Crise financeira levou governo a cogitar intervenção no Rio



A situação financeira do Rio de Janeiro é tão grave que o governo federal chegou a cogitar a possibilidade de decretar intervenção federal no Estado. 

A ideia, no entanto, foi afastada diante das consequências que implica, como a proibição, por exemplo, de tramitação e aprovação de mudanças na Constituição – justo neste momento de discussão da reforma da Previdência. 

Segundo cálculos do próprio governo, se medidas de contenção de gastos não fossem tomadas, o déficit dos estados neste ano seria de R$ 20 bilhões; e com todas as medidas encaminhadas, um déficit menor, de R$ 4 bilhões, permaneceria em 2018.
 
A opção do governo foi por uma espécie de "intervenção branca" na gestão financeira do Estado, que ficará preso a compromissos estabelecidos com o governo federal para ingressar no Programa de Recuperação Fiscal. 

Esses compromissos estão expressos no projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso nesta terça-feira (21) e que valerá para todos os Estados que pretenderem aderir ao programa, estabelecendo a exigência do aumento da contribuição previdenciária para servidores ativos e inativos e, ainda, no caso do Rio, o compromisso com a privatização da Cedae, que, aliás, já obteve autorização da Assembléia Legislativa.

No passado, o governo federal chegou a cogitar também intervenção federal em Alagoas, mas desistiu da ideia pela mesma razão. Era o governo de Divaldo Suruagy, e a decisão do governo foi a de recomendar a nomeação do secretário de Fazenda que seguia as orientações no Ministério da Fazenda e era comprometido com o severo ajuste fiscal que passou a ser feito.
 
No caso do Rio, a exigência é convencer os poderes Legislativo e Judiciário da gravidade da situação financeira do Estado, o que vai exigir sacrifício para servidores dos três poderes – não só os do Executivo. Já houve reunião do governador Luiz Fernando Pezão em Brasília em que ele esteve acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani.
 
O projeto a ser encaminhado ao Congresso nesta terça propõe medidas duríssimas e prevê o monitoramento das ações do Estado que aderir ao Programa de Recuperação Fiscal. 

"Isso, para manter a chama acesa", disse um dos envolvidos na proposta do programa, observando que muitas vezes os Estados tomam providências no primeiro ano, mas acabam relaxando as medidas nos anos seguintes.

G1

Comentários

Postagens mais visitadas