Informalidade atingiu 41,1% da população ocupada, em média, em 2019 - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
A taxa média de desocupação caiu de 12,3% em 2018 para 11,9% em 2019, a segunda queda anual consecutiva, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (31) pelo IBGE. A pesquisa revelou um contingente de 12,6 milhões de pessoas desocupadas, no ano passado, 1,7% a menos do que em 2018. Porém, na comparação com o menor ponto da série, quando atingiu 6,8 milhões em 2014, a população sem trabalho quase dobrou, crescendo 87,7% em cinco anos. A informalidade – soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – atingiu 41,1% da população ocupada, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas, o maior contingente desde 2016, apesar da estabilidade em relação a 2018. “Houve um aumento de 0,3 ponto percentual e um acréscimo de um milhão de pessoas”, avalia a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.
O Brasil conta com 11,6 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, exceto empregados domésticos – expansão de 4% em relação a 2018 e o mais alto patamar da série histórica iniciada em 2012. O número de trabalhadores por conta própria atingiu o maior nível da série, subindo para 24,2 milhões, sendo que a maior parte (19,3 milhões), sem CNPJ. O número também representa um acréscimo de 3,9 milhões de pessoas desde 2012. Na comparação com 2018, a expansão foi de 4,1% (958 mil).
Esses dados mostram que apesar da ligeira melhora no número de
trabalhadores com carteira assinada, com a expansão de 1,1% pela criação
de 356 mil vagas - interrompendo a trajetória descendente entre 2015 e
2018 –, ela não foi acompanhada pelos indicadores de informalidade na
passagem de 2018 para 2019. Do acréscimo de 1,8 milhão no número de
ocupações, 446 mil foram vagas sem carteira assinada; e a maior parte,
958 mil, são ocupações de trabalhadores por conta própria, dos quais 586
mil sem CNPJ.
Já o número de trabalhadores domésticos chegou a 6,3 milhões,
permanecendo praticamente estável em relação à estimativa de 2018 (6,2
milhões). Mas o número de pessoas com carteira assinada caiu 3%, de
1,819 milhão para 1,764 milhão, enquanto o contingente sem carteira
assinada manteve-se estável, somando 4,5 milhões.
O número de empregadores totalizou 4,4 milhões em 2019, estável em
relação à 2018, mas representando um crescimento de 24,5%, frente ao
início da série, em 2012. “Porém esse aumento se deu, principalmente, na
faixa dos pequenos empregadores. Do total, 3,6 milhões possuíam CNPJ,
enquanto 832 mil não tinham esse registro em 2019”, diz Adriana
Beringuy.
Outro indicador em destaque é a população subutilizada na força de
trabalho – inclui pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de
horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial -, que chegou a 27,6
milhões em 2019, o maior valor da série e 79,3% acima do menor patamar
(15,4 milhões), apurado em 2014.
Entre os grupos de atividades, transporte, outros serviços,
alojamento e armazenamento, construção e serviços domésticos
apresentaram as menores participações na série. Mas a construção
apresentou, em 2019, reversão no movimento de retração, totalizando 6,7
milhões de trabalhadores. A agricultura e a indústria mantiveram-se
estáveis com 8,5 milhões e 17,7 milhões de trabalhadores,
respectivamente. As maiores expansões foram em transporte (4,6%),
informação e comunicação (4,1%) e outros serviços (3,9%).
Empregos com carteira assinada avançam no quarto trimestre
No fechamento do último trimestre de 2019, a taxa de desocupação
recuou para 11%, com uma redução de 883 mil pessoas - e somando um
contingente de 11,6 milhões -, frente ao trimestre de julho a setembro
de 2019, quando a desocupação foi estimada em 12,5 milhões de pessoas,
ou 11,8%. Essa é a menor taxa do trimestre terminando em dezembro, desde
2015, quando atingiu 8,9%.
O período também registrou queda na comparação com o mesmo trimestre
do ano anterior, quando a taxa foi estimada em 11,6%, uma redução de 520
mil pessoas desocupadas.
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