(TRISTE, VERGONHOSO, LAMENTÁVEL, TOTALMENTE INACEITÁVEL!!) Refugiado é espancado até a morte no RJ
Fatos, comentários, poesia
Curso acontecerá de forma presencial, com carga horária de 160 horas
Estão abertas as inscrições para 1.200 vagas do curso gratuito de Microempreendedor Individual (MEI), oferecido pelo Qualifica Mais Progredir, programa do Governo Federal. A capacitação tem como público-alvo os beneficiários do Programa Auxílio Brasil.
Podem participar as pessoas com 18 anos ou mais e que tenham concluído o ensino fundamental. As inscrições são realizadas na sede do Programa Nacional de Promoção ao Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho), que fica na Rua Professor Sizenando Costa, 57, no bairro do Roger, e nos Centro de Referência da Assistência Social (Cras) de cada bairro. Os atendimentos acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Um dos objetivos do curso é incentivar a formalização dos profissionais para que possam se registrar como Microempreendedores Individuais. O curso acontecerá de forma presencial, com carga horária de 160 horas. Os alunos ainda terão direito a assistência estudantil, valor pago por hora/aula assistida, recebido por meio da Bolsa-Formação.
As aulas vão acontecer em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), que inicialmente vai abrir o espaço para oito turmas, no campus de João Pessoa, em Jaguaribe. Outro local será a Escola Técnica da Universidade Rural de Pernambuco, o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (CODAI), que até o momento tem uma turma aberta para o Centro Cultural Mangabeira Tenente Lucena, na Rua Josefa Taveira, no bairro Mangabeira. Os locais para novas turmas ainda não foram divulgados, mas devem ser informados no ato da matrícula.
Interessados podem tirar dúvidas pelo telefone 3214-3112 ou e-mail acessuasjp@outlook.com.
Portal Correio
Neste domingo (30), humorista enfrentou o tetracampeão mundial no rigue. Popó dominou luta, mas resultado da exibição acabou no empate.
Depois de lutar contra Acelino "Popó" Freitas, o humorista e youtuber Whindersson Nunes se disse realizado e apontou um possível novo desafio em uma postagem no Twitter:
"Acho que quero correr na Fórmula 1".
"Cheguei, um pouco avariado. Muito mais do que em cima do ringue, muito mais do que trocar murro, falei mil vezes que a intenção disso não era mostrar que era melhor do que o tetracampeão mundial. E, sim, realizar, fazer o evento. E eu tô realizado. Realizado", afirmou Whindersson em uma série de vídeos publicados nos Stories do Instagram.
Com hematomas no rosto e o nariz ainda sangrando, o humorista afirmou:
"Meu pai ficava acordado pra assistir esse cara. Eu subi no ringue, meu pai depois também subiu no ringue, me abraçou, estava lá junto com a gente. Estou muito feliz."
"Estou orgulhoso de mim, da minha equipe. E o resultado disso. Porque eu sei que depois disso, muitas pessoas vão se inspirar pra lutar, vão andar pra frente, mesmo quando apanhar, vão andar pra frente, vão seguir em frente. Porque a vida é isso. Enfim, viver. Porque não é fácil viver nesse país, não."
"Meus netos vão olhar pra mim e falar, meu vô era doido. E sou mesmo. Qual é a próxima boa que vou fazer? The Voice?", brincou.
Ao final, Whindersson ainda agradeceu ao rival e contou o que iria comer após rigorosa dieta que o fez perder 11 quilos durante a preparação para a luta.
Whindersson Nunes — Foto: Reprodução/Instagram
"Obrigada pela oportunidade. Você é um campeão. Você não precisa fazer essas coisas. Você faz porque você realmente acreditou naquilo que eu acreditei também. Trazer o boxe de novo a era de ouro."
"Agora vou comer meu cento de salgado, que estou de dieta há muito tempo. Meu peso é 86 kg. Tive que baixar pra 75 kg pra poder lutar com o baixinho."
Ao todo, são ofertadas 20 vagas com salários que ultrapassam os R$ 12,2 mil
O edital do concurso da Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB)
foi publicado nesta terça-feira (25). Ao todo, são ofertadas 20 vagas com
salários que ultrapassam os R$ 12,2 mil.
