Dois estupros e uma gravidez
Nunca consegui me esquecer de quando fui estuprada pela primeira vez. Eu tinha quinze anos. Não me lembro os detalhes, mas me lembro bem dos três dias seguidos de calafrios, dores pelo corpo e muita tristeza. Durante 20 anos, a culpa e a vergonha não me abandonaram.
Três anos depois, não consegui evitar o segundo estupro. Desta vez, perdi a vontade viver,principalmente quando descobri que estava grávida de um monstro. Ingeri uma quantidade enorme de remédios na esperança de acabar com aquilo e morrer tranquila, mas não consegui.
Não consegui ver crescer em mim o resultado de uma violência e por isso pedi a um ex-namorado que me ajudasse com o aborto. Hoje teria sido diferente, pois a Lei 12.845 me garante o direito de interromper a gravidez em casos como esse.
Mas amanhã esse grande avanço pode acabar. Deputados que não se importam com a dor de mulhers violentadas querem anular essa lei. Mas se milhares de nós assinarmos esse pedido, vamos pressionar os deputados que ainda estão em cima do muro para acabar de vez com essa covardia
Ana e outras 14.411 pessoas já assinaram essa petição -- na Avaaz, somos 38 milhões de membros defendendo os direitos das mulheres. Na Índia, somos uma força motora contra a cultura estupro. Juntos, podemos colecionar vitórias semelhantes no Brasil e garantir que a dignidade das mulheres não seja cada vez mais violada.
Com indignação e esperança,
Nana, Diego, Carol, Débora, Michael e toda equipe da Avaaz em apoio à Ana e às vítimas de estupro.
MAIS INFORMAÇÕES:
Ameaça conservadora pelo fim dos direitos das mulheres (CFÊMEA)
Cerca de 7% dos casos de estupro resultam em gravidez (CFÊMEA)
O estupro mora no quarto ao lado (BBC)
Lei trata do atendimento das vítimas de violência sexual (Ministério Público do Paraná)
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Lei 12.845
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