira, que é altamente militarizada e ponto de
frequentes conflitos por causa de reivindicações territoriais
concorrentes entre Índia, Paquistão e China.
No vale de Galwan,
muitos incidentes entre patrulhas indianas e chinesas têm sido
registrados. Desde abril, os dois lados acumulam tanques, artilharia e
tropas nas proximidades do vale.
As forças terrestres são apoiadas por helicópteros de ataque e aviões de combate.
No início de maio, as tensões aumentaram depois que a imprensa
indiana disse que as forças chinesas montaram tendas, cavaram
trincheiras e transportaram equipamentos pesados vários quilômetros
para dentro do que era considerado pela Índia como seu território.
O
movimento ocorreu depois que a Índia construiu uma estrada de várias
centenas de quilômetros para ligar uma base aérea de alta altitude que
reativou em 2008.
A Índia culpou a China pela situação. "Durante o
processo em andamento no vale de Galwan, um confronto violento ocorreu
ontem à noite com vítimas de ambos os lados", diz um comunicado do
Exército indiano.
A China, por sua vez, pediu à Índia "para não
tomar medidas unilaterais ou criar problemas", e o porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que foi a
Índia que cruzou a fronteira, "provocando e atacando o povo chinês,
resultando em sério confronto físico entre as forças fronteiriças dos
dois lados".
Qual é o pano de fundo dessa disputa?
Vários fatores levaram a esse confronto, mas objetivos estratégicos concorrentes estão na sua raiz.
A Índia e a China compartilham uma fronteira com mais de 3.440 km e reivindicações territoriais ao longo dela. Direito de imagemGetty ImagesImage caption
Este pitoresco lago está entre as regiões disputadas entre os gigantes asiáticos
Desde a década de 1950, a China se recusa a reconhecer as fronteiras traçadas durante a era colonial britânica.
Em 1962, isso levou a uma guerra breve e brutal, que resultou em uma humilhante derrota militar para a Índia.
Propostas e contrapropostas
Desde essa guerra, Índia e China se acusam mutuamente de invasão.
A Índia diz que a China está ocupando 38 mil km² de seu território — que fica na área onde o atual confronto está ocorrendo.
A China reivindica todo o Estado de Arunachal Pradesh, que chama de Tibete do Sul.
Getty Image caption
Durante a guerra de 1962, o exército chinês foi capaz de superar os postos indianos sem muita resistência
Existem também várias outras regiões em que os dois países têm opiniões diferentes sobre a localização da fronteira.
A
Linha de Controle Real é mal demarcada e fica em Ladakh, onde há muitos
rios, lagos e calotas de neve — o que significa que a linha que separa
os soldados pode mudar e eles geralmente se aproximam do confronto.
Várias
rodadas de negociações nas últimas três décadas falharam em resolver as
disputas de fronteira, mas mantiveram um certo grau de estabilidade na
região.
Construindo infraestrutura
Para
apoiar as tropas posicionadas em um terreno tão hostil e sem
habitantes, os dois lados estão construindo uma infraestrutura
ferroviária e rodoviária.
Sob o governo de Narendra Modi, a Índia
começou a construir dezenas de estradas ao longo da LAC e está correndo
para cumprir o prazo de dezembro de 2022 para concluir esses projetos.
Uma dessas estradas vai para o vale de Galwan, onde o atual conflito aconteceu.
A
China também vem construindo estradas e infraestrutura em uma área
estrategicamente importante para Pequim, pois conecta sua Província de
Xinjiang ao oeste do Tibete.
Poder global x poder regional
A
economia chinesa é quase cinco vezes maior que a da Índia. A China se
vê competindo para substituir os EUA como a potência mundial dominante.
A Índia, por outro lado, abriga visões de uma ordem mundial multipolar, onde espera desempenhar um papel significativo. Direito de imagemGetty ImagesImage caption
China e Índia estão levando reforços para a região, incluindo artilharia
Os políticos e analistas indianos às vezes falam
como se a Índia e a China fossem potências iguais, sem reconhecer os
avanços maciços da China.
Em agosto de 2019, a Índia tomou a
decisão controversa de acabar com a autonomia limitada de Jammu e
Caxemira, e reformulou o mapa da região — uma ação que a China denunciou
como hostil.