Conforme o edital, as inscrições ficarão abertas, exclusivamente, via Internet, no período das 10h do dia 31 de janeiro, e vai até 14h do dia 9 de março deste ano (horário de Brasília). O valor é de R$ 300.
Os pedidos de isenção da inscrição devem ser feitos por meio de requerimento, bem como o envio da documentação exigida pelo edital. Podem ser realizados via Internet, no período das 10h do dia 31 de janeiro, às 23h59min do dia 4 de fevereiro.
O concurso é dividido em 3 etapas: prova preliminar objetiva, que será realizada em 24 de abril; prova escrita específica I e II, realizadas em 26 de abril; e prova oral de arguição, que devem ser realizadas no período de 12 a 19 de dezembro de 2022.
A prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, será composta de 100 questões objetivas de múltipla escolha, com 5 alternativas. Serão 5 horas de duração.
Serão convocados para a segunda etapa somente os candidatos habilitados na primeira etapa.
De acordo com o chefe da pasta estadual, as crianças têm de 4 a 11 anos de idade e receberam o imunizante em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da zona rural da cidade.
“O Ministério Público Federal está apurando se houve um erro ou uma atitude deliberada da auxiliar da enfermagem”, destacou.
Em nota divulgada no sábado (15), a Prefeitura de Lucena afirmou que as aplicações foram feitas indevidamente e sem autorização da gestão. A aplicadora foi afastada.
"As mães da zona rural de Lucena estão assustadas com a informação de que os filhos de 5 a 11 anos tomaram a vacina da Pfizer para adultos, uma dose três vezes maior.
De acordo com elas, as doses foram aplicadas no dia 7 de janeiro em pelo menos 42 criancas do assentamento Outeiro de Miranda, zona rural de Lucena. Muitas delas apresentaram sintomas."
"O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve nesta 2ª feira (17.jan) em Lucena para acompanhar o caso. "É o que nós consideramos erro vacinal. A principal e mais frequente complicação é a inflamação do coração, que nós chamamos de miocardite, então temos que monitorar e verificar a resposta imunológica dessas crianças à essa vacina", afirmou Queiroga."
"As mães de algumas crianças vacinadas contra Covid-19 com imunizante de adulto e vencido em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa (PB), relataram efeitos colaterais em seus filhos. De forma indevida, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da zona rural aplicou a vacina em pelo menos 60 crianças, antes da chegada da vacina com dosagem adequada à Paraíba.
A agricultora Maria das Neves disse que recebeu uma ligação de sua cunhada informando que tinha vacinado a sobrinha dela. Maria foi, então, com o filho de 10 anos à UBS para que ele também fosse vacinado.
"Quando cheguei no posto, deram a vacina no menino. Só que agora, a gente assistindo na TV, apresentou que a vacina vai chegar na Paraíba [para crianças]. Aí, a gente que deu ficou tudo desesperado", contou Maria, preocupada.
Segundo os moradores, as crianças vêm sendo vacinadas desde dezembro de 2021 na UBS da comunidade. Nos cartões de vacinaçã de algumas crianças, a data de imunização com a primeira dose é do dia 21.
Josélia Balbino contou que a maioria das crianças da comunidade já foram imunizadas. "A gente fica sem saber o que fazer", disse a agricultora."
"O prefeito de Lucena afastou o secretario municipal da saúde, a chefe de imunização, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem. Já o Ministério Público Federal começou a ouvir os envolvidos.
Em depoimento, a técnica de enfermagem que aplicou os imunizantes disse que tinha ordem para vacinar todas as pessoas porque as doses iriam vencer, e que "não houve capacitação" para vacinação de covid em adultos e crianças.
"Essa responsabilidade dos profisssionais envolvidos ou a eventual responsabilidade da gestão vem sendo apurados pelo mistério público", afirmou a promotora Fabiana Lobo."
60 doses de vacina para adultos, com validade vencida, aplicadas em crianças...
