Vento e sol geram energia econômica e mudam paisagens no Brasil



Na última reportagem sobre a energia no Brasil, o Jornal Nacional mostra fontes de produção que estão se tornando alternativa para a eletricidade.



Na última reportagem sobre a energia no Brasil, o Jornal Nacional mostra como as novíssimas fontes de produção estão mudando paisagens no Brasil e se tornando uma alternativa econômica na geração de eletricidade.
Uma piada local dizia que o município de Osório, no Rio Grande do Sul, só iria para a frente se conseguisse engarrafar vento.
“Foi o que aconteceu, porque depois que engarrafaram o vento, Osório progrediu bastante”, comenta a comerciante Iracema Dariva.
Dona Iracema e outros proprietários rurais autorizaram a passagem desta revolução. Com vento bom, os geradores eólicos produzem o equivalente ao consumo residencial de meia Porto Alegre.

A renda adicional, trazida pelo parque eólico, fica em torno de R$ 800 por torre, segundo um agricultor.O pecuarista Clairton Emerin Marques sempre esperou por isso. “Meu pai tinha um sistema de energia eólica através de cata-ventos menores, com geradores”, lembra.

Vento não é nada bom para quem faz reportagem. Atrapalha a captação de áudio. Já no caso deste negócio, eles têm soprado a favor, trazendo muitos investimentos. Empurrando para frente os projetos, jogando para baixo o preço da energia elétrica produzida dessa maneira.
Ela já se tornou uma das mais baratas nos leilões do governo. E é a que mais cresce: de menos de 1% do total brasileiro em 2010, deve chegar perto de 7% em 2014.
Mas e ventos contrários, não existem? Qual o custo ambiental dessa atividade? “Por exemplo, a quantidade de aço que você precisa para fazer os geradores eólicos geram impacto”, destaca Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras.
São mecanismos enormes, pesam mais de 100 toneladas, incluindo as pás, com seus 35 metros de comprimento. Instaladas em sequência, as torres poderiam interferir em rotas migratórias de pássaros, que usam os mesmos ventos. E há outros conflitos à vista.
“Se um certo proprietário de terreno instalar uma barreira de usinas eólicas, o seguinte da linha do vento não terá esse beneficio”, esclarece Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia da USP.
Ceará é o estado com a maior produção de energia eólica hoje: mais de 40% do total brasileiro. E tem também o maior potencial para ser explorado no futuro, algo como 60 gigawatts, ou quatro vezes a capacidade de Itaipu. Geradores já se incorporaram a paisagens como as dunas de Canoa Quebrada.
“Tudo tem uma medida. Desde que não venha atrapalhar o turismo” opina um turista.
O líder comunitário João Luiz Joventino do Nascimento reclama de linhas de transmissão próximas a residências, de acesso proibido a certas áreas. “Hoje não podemos ir a uma lagoa interdunares, ir à praia, ir a áreas tradicionalmente ocupadas pela comunidade”, critica o professor.

Segundo a empresa dona do parque eólico, é uma questão de segurança em um local onde se produz eletricidade. Onde a circulação é livre, nas dunas, topamos com mais modernidade: energia solar alimentando o negócio de fotos para turistas. “Usamos luz, TV, tudo alimentando a bateria com ela. E sol não falta”, conta uma comerciante.
O mesmo vale para o sertão dos Inhamuns, no interior do Ceará, onde uma empresa privada instalou quase 5 mil painéis solares. A primeira usina desse porte no brasil. Quase tudo é importado. Energia nove vezes mais cara do que a eólica.
“Vai baratear a partir da inclusão de novas fábricas e do aumento da escala de produção e também das novas tecnologias que surgem a cada ano”, adianta o gerente de projetos Fernando Pessoa Moura.
Estudiosos defendem a produção local e descentralizada desse tipo de energia. “A mesma área colocada no sertão nordestino eu posso distribuir para os telhados existentes , para o centro consumidor em São PauloSalvador, Recife, Fortaleza”, diz Roberto Zilles, professor do Instituto de Energia da USP.
O futuro vai exigir cada vez mais energia produzida onde é necessária e por quem a utiliza. Por que não torcidas iluminando estádios, com sua euforia, nas arquibancadas ou estações de metrô alimentadas pelo movimento nas plataformas? Tudo isso já vai virando realidade em institutos de pesquisa.
 

Da página do JN

Comentários

  1. Querida, tu usas muito bem o blog, postando assuntos interessantes. Essa questão da produção alternativa de energia é um tema polêmico. Sempre existem os dois lados da moeda. Toda e qualquer tecnologia, geralmente traz prejuízo ao meio ambiente. A que se optar pela for a menos prejudicial. Um abraço. Tenhas um lindo dia.

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