Um ano sem Mandela: relembre os maiores momentos do líder
Um ano após morte de Mandela, reconciliação ainda é desafio na África do Sul
Doze meses se passaram desde então - e a vida no país segue normal
Um ano atrás, os sul-africanos dançaram e cantaram nas ruas para
celebrar a vida de Nelson Mandela, o homem que liberou o país da praga da
opressão racial.
Eles não lamentavam a morte
daquele que é visto por muitos como herói, e sim homenageavam que Madiba, nome
da tribo de Mandela, os tivesse salvado de um potencial banho de sangue racial.
Mas apesar do senso de união
muitos, especialmente os sul-africanos brancos, pareciam visivelmente
preocupados com a possibilidade de que o homem considerado sinônimo de um
futuro pacífico tivesse morrido cedo demais, deixado-os expostos.
Eles temiam que a morte de
Mandela aos 95 anos abrisse uma porta para que massas de negros pobres
destruíssem suas vidas confortáveis.
Doze meses se passaram desde
então - e a vida no país segue normal.
Em Soweto, uma das netas de
Mandela, Ndileka, visita a casa do avô transformada em museu.
Perguntada sobre os temores de
que a morte de Mandela pudesse incendiar os ânimos na África do Sul, ela
responde com um sorriso: "Mesmo um ano após a morte dele, a paz ainda
prevalece".
"As pessoas apoiam o legado
dele e (a causa) por que batalhou, porque ele defendeu paz e
reconciliação".
Apartheid: crime?
Mas existem nuances. Nesta
semana, o chamado Barômetro de Reconciliação Sul-Africano, uma pesquisa de
opinião, indicou que 76% dos pesquisados acreditam que o apartheid constituiu
um crime contra a humanidade.
Quando a pesquisa foi conduzida
pela primeira vez, em 2003, 86% dos sul-africanos concordavam que o apartheid
era um crime.
Entre os sul-africanos brancos,
parece ter havido uma mudança significativa de opinião: em 2003, 70%
acreditavam que o regime de segregação racial era um crime contra a humanidade;
dez anos depois, o índice caiu para 52%.
A conclusão do Instituto para a
Justiça e Conciliação, que comparou dados entre 2003 a 2013, é que os níveis de
concordância na sociedade sul-africana decaíram na última década.
Para Kim Wale, autor do estudo,
o resultado indica como a história é ensinada no país.
"O perigo do esquecimento é
que estimula a negação. A implicação é que estaremos condenados a repetir o
passado", disse.
MSN
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