60 doses não é um número altíssimo para ser classificado como "erro vacinal", Sr. ministro da Saúde, Marcelo Queiroga? Na minha simples opinião: um erro vacinal inadmissível, pela quantidade de doses aplicadas, fato que, possivelmente, caracteriza total falta de atenção e responsabilidade desses "profissionais!"
A maioria das crianças é oriunda de famílias de produtores rurais, pessoas humildes, com pouca ou praticamente nenhuma informação a respeito desses "imunizantes"... Sinceramente, eu não consigo nem me imaginar, me visualizar "no lugar" dessas mães... A aflição que cada uma delas está passando é algo que nenhuma mãe no mundo merece passar. Deve ser um pesadelo a insegurança, o medo relacionado à saúde, no futuro, desses pequenos. Fico pensando, se fosse uma delas, filha de alguém da "sociedade", como seria o desfecho dessa história triste?
Por mais que se investigue, por maior que seja o real interesse em averiguar, em conhecer os responsáveis, que deverão ou pelo menos deveriam ser punidos sob os rigores da lei, não acredito muito que se faça justiça! E, qualquer "punição" será pouca comparada ao que esses pais estão experimentando, e aos danos que esses pequenos poderão sofrer.
A sociedade, inclusive as famílias prejudicadas precisam realmente saber a verdade, mesmo já sabendo que nada que venha a acontecer com os possíveis culpados se assemelhará aos prejuízos ou até perdas de vidas daqueles que foram indevidamente vacinados!
Oxalá meus temores e receios fossem apenas deduções!
Miocardite - o que é?
Inflamação da camada média da parede do coração.
A miocardite geralmente é causada por uma infecção viral. Um caso grave pode enfraquecer o coração, o que pode causar insuficiência cardíaca, frequência cardíaca anormal e morte súbita.
Os sintomas incluem dor no peito, batimentos cardíacos anormais e falta de ar.
O tratamento pode incluir medicamentos para regular o batimento cardíaco e melhorar a função cardíaca. Em casos raros, mas graves, um dispositivo pode ser necessário para auxiliar o funcionamento do coração.
Fontes de leituras:
https://paraibaja.com.br/secretario-revela-que-60-criancas-tomaram-vacina-vencida-e-de-adulto-em-lucena/
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/01/16/maes-de-criancas-vacinadas-com-imunizante-adulto
https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=MIOCARDITE
Em nota divulgada no sábado (15), a prefeitura do município afirmou que as aplicações foram feitas indevidamente e sem autorização da gestão. A aplicadora foi afastada.
Em entrevista à CNN Brasil, neste domingo (16), o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros revelou que 60 crianças receberam doses de adultos vencidas contra a Covid-19 no município de Lucena, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa.
De acordo com o chefe da pasta estadual, as crianças têm de 4 a 11 anos de idade e receberam o imunizante em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da zona rural da cidade.
“O Ministério Público Federal está apurando se houve um erro ou uma atitude deliberada da auxiliar da enfermagem”, destacou.
Em nota divulgada no sábado (15), a Prefeitura de Lucena afirmou que as aplicações foram feitas indevidamente e sem autorização da gestão. A aplicadora foi afastada.
+ Prefeitura de Lucena confirma vacinação de crianças com doses para adultos
As crianças estão sendo acompanhas pela Saúde do Estado e apresentam eventos adversos habituais da vacina como febrícula e dor no local da injeção, conforme o secretário, e serão avaliadas e revacinadas em um período de 30 dias.
Geraldo Medeiros também anunciou que a vacinação de crianças contra a Covid-19 no município será feita pelo Estado.
+ Lucena: vacinação de crianças será feita pelo Estado após aplicação errada, diz secretário
Assista a entrevista do secretário à CNN na íntegra:
Próximo artigoAtriz Françoise Forton morre aos 64 anos no Rio
https://paraibaja.com.br/secretario-revela-que-60-criancas-tomaram-vacina-vencida-e-de-adulto-em-lucena/
Na reportagem especial deste domingo (16), o Fantástico fez um alerta: grupos extremistas que pregam o ódio e a intolerância estão se espalhando pelo Brasil e se organizando para sair da internet e partir para o ataque. São pessoas que falam abertamente em matar judeus, negros e homossexuais, ressuscitando discursos nazistas, e a polícia já descobriu que eles têm acesso a armamento pesado.
