Donald Trump e Kim Jong-un caminham sobre terrotório norte-coreano - Foto: Reprodução YouTube
O líder da República Popular da Coreia, Kim Jong-un, recebeu Moção de Louvor da Câmara Municipal do Rio, no dia 29 de novembro. A homenagem, concedida pelo vereador Leonel Brizola Neto (PSOL-RJ), ganhou repercussão nesta quinta-feira (12) e gerou polêmica nas redes. O PSOL foi parar no topo dos assuntos mais comentados do Twitter e até parlamentares da legenda criticaram a moção.
No texto apresentado pelo vereador, foi destacado o comando de Kim Jong-un e a reaproximação das Coreias. “Por todo esforço de seu povo e de seu Máximo Dirigente, Excelentíssimo Senhor Kim Jong-un, na luta pela reunificação da Coreia e a necessária busca da paz mundial”, diz o documento.
Segundo reportagem de Felipe Barini, de O Globo, que trouxe a moção à tona, o reconhecimento foi entregue ao norte-coreano em evento que homenageou também o embaixador da Coreia do Norte no Brasil, Kim Chol-hok. O ato foi organizado pelo Centro de Estudos da Política Songun do Brasil, que estuda as bases da doutrina que governa o país asiático.
Críticas
A homenagem gerou muitas críticas nas redes sociais e fez com que o nome do PSOL fosse parar no topo dos assuntos do momento do Twitter. Membros do partido também foram duros quanto à homenagem e disseram que a atitude de Brizola Neto não representa a legenda. A ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) e a deputada federal Fernanda Melchinnona (PSOL-RS) estão entre as que foram às redes condenar a Moção.
“Discordo frontalmente da homenagem feita por Brizola Neto ao ditador da Coreia do Norte. Não representa a maioria do PSOL. Só uma esquerda fora da realidade apoia esse regime. Ali não tem nada de comunismo nos termos pensados por Marx. Nossa luta é por socialismo e liberdade!”, disparou Genro. “Nós do PSOL nunca defendemos o regime ditatorial da Coreia do Norte e a moção do vereador Brizola Neto não representa a opinião do nosso partido. Defendemos o socialismo e a liberdade e nenhum dos dois existe no país de Kim Jong-Un!”, acrescentou Melchionna.
Em nota enviada à Fórum, o vereador Brizola Neto afirma que não se pode isolar e discriminar a Coreia do Norte e diz que a moção “foi motivada pelas conversas de paz estabelecidas na Península ao longo do ano de 2019”. “A unificação e desnuclearização da região é de interesse global. […] Com base na autodeterminação dos povos, é vital que tenhamos boas relações com Pyongyang e que possamos usar o histórico de paz e concórdia que o Brasil acumulou através dos tempos para contribuir nesse processo de pacificação”, disse.
Confira a nota na íntegra:
A Moção concedida ao embaixador da República Popular Democrática da Coreia foi motivada pelas conversas de paz estabelecidas na Península ao longo do ano de 2019.
A unificação e desnuclearização da região é de interesse global. Não faz bem para o mundo isolar e discriminar a RPDC, pelo contrário, com base na autodeterminação dos povos, é vital que tenhamos boas relações com Pyongyang e que possamos usar o histórico de paz e concórdia que o Brasil acumulou através dos tempos para contribuir nesse processo de pacificação.
No momento em que o Itamaraty se encontra acéfalo, os poderes legislativos, municipal e estadual, ganham grande importância na pasta de Relações Internacionais, principalmente a cidade do Rio de Janeiro que está sempre de braços abertos para todos.
Não nos surpreende a deturpação provocada pela matéria do jornal O Globo, vinte dias depois da entrega da Moção, insinuando que defendemos violações de direitos humanos. Pelo contrário, a tradição trabalhista e brizolista, na qual faço parte, preza pela defesa intransigente dos Direitos Humanos, diferente da Globo, que sempre esteve ao lado de regimes ditatoriais e de interesses imperialistas que nunca respeitaram a autodeterminação dos povos e a democracia.
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