Isso criou o novo Ladakh, administrado pelo governo
federal, que incluía Aksai Chin, uma área que a Índia reivindica, mas
controlada pela China. O confronto ocorreu nessa área.
Fator Paquistão
Uma
das raízes da desconfiança da Índia está na relação entre China e
Paquistão, aliados de longa data. O governo indiano acusa os chineses de
terem ajudado os paquistaneses a obter tecnologia nuclear e mísseis. Image caption
A suspeita é de que um dos soldados mortos seja o sargento Havildar Palani
A alta cúpula do governo nacionalista hindu BJP da
Índia também conversa sobre a recuperação da Caxemira, administrada pelo
Paquistão.
Uma rota estratégica, a rodovia de Karakoram, passa
por essa área que liga a China ao Paquistão. Pequim investiu cerca de
US$ 60 bilhões (cerca de R$ 314 bilhões) na infraestrutura do Paquistão —
o chamado Corredor Econômico da China no Paquistão (CPEC, por sua sigla
em inglês) — como parte de sua Iniciativa Belt and Road, e a rodovia é a
chave para o transporte de mercadorias de e para o porto de Gwadar, no
sul do Paquistão. O porto dá à China um ponto de apoio no mar da Arábia.
A Índia teme que, em um futuro próximo, Gwadar seja usado para apoiar as operações navais chinesas no mar da Arábia.
Questão Tibete
Por
sua vez, a China suspeita da relação entre o governo indiano e o líder
tibetano, Dalai Lama. O líder espiritual fugiu para a Índia após o
levante fracassado em 1959 no Tibete.
A Índia se recusou a
reconhecer o governo tibetano no exílio, mas seu líder estava entre os
convidados durante a cerimônia de posse do primeiro-ministro Modi em
2014.
A China não leva a sério as aspirações geopolíticas da Índia
e a vê como um país que poderia colaborar com seus rivais tradicionais
como EUA, Japão e Austrália. Direito de imagemGetty ImagesImage caption
China quer que a Índia controle o movimento de independência tibetana
A Índia também alterou as regras para proibir que
empresas chinesas assumam o controle de empresas indianas quebradas
devido às perdas causadas pela pandemia.
Mas a China continua
sendo o segundo maior parceiro comercial da Índia — assim como com a
maioria dos países, a China desfruta de um enorme superávit comercial em
relação à Índia.
Negociações
No passado recente, as patrulhas de fronteira de ambos os exércitos se enfrentavam centenas de vezes todos os anos.
Em 2013 e 2017, isso levou a impasses sérios que terminaram após semanas de manobras políticas e diplomáticas.
Após
o último impasse em 2017, Modi e o presidente chinês Xi Jjinping
realizaram duas cúpulas informais para resolver suas diferenças.
Índia
e China estão mantendo conversas para neutralizar a situação — oficiais
militares se reuniram em 6 de junho e novamente na terça-feira após o
incidente.
A reunião mais recente foi realizada no ponto de patrulha 14 em Galwan, perto do local onde as mortes ocorreram.
Esse
confronto sem dúvida aumentará a desconfiança entre as duas nações, o
que pode exigir intervenção política entre as cúpulas para evitar que a
situação fuja do controle.
Coronavírus: as estratégias e desafios dos países que estão reabrindo suas escolas
Getty ImagesImage caption
Carteiras viradas para frente, em vez de todos
sentados juntos no chão: o novo formato na educação infantil britânica
em meio à pandemia
Em Cingapura, alunos limpam as
próprias carteiras escolares e fazem um caminho pré-determinado até suas
salas de aula. Na França e na Coreia do Sul, algumas escolas reabertas
tiveram de fechar, por conta de novos focos de covid-19. No Reino Unido,
um dos países que reabriu as escolas recentemente, menos da metade dos
alunos esperados apareceram na volta às aulas em algumas delas.
A
expectativa de retorno à escola traz sensações mistas de alívio e
preocupação a muitos pais — prenunciando uma possível volta à rotina,
mas também o medo de expor as crianças (e suas famílias) ao contágio
pelo coronavírus.
No Brasil, as secretarias estaduais de educação
ainda não têm previsão de quando as aulas presenciais retornarão.