Uma operação para prender um homem acusado de pedofilia no Rio de Janeiro, por exemplo, acabou resultando na apreensão de vasto material nazista na casa dele. Os policiais encontraram também armas novas e antigas - todas com vasta munição.
"Aí, olha a MP5, metralhadora original da Segunda Guerra. Temos uma 380, uma 9mm e um magnum 44. Essa arma aqui mata até elefante. E a quantidade de munição... Muita munição, para todas as armas", aponta o comissário Francisco Cardoso.
A polícia ainda não conseguiu avaliar o valor das peças encontradas no mercado ilegal e precisou chamar especialistas em história para assessorar os peritos. Um deles, com 21 anos de experiência, disse que "nunca havia pegado um caso como esse".
Debora Levy, diretora do Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro, identificou vários objetos ligados ao nazismo: "Aqui um quadro, pôster, que na época se usava para convocar jovens a se alistarem. Essa aqui é uma farda com vários remendos".
O dono de tudo isso se chama Aylson Proença Doyle Linhares e tem 58 anos. Uma das provas encontradas pela polícia foi o passaporte dele, que tem registros de viagens todo ano para a Alemanha - algumas com meses de duração. Agora, a polícia investiga se havia uma organização por trás dele e se o material seria vendido.
"Nós nos dirigimos um dia para lá, não esperando o que a gente encontrou, e nos surpreendemos. Não somente com essa quantidade de material de cunho nazista, mas também com várias armas. Não somente armas nazistas, mas armas atuais escondidas em vários pontos da residência. Parecia um museu de horror", revela o delegado Luis Mauricio Armond Campos.
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Assista à reportagem completa:
ttps://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/01/17/parecia-um-museu-de-horror-diz-delegado-que-encontrou-arsenal-nazista-na-casa-de-pedofilo.ghtml
"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim."
O corpo da cantora será sepultado no Jardim da Saudade Sulacap, na tarde de sexta-feira (21), depois do velório no Theatro Municipal do Rio.
Elza Gomes da Conceição é considerada uma das maiores cantoras da música brasileira, com carreira no samba que começou no final dos anos 50. O início veio como parte da cena do sambalanço com "Se Acaso Você Chegasse", em 1959.
Nos 34 discos lançados, ela se aproximou do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e dizia que a mistura era proposital. O último disco lançado foi "Planeta Fome", em 2019.
A expressão era uma alusão ao episódio em que foi constrangida por Ary Barroso no programa de calouros que participou nos anos 50. "De que planeta você vem, menina?", ele disse. E ela respondeu: "Do mesmo planeta que você, seu Ary. Eu venho do Planeta Fome."
Retrato de Elza Soares durante entrevista na capital paulista em março de 1986 — Foto: Nem de Tal/Estadão Conteúdo/Arquivo
"Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante", comparava Elza. "Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo."
Desde que lançou o álbum "A mulher do fim do mundo", em 2015, a cantora viveu mais uma fase de renascimento artístico. “Me deixem cantar até o fim”, pediu Elza em verso da música que batiza o álbum.
Mais voltada para o samba, a primeira fase da cantora tem discos gravados nos anos 60 com o cantor Miltinho (1928–2014) e o baterista Wilson das Neves (1936–2017).
Fazem parte desta era lançamentos como "O samba é Elza Soares" (1961), "Sambossa" (1963), "Na roda do samba" (1964) e "Um show de Elza" (1965).
Outras fases vieram. Nos anos 70, escolheu cantar o samba de ritmo mais tradicional. A fase rendeu sucessos como "Salve a Mocidade" (Luiz Reis, 1974), "Bom dia, Portela" (David Correa e Bebeto Di São João, 1974), "Pranto livre" (Dida e Everaldo da Viola, 1974) e "Malandro" (Jorge Aragão e Jotabê, 1976).
A cantora amargou período de ostracismo na década de 1980. Em 1983, sofreu com a morte do jogador Garrincha, com quem teve um relacionamento por 17 anos.
