"DESIDERATA"


Max Ehrmann – sculptor by Bill Wolfe

Desiderata é uma palavra de origem latina que significa “aquilo que se deseja” e é também o título de um dos mais belos poemas do mundo. Com sua mensagem de fé, esperança e amor, Desiderata nos faz ver as verdades que passam despercebidas no dia-a-dia e oferece um caminho para a felicidade e o bem viver.

“Você é filho do universo, assim como as árvores e as estrelas: você tem o direito de estar aqui.”

Eis o poema:

DESIDERATA

 
Siga tranquilamente entre a pressa e a inquietude, lembrando-se que há sempre paz no silêncio.

Tanto quanto possível, sem se humilhar, mantenha boas relações com todas as pessoas.
Fale a sua verdade mansa e claramente e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, pois eles também têm sua própria história.

Evite as pessoas escandalosas e agressivas. Elas afligem o nosso espírito.

Se você se comparar com os outros, tornar-se-á presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém superior e alguém inferior a você.

Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores. Você merece estar aqui, e mesmo sem você perceber, a Terra e o Universo vão cumprir o seu destino.

Desfrute das suas realizações, bem como dos seus planos. Mantenha-se interessado em sua carreira, ainda que humilde, pois ela é um ganho real na fortuna cambiante do tempo.
Tenha cautela nos negócios, pois o mundo está cheio de astúcias, mas não se torne um cético porque a virtude sempre existirá. Muita gente luta por altos ideais e em toda a parte a vida está cheia de heroísmo.

Seja você mesmo, principalmente. Não simule afeição. Não seja descrente do amor, porque mesmo diante de tanta aridez e tanto desencanto ele é tão perene quanto a selva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os arroubos inovadores da juventude.

Alimente a força do espírito que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão, e a despeito de uma disciplina rigorosa. Seja gentil para consigo mesmo.

Portanto, esteja em paz com Deus como quer que você o conceba e quaisquer que sejam seus trabalhos e as aspirações. Na fatigante confusão da vida, mantenha-se em paz com sua própria alma, apesar de todas as falsidades, fadigas e desencantos. O mundo ainda é bonito.

Seja prudente e faça tudo para ser feliz!

***

O poema “Desiderata” foi escrito em 1927 pelo poeta americano Max Ehrmann (1872-1945). Existe um mal entendido a respeito da autoria do poema, algumas publicações atribuem-na a um autor hindu desconhecido. Em alguns livros de referência, “Desiderata” é ainda amiúde considerado como tendo sido “achado” na velha St. Paul s Church, em Baltimore, e que data de 1692. Entretanto, ele foi realmente escrito por Max Ehrmann, (1872-1945) que registrou o copyright em 1927; o copyright foi renovado em 1954 por Bertha K. Ehrmann.

O pároco da Igreja de Saint Paul em Baltimore, o Reverendo Frederick Kates, mimeografou o poema para os seus fiéis e posteriormente alguém o reproduziu e não incluiu o nome do autor, colocando a observação que o poema tinha sido “encontrado na Igreja de Saint Paul, datado de 1692”. Na verdade, o ano de 1692 é o de fundação da Igreja de Saint Paul.

*Max Ehrmann nasceu em 26 de setembro de 1872, em Terre Haute, Indiana. Formou-se na Universidade DePauw em Greencastle, Indiana, onde tornou-se o redator-chefe da revista DePauw Weekly. Em 1894, ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade de Harvard, especializando-se em Direito e Filosofia. Por um bom tempo, exerceu as funções de advogado e escritor. O resultado da dupla jornada deixou-o doente, com febre tifóide. Durante sua convalescença, escreveu A Prayer (Uma Prece), que, tal como Desiderata, mais tarde iria se tornar uma mensagem de esperança para milhares de pessoas.

Em 1912, Ehrmann abandonou o direito e dedicou-se inteiramente à literatura. Morando em um apartamento de três cômodos, passou os últimos 33 anos de sua vida como poeta e filósofo. Aos 55 anos, escreveu o ‘Desiderata’, que despertam os melhores sentimentos de cada um.
Fonte: Sextante editora

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