Estados como Maranhão e Rio Grande do Sul adiaram seus anúncios de
abertura de escolas.
Mas o Conselho de Secretários Estaduais da Educação (Consed)
afirmou que "está trabalhando com suas equipes nas estratégias
sanitárias, financeiras e pedagógicas que serão colocadas em prática a
partir do momento em que as datas forem definidas".
O Consed elaborou diretrizes
para ajudar redes e escolas no retorno. Entre as orientações, estão a
de se suspender atividades presenciais em grupos, limitar a quantidade
de alunos à metragem da sala, revezar horários de entrada, saída e
recreação, sinalização de rotas dentro da escola para minimizar as
chances de contato entre alunos e criar rotina de triagem e higienização
na entrada das escolas.
Na parte pedagógica, o documento orienta as escolas a ampliar sua
jornada diária e a repor aulas aos sábados e à noite, para compensar as
perdas da quarentena; a dar apoio psicossocial a alunos e professores e a
fazer uma busca ativa de alunos que possam ter decidido abandonar os
estudos durante o período de isolamento.
AFP Image caption
Em Cingapura, medição diária de temperatura e normas
rígidas sobre quais crianças podem circular em quais lugares
Na prática, muitas dúvidas práticas permanecem nas
cabeças de pais e educadores. Como escalonar a volta das crianças e
jovens à escola — e quais devem ter prioridade? Como garantir medidas de
distanciamento social com as crianças pequenas? Quais devem ser as
prioridades da escola na pós-pandemia? E, principalmente, como ter
certeza de que o ambiente escolar não vai virar um foco de proliferação
da covid-19?
O Consed diz que se baseou nas opiniões de seus
técnicos e nas experiências internacionais de volta às aulas. A BBC News
Brasil coletou algumas dessas experiências a seguir:
As crianças pequenas
Alguns
dos países que reabriram suas escolas priorizaram as crianças menores,
por sua menor taxa de adoecimento e para liberar seus pais para voltar
ao trabalho. É, também, uma das etapas mais difíceis de se fazer um
ensino remoto de qualidade.
No entanto, é também uma faixa etária
que tem mais dificuldades em fazer atividades sentadas em carteiras,
com coleguinhas distantes entre si.
No Reino Unido, que reabriu
parte de suas escolas em 1° de junho, crianças da pré-escola e anos
iniciais não puderam mais fazer as aulas sentadas lado a lado no
carpete, como de costume, mas sim enfileiradas em carteiras — um modelo
de sala de aula mais antiquado e menos interativo.
Cada turma foi
dividida em dois grupos: um deles frequenta as aulas de segunda e
terça; o outro, de quinta e sexta-feira. Na quarta-feira, a sala de aula
é limpa minuciosamente. Todas as classes foram equipadas com álcool gel
e lenços umedecidos.
Mesmo assim, na escola que foi acompanhada
pela BBC em seu primeiro dia de retomada, apenas 32 crianças apareceram,
de um total de 85 que eram esperadas, mostrando que muitos pais ainda
têm receio de colocar os filhos de volta no ambiente escolar.
Uma
mãe que levava seu filho, porém, afirmou que o menino estava "implorando
para voltar à escola". "O principal para mim é a normalidade e a saúde
mental dele. Ele precisa da interação com seus amigos." Direito de imagemGetty ImagesImage caption
Em algumas escolas britânicas, menos da metade dos
alunos esperados apareceram no primeiro dia de volta às aulas
Na Dinamarca, onde as escolas estão reabertas desde
15 de abril, as crianças têm de lavar as mãos de cinco a seis vezes por
dia. Classes de 20 foram divididas em dois, e as crianças são o dia
inteiro lembradas por educadores a ficarem distantes entre si. No
recreio, podem brincar em grupos de no máximo quatro, e cada grupo fica
em um canto do pátio.
Uma menina de 7 anos entrevistada pela BBC admitiu que o mais difícil de tudo era não poder mais abraçar os amigos.
Em
maio, em entrevista ao jornal Guardian, um representante do sindicato
de professores dinamarqueses afirmou que a retomada às aulas ocorreu
suavemente, mas, mesmo assim, confirmou que alguns educadores contraíram
o novo coronavírus depois de voltar ao trabalho presencial.