Devido a essa fase de menos sucesso, ela pensou até em desistir da carreira, mas resolveu procurar Caetano Veloso, em hotel de São Paulo, para pedir ajuda.
O auxílio veio na forma de convite para participar da gravação do samba-rap "Língua", faixa do álbum do cantor, "Velô" (1984).
Essa participação mostrou a bossa negra de Elza Soares a uma nova geração e abriu caminho para que a cantora lançasse, em 1985, um álbum menos voltado para o samba. "Somos todos iguais" tinha música de Cazuza (1958–1990).
Em 2002, com direção artística de José Miguel Wisnik, fez um dos álbuns mais modernos da discografia, "Do cóccix até o pescoço". No ano seguinte, foi a vez de "Vivo feliz", mais voltado para a eletrônica.
Elza seguia fazendo shows até antes da pandemia da Covid-19 e cantou em lives. Ela estava produzindo um novo álbum de estúdio que pode ter lançamento póstumo.
Nesta semana, ela também se apresentou em shows no Theatro Municipal de São Paulo que foram gravados para o lançamento de um DVD.
G1.com
O botânico Valdely Kinupp segura um cacho de buriti, fruto típico da Amazônia e do Cerrado.
A cada ano, entre 60 e 70 milhões de toneladas do fruto mais rico em carotenoides do mundo amadurecem no Brasil, mas só uma ínfima parcela é aproveitada por humanos.
A informação está em "Frutas comestíveis na Amazônia", livro do botânico Paulo Bezerra Cavalcante, lançado em 2010.
A estimativa trata do buriti, fruto de uma palmeira abundante na Amazônia e no Cerrado, mas desprezado pela indústria alimentícia.
As propriedades antioxidantes do buriti ajudam a prevenir câncer e outras doenças. Versátil, ele pode ser consumido in natura ou transformado em farinha, doces e pães.
Ainda assim, o fruto é uma das várias espécies alimentícias nativas do Brasil que têm perdido espaço em lares, restaurantes e mercados ao mesmo tempo em que a fome cresce e a comida encarece no país.
Muitas dessas espécies produzem frutos comestíveis. Outras são hortaliças que nascem espontaneamente em campos agrícolas e canteiros, mas são vistas como ervas "daninhas".
Em comum, muitas delas são considerados superalimentos por terem grande quantidade de nutrientes - como minerais, vitaminas e antioxidantes.
Resistentes, várias hortaliças espontâneas comestíveis toleram grandes variações climáticas e dispensam cuidados especiais. Um exemplo é o caruru, que tem folhas com propriedades semelhantes às do espinafre e sementes com 17,2% de proteínas.
Outra planta é a beldroega, rica em ômega-3 e nas vitamina B e C, além de ter propriedades antioxidantes.
Todos os anos, porém, muitos agricultores recorrem a herbicidas para destruir grandes quantidades de caruru e beldroega antes de substituí-las por espécies exóticas. E, em muitos casos, as novas espécies plantadas têm menos nutrientes que as anteriores, são mais sujeitas a pragas e são dependentes de fertilizantes, cujos preços também estão em alta.
Pesquisador do ramo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) dedicado a hortaliças, o agrônomo Nuno Rodrigo Madeira diz à BBC News Brasil que hortaliças como o caruru e a beldroega têm mais nutrientes que várias verduras convencionais justamente por serem mais resistentes.
"Como elas não são adubadas, elas disparam processos metabólicos para conseguir viver na adversidade e aguentar calor e seca, e isso faz com que fiquem mais nutritivas para a gente", afirma.
Para Madeira, o desprezo por essas espécies se deve ao "afastamento entre a sociedade e a origem do alimento".
"Nós nos distanciamos da produção, só entendemos mercados, e o ente mercado quer que a gente gaste mais, senão o PIB reduz", afirma.
Vender nos supermercados hortaliças que crescem sozinhas como "matos", diz ele, não seria tão lucrativo quanto vender as verduras convencionais - daí a resistência do setor em incorporar esses itens.
