“Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então,
naqueles dias, eles jejuarão” (Lucas 5,35).
Os
fariseus e os mestres da Lei estavam incomodados porque
os
discípulos de João jejuavam, faziam penitência; enquanto
que
os discípulos de Jesus não os faziam. Jesus proclamava:
“Como
pode o noivo estar presente no casamento e a pessoa
estar
lá com ar sombrio, triste, fazendo jejum, quando o momento é
de festa?” (cf. Lucas 5,34).
A
Palavra de Deus está nos dando discernimento para entendermos
que, na vida e na fé, há um tempo para cada coisa; e, cada coisa,
precisa ser vivida no seu tempo e de forma intensa.
Se,
hoje, estamos celebrando a presença de Deus entre nós,
não
há porque nos entristecermos; não há porque nos penitenciarmos,
não há porque jejuarmos, pois, agora, é hora de festejar e de
celebrar.
Não
podemos transformar o domingo, dia do Senhor, num dia
penitente.
Precisamos transformar o dia do Senhor no dia d’Ele,
porque o Cristo vivo está no meio de nós, o Cristo ressuscitado tem
de ser aclamado e celebrado com todo o amor do nosso coração.
Dias
virão em que celebraremos a Paixão e a Morte do Senhor. Há dias que nós
determinamos a nossa própria vida. A Igreja determina, por exemplo,
que, nas sextas-feiras, em memória da Paixão do Senhor,
nos dediquemos mais à penitência, ao jejum sóbrio, mas
que os façamos.
Com a mesma intensidade que vivemos penitências
e jejum, precisamos celebrar a vida nova de
Deus em nós
Não
podemos simplesmente achar que a força da penitência e
do
jejum resolvam todas as coisas. Com a mesma intensidade que precisamos viver
penitências, praticar o jejum, nós também, precisamos celebrar a vida nova de
Deus em nós. Isso é sobriedade, discernimento e vida plena de Deus em nós.
Há
dias que precisamos chorar e lamentar pela pessoa que faleceu, o que não
podemos é transformar a vida inteira num velório. Há o momento de chorar, mas
há o momento de levantar a cabeça e se reerguer. Há os momentos em que estamos
muito alegres, mas não podemos ficar alegres e celebrando o tempo inteiro.
Precisamos parar, recolher, rever e assim por diante.
A
graça de Deus é um vinho novo e faz novas todas as coisas. Precisamos de um
novo coração, de uma nova mentalidade para acolher a novidade do Reino, porque,
senão nos fechamos em nossos pensamentos, nos nossos sentimentos, nas nossas
concepções de vida. “Nasci assim, vou morrer assim; penso assim, é assim que
tem de ser”, desse modo, Deus não realiza o novo em nossa vida.
A
graça nova, o vinho novo chegaram até nós, por isso, os acolhamos com todo o
amor; silenciemos quando é preciso silenciar; façamos jejum quando é preciso
fazer jejum; mas é importante ter sempre um coração novo para acolher o novo de
Deus.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
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