Em
Cingapura, uma estratégia das escolas para incentivar o uso de máscaras
pelas crianças pequenas foi comprar um estoque extra e pedir que cada
criança decore a sua, "para virar um novo acessório personalizado para
este novo normal", nas palavras de um representante do governo ao jornal
Strait Times.
As escolas do pequeno país passaram a medir a
temperatura dos alunos diariamente, e agora cada um traz suas refeições
de casa. As crianças só interagem em pequenos grupos no recreio e só
podem andar nos corredores das escolas em fila única. Cada grupo tem uma
rota pré-determinada à sala de aula e só pode usar um banheiro
específico, para diminuir as chances de contágio.
Em Portugal, que
tem escalonado sua volta às aulas desde 18 de maio, as crianças da
pré-escola fizeram parte da última leva de estudantes que retornaram à
escola. Em um vídeo produzido pela Direção Geral de Estabelecimentos
Escolares, pede-se que as crianças "não toquem na boca, no nariz e nos
olhos, mesmo que estejam com as mãos limpas", e conversem com os
professores "se estiverem tristes ou se sentindo mal".
Saúde mental e perigo de evasão escolar
Muitos
educadores também se questionam como estarão, do ponto de vista
emocional, as crianças que estão voltando às aulas presenciais. "Para
algumas crianças, a quarentena foi um período seguro e agradável. Para
outras, foi traumática e desafiadora", diz a Fundação Britânica de Saúde
Mental em documento de orientação
à volta à escola, lembrando que muitas famílias podem ter perdido entes
queridos ou sua fonte de renda, ou enfrentado problemas mentais (como
depressão) durante o período de confinamento.
Isso pode se
refletir em crianças mais retraídas, ansiosas ou irritadas em sala de
aula, aponta a fundação. Outras podem ter dificuldades iniciais em se
concentrar e se readaptar à rotina escolar.
Entre as
recomendações do órgão estão dar espaço às crianças para que falem de
seus sentimentos — entre si, em sala de aula e em conversas individuais
com educadores. E também de dar tempo para que os vínculos entre as
crianças e as escolas sejam refeitos.
Ao mesmo tempo, o bem-estar
físico e mental das crianças tem sido usado também como argumento por
gestores para defender a volta às aulas. Direito de imagemGetty ImagesImage caption
Ministro francês considerou a volta às aulas uma 'emergência social'
Na França, o ministro da Educação, Jean-Michel
Blanquer, disse que se tratava de uma "emergência social" colocar os
jovens de volta nas escolas, pelo medo de que uma parcela dos alunos não
conseguisse concluir os estudos ou evadisse, criando "uma geração
perdida de crianças que foram impedidas por meses de frequentar a
escola".
No relatório Estratégias para a Reabertura de Escolas,
feito por Unicef, Unesco, Banco Mundial e o Programa da ONU para
Alimentação, os organismos afirmam que "quanto mais tempo as crianças
marginalizadas ficarem fora da escola, menor é a probabilidade de que
retornem. Crianças de lares mais pobres já têm cinco vezes mais
probabilidade de não estar na escola primária, em comparação com lares
mais ricos. Ficar fora da escola também aumenta o risco de gravidez na
adolescência, exploração sexual, casamento infantil, violência e outras
ameaças."
O debate de quando reabrir
Mas
qual é a hora certa de reabrir? "O momento de reabertura de escolas
deve ser guiado pelo melhor interesse das crianças e por preocupações
gerais de saúde pública, com base na avaliação dos riscos e benefícios e
das evidências (locais)", diz o documento da ONU.
Não é uma
avaliação simples. Na França, por exemplo, onde a reabertura começou em
11 de maio, algumas escolas tiveram de fechar temporariamente na semana
seguinte, depois que surgiram 70 novos casos de covid-19 no ambiente
escolar (embora a percepção fosse de que, diante do tempo de incubação
do coronavírus, o contágio dessas pessoas provavelmente ocorreu antes da
volta às aulas).