Só a lógica comercial, segundo Madeira, explica que em uma cidade quente como Manaus agricultores recorram a pedras de gelo para conseguir cultivar hortaliças como a alface, enquanto tantas espécies nativas adaptadas ao calor são deixadas de lado.
E isso não ocorre só no Brasil.
Professor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) em Manaus, o botânico Valdely Kinupp diz à BBC que 90% do alimento mundial hoje vem de 20 tipos de plantas - embora se estime que até 30 mil espécies vegetais tenham partes comestíveis.
Os números soam ainda mais paradoxais no Brasil, país que abriga entre 15% e 20% das espécies vegetais do planeta, mas alimenta a maior parte de sua população com o mesmo cardápio limitado - e majoritariamente estrangeiro.
São estrangeiros quase todos os principais produtos agrícolas do país, como a soja (China), o milho (México), a cana-de-açúcar (Nova Guiné), o café (Etiópia), a laranja (China), o arroz (Filipinas) e a batata (Andes).
Entre as raras plantas que fizeram o caminho inverso, saindo do Brasil para ganhar outras partes do mundo, estão a mandioca, o cacau e o amendoim.
"É muito pouco", diz Kinupp. "Vivemos um imperialismo
agroalimentar.
No livro "Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil", que Kinupp lançou com o colega botânico Harri Lorenzi em 2014, são listadas 351 espécies alimentícias "subutilizadas, mal conhecidas e negligenciadas" pela população brasileira.
Muitas delas são nativas; outras, espécies exóticas já naturalizadas e aclimatadas ao país. Várias são conhecidas por uma série de nomes populares distintos (para evitar confusão, listamos no fim desta reportagem os nomes científicos das principais espécies citadas nesta reportagem).
Kinupp é um dos principais líderes no Brasil de um movimento pela valorização das PANC, o acrônimo que batiza seu livro.
Nos últimos anos, embalados pelo movimento, alguns mercados e feiras ampliaram a oferta de PANC, chefs as incorporaram em restaurantes, e cozinheiros criaram contas no Instagram e YouTube para compartilhar receitas.
Mas ele afirma que ainda falta muito para que essas plantas deixem de ser consideradas "não convencionais".
No caso das espécies silvestres presentes na lista, por exemplo, é preciso que agricultores e instituições de pesquisa se dediquem a estudá-las - assim como fazem há milênios com plantas como o arroz e o trigo.
E quando a planta só existe em ambientes naturais, como o buriti, deve-se trabalhar com comunidades tradicionais e pequenos agricultores para apoiar redes de coleta, beneficiamento e comercialização com preço justo.
O que é PANC
Kinupp esclarece que algumas plantas do livro são consumidas em partes do país, mas ignoradas em outras.
Uma das espécies que mais o entusiasmam é o cará-de-espinho, uma trepadeira nativa das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste que produz tubérculos comestíveis que podem ultrapassar 180 kg.
"Essa planta é a solução para a agricultura no trópico úmido", afirma. Segundo o pesquisador, os tubérculos podem ficar armazenados por até 120 dias fora da geladeira sem apodrecer e podem ser consumidos como a batata (frita, cozida, em purê) ou virar farinha.
Hoje, no entanto, ele afirma que a espécie só é consumida em aldeias indígenas e em comunidades rurais no Baixo Amazonas.
Outras espécies citadas no livro têm mais penetração popular ou já foram mais consumidas - caso da ora-pro-nóbis, um arbusto com frutos, flores e folhas comestíveis originário do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, e que pertence à culinária típica de Minas Gerais.
Seus frutos são ricos em carotenoides e vitamina C, e as folhas, quando desconsiderada a água, têm até 35% de proteína.
Outro exemplo é o babaçu, palmeira nativa do Mato Grosso e de vários Estados do Nordeste, cuja castanha pode ser consumida cru ou torrada, além de processada para extração de leite ou transformada em farinha para pães e mingaus.
Essa castanha contém de 60% a 70% de óleo rico em ácido láurico, similar ao presente no óleo de coco e no azeite de dendê.
