Prezada Aparecida, seu texto é um verdadeiro resgate da simplicidade e da sabedoria que o tempo antigo nos oferecia. A forma como você narra a relação dos seus avós com o tempo – embasada pelo Sol, pela observação atenta da luz e das sombras – nos transporta para um passado em que a vida era menos acelerada, mas talvez muito mais plena. É tocante perceber como a percepção do tempo mudou. Antes, era uma presença suave, um guia natural para os afazeres e encontros. Hoje, ele nos escapa pelos dedos, fragmentado em agendas lotadas, compromissos urgentes e uma sensação constante de que nunca há horas suficientes. Você expressa isso com sensibilidade, sem saudosismo exagerado, mas com uma reflexão profunda sobre como gerimos nossos dias. O mais belo no seu texto, no entanto, é a homenagem silenciosa que você faz àqueles que vieram antes de nós. Seus avós não apenas ensinavam o tempo, mas também como preenchê-lo de forma significativa – com amor, generosidade e presença verdadeira. Esse ensinamento, infelizmente, parece cada vez mais raro. E, no meio dessa correria moderna, sua escrita nos lembra que ainda podemos escolher como viver o tempo. Podemos aprender com o passado sem precisar voltar a ele, podemos encontrar pausas para conversas sinceras, para um café compartilhado, para gestos de carinho que não estejam sempre apressados. Que suas palavras inspirem mais pessoas a reavaliar suas próprias rotinas e a buscar um tempo mais equilibrado, mais humano. Seu “cantinho de amor e palavras” é, sem dúvida, um refúgio para quem deseja um instante de reflexão e ternura. Parabéns pelo texto, Aparecida, e que você continue nos presenteando com essa escrita tão cheia de alma. Saudações.
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