No Reino Unido, a reabertura das escolas
encontrou resistência entre cientistas e gestores escolares, muitos dos
quais consideraram 1° de junho cedo demais em um país com um dos mais
altos números de mortes por covid-19 no mundo. Algumas escolas se
mantiveram fechadas a despeito da autorização do governo e, na Escócia, a
volta às aulas é prevista apenas para agosto, e mesmo assim em modelo
híbrido — parte dos estudos em casa, e outra parte no ambiente escolar.
Recreio em Cingapura agora tem lanches trazidos de casa e menos interação entre crianças
Em meados de junho, alunos mais velhos já começaram a
voltar à escola, mas quase todos eles só estão tendo aulas presenciais
por no máximo dois dias por semana.
Mesmo 15 dias depois do início
da retomada, ainda há dúvidas quando algumas escolas devem ser
reabertas, abrindo uma disputa entre parlamentares e sindicatos de
professores.
O parlamentar trabalhista Jonathan Gullis acusou o
Sindicato Nacional de Educação britânico de "promover uma campanha
política (...) para garantir que as escolas não reabram". Uma
representante do sindicato afirmou que, com a atual proporção alta de
alunos por professores, é muito difícil reabrir as escolas e garantir
medidas de segurança e distanciamento social.
Na Coreia do Sul, à
semelhança da França, algumas escolas fecharam poucos dias após
reabrirem, diante de novos picos de casos de covid-19 no país. Mais de
cem escolas sul-coreanas também adiaram sua reabertura.
Mas, mesmo
com adiamentos, a reabertura tem ocorrido ali: a última leva de
estudantes estava prevista para voltar às escolas no dia 8. O que tem
sido feito para mitigar os riscos é escalonar não apenas as séries com
aulas, mas também horários de aula, de almoço e recreio. O tempo de aula
presencial é menor do que o pré-pandemia, e parte do conteúdo segue
sendo ensinado no ambiente virtual.
No início, classes do ensino fundamental poderão funcionar com um terço dos alunos; as do ensino médio, com dois terços.
O
governo sul-coreano também tem inspecionado escolas e, apenas entre as
preparatórias para o vestibular, foram encontradas 10 mil com problemas
de adequação às novas normas sanitárias.
E a reabertura tem
despertado dúvidas, segundo o jornal Korea Times. Como apenas os alunos
do último ano do ensino médio estão autorizados a frequentar as escolas
todos os dias, alguns pais dos alunos das demais séries têm se
questionado se é produtivo mandar seus filhos à escola apenas um ou dois
dias por semana, e se isso vale a pena o risco de as crianças
contraírem a covid-19.
Em Cingapura, o escalonamento e a
supervisão também são rígidos. Os primeiros a regressar à escola foram
os dos anos finais do ensino médio, que se preparam para exames de
ingresso nas universidades. E lá também ainda estão sendo mescladas
atividades presenciais com as virtuais.
Alunos mais velhos são
responsáveis por higienizar as próprias carteiras escolares. Aulas de
educação física são feitas em ginásios grandes, com alunos fazendo
atividades físicas individuais orientadas por um professor em um
microfone.
Normas de higiene
Direito de imagemGetty ImagesImage caption
Alunos lavando as mãos na França; algumas escolas
voltaram a ser fechadas temporariamente após surgirem novos casos de
covid-19
Em todos os países, a preocupação maior, é claro, é com as normas de higiene para reduzir a chance de contágio.
Os CDCs, centros de controle de doenças dos EUA, produziram um guia
com orientações específicas de higiene: desde a diluição ideal para
desinfetantes até orientações para deixar as salas mais ventiladas e com
o máximo possível de exposição ao sol, o que ajuda a matar o
coronavírus. Outra orientação importante é de que escolas e demais
locais não estoquem materiais de limpeza em excesso, para evitar a
escassez em varejistas.
O documento da ONU de reabertura de
escolas pede que países e regiões emitam protocolos de higiene que sejam
claros e de fácil entendimento, que educadores de grupos de risco sejam
preservados do ambiente presencial, que exames escolares não essenciais
sejam adiados, que pagamentos de salários sejam preservados e que a
higiene pessoal ganhe novo protagonismo neste período de pandemia.
Em
artigo na revista científica Lancet, membros da Unesco falam da
promoção da "alfabetização higiênica": "professores devem agir como
promotores da saúde para seus alunos desde cedo, estimulando ativamente
hábitos de atividades físicas, boa higiene pessoal e dieta balanceada, e
advertindo para as consequências de comportamentos de risco", diz o
texto.
