Ex-diretor da Petrobras Cerveró é preso pela PF no aeroporto do Rio

 

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi preso pela Polícia Federal ao desembarcar no aeroporto internacional do Rio de Janeiro na madrugada desta quarta-feira por acusação de envolvimento em crimes na estatal investigados pela Operação Lavo Jato, informou o Ministério Público Federal.
Cerveró foi detido em uma área interna do aeroporto ao desembarcar em voo vindo de Londres e foi transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato.
O Ministério Público Federal disse em nota que Cerveró foi preso preventivamente devido a indícios de que continuaria "a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares".
Segundo o MPF, o ex-diretor tentou transferir meio milhão de reais para sua filha e também transferiu recentemente três apartamentos "adquiridos com recursos de origem duvidosa".
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que as justificativas do MPF para o pedido de prisão preventiva não têm fundamento.
"Se forem essas duas hipóteses, é um absurdo essa prisão porque essas motivações não são crime. O juiz fundamentou de forma ilegal. Vamos ao tribunal pedir habeas corpus", disse Ribeiro à Reuters, por telefone.
"O Nestor há nove meses se colocou à disposição do Ministério Público e da PF, e nenhum desses dois órgãos o chamou para esclarecer qualquer fato... Não havia nenhum motivo para a prisão preventiva. Essa medida drástica não cabe para Nestor Cerveró."
A Justiça Federal do Paraná acatou em dezembro denúncia contra Cerveró sob acusação de envolvimento em suposto esquema de corrupção na estatal. Cerveró responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Cerveró era diretor da Petrobras na época da controversa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Em dezembro, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou perdas de 659,4 milhões de dólares pela Petrobras na compra da refinaria, que teria ocorrido por um valor acima do considerado justo.
(Por Pedro Fonseca; Reportagem adicional de Walter Brandimarte)
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