Só Mais Um Pranto (poesia)

                              











Lá fora a chuva cai sem cessar... 
Plantas e flores no jardim estão um charco! 
O terraço está tomado por um tapete aveludado 
de verdes musgos...
Precisa cuidado para não escorregar! 
A praça está deserta, adultos e crianças 
estão recolhidos 
em casa ou em outros espaços.
Os bancos estão molhados e sujos pelas 
flores caídas com  excesso 
de ventania...
Diversão alí, só quando o inverno 
se despedir.
É a primeira vez que não me permito sair para
ver a chuva caindo, lavando a calçada, lavando a rua...
Hoje não me reconheço.
Peço para ninguém me convidar pra sair.
Preciso viajar em busca de mim.
Meu “eu” não está mais aqui, faz algum 
tempo que percebi!
Ausentou-se sem me dar satisfação.
Pensa que é independente!
Sonho com o dia em que não volte mais a viver essa 
sensação de desencanto, de angústia.
Há um tormento em cada canto onde meu
olhar alcança.
Por isso, eu peço, imploro:
Deixe-me prantear o sepultamento...
da última roseira
assassinada por um ousado pé de vento!

Isis
                         

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