Na sombra do inferno

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Sob a arquitetura
do mundo,
amanheço todos os passados
que não foram meus.

No piso das calçadas,
os mortos.
Ah! os mortos...
teimam em reviver
como os prédios antigos.

Dou azo as minhas emoções,
e num tapete rubro
meus olhos
incendeiam o futuro.
Não vejo alegrias
ao fim da estrada,
nem escuto o murmúrio

nas esquinas das capelas.
Somente o riso cínico
me foge, colorindo
a inquietação.
Apesar da lembrança
de um par de olhos
amendoados.

Há um purgatório
infernal de hesitações
que rompe a pústula
de prazeres profundos
quando o espírito ainda vibra
neste corpo amaldiçoado...

Como vibra a existência
e voam-se os dias
deixando escapulir pelos dedos,
Deus, e a própria vida.
*****
Marco Rocca
Poeta/escritor
cadastrado no 
Recanto das Letras.
Imagem: pesquisei no Google.

Comentários

  1. Quanta honra ter o poema "na sombra do inferno", aqui nesse blogger tão badalado de minha amiga Ísis. Esse poema é um poema existencial escrito há mais de 10 anos, onde faco uma reflexão sobre a vida, Deus, e a própria existência. Obrigado e um Fraterno Abraco, Marco

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  2. Eu é que agradeço por me conceder a honra de publicá-lo neste espaço. Fique à vontade, caso deseje postar outras vezes. Abraços

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