"Pode-se usar para isso uma grande variedade de atividades
participativas, como debates, trabalhos em grupo, atividades baseadas em
situações da vida real, contação de histórias, simulações, jogos
educativos, artes, música, teatro e dança."
Quando da campanha eleitoral para a sucessão de Itamar Franco, que
completou o mandato de Collor de Mello, eu já sabia que Fernando
Henrique Cardoso não era flor que se cheire. Sua arrogância e antipatia
eram patentes na campanha eleitoral e ele dispunha do maior tempo na tv.
Eu percebi a mendacidade das suas palavras, embora ainda pouco
conhecesse da pessoa. Afinal ele não colocava o dedo nas verdadeiras
feridas.
Intelectual de esquerda, conhecido como tal de longa data, acabou
vencendo a eleição graças ao medo que grande parte do eleitorado tinha
de Lula. Mal sabiam os eleitores que os dois eram amigos, como se pode
facilmente constatar pesquisando na internet. Consta mesmo, como eu ouvi
de várias fontes, que FHC costumava comparecer nos comícios de Lula e
nas primeiras reuniões de formação do PT, o fato é que nosso povo caiu
numa grande esparrela. Quando a inclinação era para a direita elegeram
FHC que ficou com fama de direitista sendo esquerdista (afinal onde já
se viu liberal de direita?). Governou tão mal como esquerda enrustida
que o eleitorado se voltou para a esquerda explícita e elegeu Lula.
FHC é o grande responsável pelo desastroso Plano Real, que arruinou o
país. Itamar Franco revelou muitos anos depois que o Real nunca foi
plenamente executado porque FHC não tratou das reformas previstas,
preferindo tratar da sua reeleição.
Bem que o saudoso patriota Dr. Enéas Carneiro chamava o Real de "plano diabólico", e com toda a razão.
A minha experiência pessoal foi horrível. No início do governo
neoliberal eu tinha reservas financeiras. Em poucos meses elas acabaram e
eu passei a ter dívidas, e nunca mais pude me recuperar. Até hoje vivo
na corda bamba, arruinado pelo Plano Real e pelo horripilante governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Já naquela época a corrupção era terrível e o presidente revelava grande
desinteresse pelo povo, que ele olhava de cima de sua arrogância. A
rigor deveria ter sido afastado, mas foi blindado. E ainda fez chegar ao
poder o indesejável Lula.
Agora vemos esse homem repugnante continuando a meter o nariz na
política nacional, engrossando a fileira da esquerda radical que quer
derrubar Bolsonaro por meio de insidiosa campanha de difamação, aliás de
linchamento moral sem precedente no país e talvez só comparável ao que
os odiadores de internet fazem com a menina sueca Greta Thunberg.
Mas eu pergunto: que moral tem um homem como Fernando Henrique Cardoso,
com todo o seu passado de maldade e prepotência, para falar mal de Jair
Bolsonaro ou de quem quer que seja?
Miguel Carqueija
Enviado por Miguel Carqueija em 10/06/2020 https://www.recantodasletras.com.br/redacoes/6973515
Gratidão a você, Miguel, por compartilhar e me permitir republicar!!
(Que a vida não me apague da memória fatos como esse!) Mãe de Miguel defende punição para ex-patroa: 'antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente', diz em carta
Mensagem
da doméstica responde à carta de Sari Corte Real, que estava com o
menino antes de ele cair do 9º andar de prédio no Recife.
Por G1 PE
10/06/2020 12h02 Atualizado há 5 horas
Mirtes, mãe do menino Miguel, assina carta em resposta a Sari Corte Real
Após o filho de 5 anos morrer ao cair do 9º andar do prédio onde trabalhava, no Recife, a doméstica Mirtes Renata Santana escreveu, nesta quarta (10), uma carta à ex-patroa Sari Corte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). "Eu não recebi qualquer pedido de desculpas", disse a mãe do menino em resposta a um texto que a primeira-dama havia divulgado, pelo advogado, pedindo perdão a Mirtes (veja vídeo acima).
"Perdoar
pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A
aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento,
permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão.
Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente", afirmou a mãe do
menino no texto, que foi escrito com auxílio de um advogado.
Ainda na mensagem, Mirtes disse que a carta divulgada por Sari não foi
destinada a ela. "A carta de perdão foi dirigida à imprensa, o que me
faz pensar que eu não era destinatária, mas sim a opinião pública com a
qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser esse um ano de eleição",
afirmou Mirtes na carta.
Miguel Otávio, de 5 anos, morreu ao cair do 9º andar de edifício no Recife — Foto: Reprodução/Facebook
No texto, escrito com o auxílio de um advogado, Mirtes contou não ter
rancor, mas, sim, saudade do filho. "Eu não tenho forças neste momento,
não tenho chão. Não tenho vida!", declarou.
Ainda na carta, a empregada doméstica descreveu como está a vida sem o
filho. "O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do
filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo 'mamãe'
quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe,
sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de
existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho,
minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias", disse.
Também no texto, Mirtes se referiu, mais de uma vez, à carta divulgada
por Sari dias após a morte de Miguel. "Após poucos dias, é desumano
cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível.
Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela
agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele
pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser 'filho da
empregada'", afirmou a doméstica.
Mirtes Santana guarda pertences do filho Miguel, morto após cair de prédio de luxo no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra da carta
"SOBRE O PERDÃO PEDIDO POR SARI
Eu
não recebi qualquer pedido de desculpas. A carta de perdão foi dirigida
à imprensa, o que me faz pensar que eu não era destinatária, mas sim a
opinião pública com a qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser
esse um ano de eleição.
Eu
não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem
é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso
nas suas brincadeiras, pelo “mamãe” quando precisa do colo e do abrigo
de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não
apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel?
Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e
acordava todos os dias.
Quando
eu grito que quero justiça, isso significa que eu preciso que alguém
assuma a minha dor, lute minha luta, seja o destilado da cólera que eu
não quero e nem posso ser. Eu não tenho forças neste momento, não tenho
chão. Não tenho vida!
Após
poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho
dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o
filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse
menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por
ser “filho da empregada”.
Perdoar
pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A
aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento,
permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão.
Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente. Mirtes, mãe de
Miguel (carta escrita com auxílio do advogado constituído)"
Caso Miguel
Vídeo mostra patroa deixando Miguel sozinho no elevador — Foto: Reprodução
Quando caiu do prédio, Miguel estava sob os cuidados de Sari Corte
Real, já que a mãe dele havia descido do apartamento para passear com
uma cadela. Por meio de imagens das câmeras de segurança do elevador, é
possível ver que o menino entrou sozinho e foi seguido por Sari.
A ex-patroa aperta um botão no alto e, em seguida, o elevador se fecha. Miguel já havia apertado outros botões antes.
O elevador para em um dos andares, mas a criança não desce. Ao chegar
ao 9º andar, a porta se abre e Miguel sai do elevador. De acordo com a
perícia feita no dia do acidente, o menino caiu de uma altura de 35
metros. Segundo Mirtes, ele estava respirando quando ela o encontrou.
A criança foi levada ao Hospital da Restauração, na área central do
Recife, mas não resistiu. Mirtes pediu demissão após o ocorrido (veja vídeo abaixo).
Caso Miguel: 'Ver que meu filho não vai mais voltar é muito difícil', diz mãe
O caso ganhou repercussão nacional, com manifestações de vários artistas e criação de um abaixo-assinado virtual com mais de 2,5 milhões de assinaturas pedindo justiça.
O nome de Sari Gaspar Corte Real, primeira-dama de Tamandaré, aparece no portal Dataprev após um pedido de auxílio emergencial, benefício concedido durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
De acordo com o Dataprev, o requerimento do auxílio emergencial foi
feito no dia 14 de maio. O portal recebeu o pedido no dia seguinte e,
até a manhã da terça (9), o requerimento está “em processamento”. Os
dois filhos de Sari, de 6 e 3 anos de idade, estão cadastrados como
parte do grupo familiar.
Procurado pelo G1,
o advogado de Sari Gaspar Corte Real, Pedro Avelino, informou por
telefone que a solicitação de auxílio emergencial feita em nome de Sari é
uma fraude.