Maus islâmicos e Cerveró tentam matar o nosso Carnaval




Leio nos jornais que continuou o veto jurídico do pai do cubismo brasileiro, Nestor Cerveró, a que rostos populares usem a sua máscara no Carnaval. Ooooopa! Como diria Freud, o ato falho é o único que realizamos com sucesso e o que eu queria escrever mesmo era outra coisa: que seguiu o veto a que máscaras populares usassem o rosto de Cerveró.
Outro veto do Tríduo Momesco, vulgo Carnaval: Marchinha clássica do carnaval, a “Cabeleira do Zezé” é alvo de um processo na Justiça fluminense, por citar o profeta Maomé. Segundo reportagem do Jornal Extra, o produtor e apresentador de TV Marcelo Abbas Musauer entrou com uma ação na Justiça, em 2008 contra a Irmãos Vitale, titular dos direitos autorais da marchinha, e contra João Roberto Kelly, compositor da música, alegando que ela denigre a imagem do profeta.
Musauer se apresenta como fiel islâmico e levou a letra, composta há 45 anos, muito à sério. “Será que ele é bossa nova? Será que ele é Maomé? Parece que é transviado. Mas isso não sei se ele é”, diz a canção.
"A música enxovalha o nome de Maomé, que criou uma das maiores religiões do mundo, o islamismo. A música mistura o profeta com uma festa profana. Imagina se fosse com Jesus Cristo e as pessoas gritassem ‘bicha, bicha’?”, defende o apresentador.
O juiz Maurício Chaves de Souza Lima indeferiu o pedido por entender que a marchinha não faz menção à religião islâmica nem faz relação de Maomé a qualquer coisa negativa, e ainda considerou que Musauer é parte ilegítima, já que  a ofensa não seria direta a ele e sim ao profeta e à religião islâmica.

Gente: o que é isso?
O espírito de Carnaval nasceu justamente da tiração de sarro da cara do outro. Quando, séculos antes de Cristo, o imperador Pisístrato inventou o Carnaval Pagão, a ideia era: um carnival que durariria ( e durava) de dezembro a março. E em que as pessoas eram incentivadas a desfilarem com o rosto do que queriam ser em fantasia, ou o rosto daquele que eles repudiavam e queriam sacanear publicamente.
Foi assim por séculos: padres escondidamente se vestiam de diabretes, prostituídos saiam anjos, coroinhas saiam de demoninhos, etc.
Pisistrato encontrava no Carnaval um  meio de relaxar as tensões sociais: por quase quatro meses as pessoas brincavam de ser o outro. Praticar a alteridade é praticar tolerância.
Em seu clássico livro 'Carnaval', o historiador Hiram Araújo relata:
PISISTRATO além de incentivar o culto a Dioniso entre os camponeses e lavradores organizou oficialmente as procissões dionisíadas onde a imagem do deus Dioniso era transportada em embarcações com rodas (carrum navalis) simbolizando que o deus havia chegado a Atenas pelo mar, puxadas por sátiros (semi deuses que segundo os pagãos tinham pés e pernas de bode e habitavam as florestas) com homens e mulheres nús, em seu interior. Seguindo o cortejo, uma multidão de mascarados, meio a um touro, que depois seria sacrificado, percorria as ruas de Atenas em frenéticas passeatas de júbilo e alegria. A procissão terminava no templo sagrado, o Lenaion, onde se consumava a hierogamia (o casamento do deus com a Polis inteira em procura da fecundação).
A festa em louvor a Dioniso se desdobrava em quatro celebrações, em Atenas: as Dionísias Rurais, as Leneias, as Dionísias Urbanas ou Grandes Dionisias e as Antestérias, se estendendo de dezembro à março.
Uma vez, há uns 17 anos, Jim Davis, pai do gato Garfield, me disse pessoalmente:
—Todo o humor nasce da diferença. O negro tira um sarro do branquela, o branquela do negro, o alto tira um sarro do baixinho, que o chama de girafa. O riso nasce da diferença. Garfield põe em xeque a todo o momento a inteligência do cão Odie, o chamando de burro. Sem diferença, não há humor.
O politicamente correto quer matar nosso Carnaval. Os maus islâmicos que mataram em Charlie Hebdo querem matar nosso Carnaval: Cerveró, que matou a grana da viúva, quer matar o nosso Carnaval.
Vamos todos às ruas com máscaras do mascarado Cerveró cantar aos Alckmistas: “Alá, meu bom Alá, manda água pra nhonhô”.
Vamos bombar! Evoé!!!!
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