Crise em hospital no PI é tão grave que tem gente vendendo vaga na fila
(Se "São Marcos" aqui estivesse certamente estaria muito envergonhado e choraria em solidariedade aos pacientes. Talvez tomasse uma atitude eficaz frente a esse descaso injustificável!!)
Aparecida Ramos
São Marcos é o único hospital de Teresina que atende doentes com câncer.
Malandros se aproveitam da situação pensando em lucrar
A situação da saúde pública no Piauí preocupa, tem gente morrendo a espera de um leito de UTI no estado.
(Se "São Marcos" aqui estivesse certamente estaria muito envergonhado e choraria em solidariedade aos pacientes. Talvez tomasse uma atitude eficaz frente a esse descaso injustificável!!)
Aparecida RamosSão Marcos é o único hospital de Teresina que atende doentes com câncer.
A equipe do Hora 1 acompanhou na madrugada o pessoal chegando e ficando em uma fila imensa para conseguir atendimento e denuncia um novo tipo de comércio: tem malandro tirando vantagem dessa situação e vendendo vaga na fila.
Quando os pacientes chegam na noite anterior, já se deparam com uma fila enorme e os primeiros não estão ali em busca de atendimento.Um vídeo gravado por uma paciente mostra um homem na porta de um hospital guardando lugar na fila para a manhã do dia seguinte. Ele diz que cobra R$ 50 por isso.
Quem recusa a oferta dos aproveitadores fica no chão, em cima de papelões, sem nenhuma garantia de que terá a vaga.
O hospital São Marcos é o único na região que atende pacientes com câncer pelo SUS, 60% das vagas são destinadas ao Sistema Único de Saúde. Muitos vêm de cidades do interior do Piauí e até de outros estados, mas segundo a Secretaria de Saúde de Teresina, responsável pela oferta de vagas, as filas não deveriam existir.
O hospital São Marcos não estaria utilizando o sistema de forma correta para inclusão dos pacientes em uma fila de espera virtual, mas a diretoria tem outra versão sobre a causa do problema. Segundo o diretor técnico Jefferson Campelo, de dezembro para cá, houve uma queda drástica no volume de pacientes atendidos, chegando a deixar o hospital com uma capacidade ociosa, e isso estaria ocorrendo porque o município de Teresina, que define o número de consultas, reduziu muito a oferta.
No meio desse impasse estão pacientes com câncer, muitos em estado grave e que não podem esperar. Uma lei que entrou em vigor no ano passado garante tratamento no prazo máximo de dois meses a partir da confirmação da doença, mas no Piauí, esta determinação não está sendo cumprida.
A saúde pública está refém de um sistema que não funciona e de uma burocracia que atrasa os processos. Existe um impasse entre o governo municipal e o hospital e ele está longe de acabar porque a Secretaria de Saúde informa que, ao contrário do que diz a direção do São Marcos, não reduziu o número de vagas para consulta.
Hora 1
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