terça-feira, 3 de março de 2020

Dráuzio Varella emociona ao abraçar mulher trans em presídio: ‘Solidão né, minha filha?’

Dráuzio Varella faz reportagem sobre mulheres trans em presídios
Dr. Dráuzio Varella atua como voluntário dentro de presídios há mais de 30

A dura realidade das mulheres trans que vivem em presídios foi tema de uma reportagem exibida no Fantástico desse domingo (1°). Conduzida pelo médico Dráuzio Varella, a história sofrida das mulheres e a abordagem humanizada dele deixaram boa parte da audiência em lágrimas.
Em um dos momentos mais tocantes, uma das trans, com os olhos marejados, revelou ao médico que não recebeu nenhuma visita na cadeia em um intervalo de 8 anos. “Solidão né, minha filha?”, comentou Dráuzio, acolhendo a presidiária com um abraço em seguida.d
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A reportagem contou as dificuldades que as mulheres trans enfrentam no sistema carcerário, como o preconceito, HIV, solidão, violência, falta de suporte de amigos e familiares, entre outros. Com a repercussão, o nome de Dráuzio se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a exibição do programa.

Mulheres trans nos presídios

Só nos presídios paulistas, existem 700 mulheres trans. Há décadas, Dráuzio trabalha como médico voluntário em penitenciárias e conhece de perto a realidade nesses locais. Na reportagem, o médico conta que começou a atender mulheres trans quando trabalhava no Carandiru.
“Só que eu não entendia nada. E aí fui estudar um pouco, fui ler um pouco e comecei a dar palestra para as trans. Acho que no fim a cadeia faz um pouco parte da história de vida da trans, porque existe uma pressão da sociedade para que a trans seja marginal”, relatou.
Uma das questões abordadas foi a necessidades de mulheres trans usarem a prostituição para sobreviver nas prisões. Segundo a presidiária Susy Santos, de 30 anos, o preconceito impede qualquer outra saída para as mulheres trans se manterem. “Na cadeia você é obrigada a se prostituir por uma pasta de dente, um sabonete, um prato de comida”, relata.
Outra questão levantada pelo médico foi a convivência com altos índices de contaminação por HIV. Drázio disse que testou no Carandiru 82 mulheres trans, das quais 79% eram HIV-positivas. “Um dia eu fui dar uma aula, aí uma menina falou ‘o que nós precisamos é de camisinha’. Eu não esqueço essa história porque foi o dia que estourou o massacre do Carandiru”, narrou.

‘Dráuzio para presidente’

Após a reportagem, o médico de 76 anos recebeu uma série de elogios por sua postura com as presidiárias. “Há muitos anos, Dráuzio Varella trata como GENTE os cidadãos mais marginalizados da sociedade. Sempre foi um homem à frente de seu tempo”, comentou um usuário do Twitter. Confira parte da repercussão na web!

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