Em 1984, a Embrapa identificou a existência de 12 a 18 milhões de hectares de babaçuzais no Brasil. Na página de seu livro dedicada à espécie, Lorenzi e Kinupp afirmam que o babaçu tem "grande potencial alimentício" e "deveria estar no mercado".
E houve uma época em que o fruto de fato esteve nas prateleiras.
Na década de 1990, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 300 mil famílias trabalhavam com o fruto.
Em 2017, no entanto, o número havia despencado para 15 mil famílias.
Pesquisadora em agricultura familiar e desenvolvimento sustentável da Embrapa Cocais, no Maranhão, a agrônoma Guilhermina Cayres diz que hoje quase toda a extração atual é destinada à indústria de cosméticos e materiais de limpeza.
Ela afirma à BBC que o Maranhão chegou a ter várias indústrias dedicadas à produção de óleo de cozinha de babaçu. Porém, o setor não foi capaz de competir com o óleo de soja, mais barato, e tem sofrido com a expansão da pecuária sobre os babaçuzais.
Além disso, Cayres afirma que muitos trabalhadores deixaram o babaçu por associá-lo à pobreza e por considerar a atividade extenuante.
Grande parte do serviço das famílias consiste em quebrar artesanalmente o coco que abriga as castanhas, função desgastante e normalmente assumida por mulheres.
A pesquisadora diz esperar que o cenário mude com o desenvolvimento pela Embrapa de uma ferramenta que facilita a quebra do coco.
A invenção, que já está sendo fabricada por uma pequena empresa local, foi finalista de um prêmio sobre tecnologias sociais da Fundação Banco do Brasil em 2021.
Cayres também aposta no desenvolvimento de produtos com maior valor agregado à base de babaçu, como biscoitos e sorvetes.
Comida que vai para o lixo
Também são consideradas PANC espécies que são consumidas nacionalmente, mas têm partes comestíveis descartadas pela maioria.
Um exemplo é o miolo do mamoeiro, que pode ser transformado em doces e farinha. Outro, o mangará ("coração") da bananeira, que pode ser servido refogado ou como recheio de pastéis.
Hoje, porém, quase todas as plantações comerciais de mamão e banana do país desprezam os itens.
Até mesmo a polpa de um fruto bastante popular, o caju, é descartada às toneladas no Nordeste por indústrias que processam a castanha da fruta, diz à BBC News Brasil o sociólogo Carlos Alberto Dória, autor de vários livros sobre gastronomia.
"Os galhos (dos cajueiros) são usados como lenha, e a castanha é torrada e exportada", ele diz. "O resto, a polpa, vai para o lixo em quantidade expressiva", afirma.
Um dos sócios do Lobozó, restaurante em São Paulo inspirado nas antigas culinárias caipira e caiçara do Estado, Dória diz que o movimento pela valorização das PANC tem alcance limitado.
"É uma coisa de classe média que quer experimentar novidade e que se angustia com o desprezo pela diversidade", afirma.
Diz ainda que ingredientes regionais, que só sejam produzidos ou consumidos em partes do país, tendem a desaparecer das prateleiras porque a indústria privilegia produtos de alcance nacional.
"A exceção talvez seja o açaí, um produto regional que virou uma commodity, mas isso é muito raro", afirma.
Agricultura urbana
Que meios então haveria para não só preservar mas também ampliar o acesso a alimentos tão ricos, que exigem tão pouco e ocorrem em abundância no Brasil?
O pesquisador Nuno Rodrigo Madeira, da Embrapa Hortaliças, sugere três caminhos.
O primeiro seria incentivar o cultivo de plantas alimentícias não convencionais, oferecendo apoio técnico aos agricultores, criando feiras para a venda desses itens e espaços para a troca de conhecimentos.
O segundo seria aprofundar o debate sobre a comida nas escolas; ensinar às crianças desde cedo a importância de consumir produtos frescos e nutritivos, fazê-las se questionarem sobre a origem dos alimentos e entenderem como a comida é feita.
Ele diz que o movimento em torno das PANC não é só sobre alimentação, mas também sobre aprender a observar a natureza, conseguir identificar as espécies que nos rodeiam, sentir-se parte de um sistema vivo e integrado.
O terceiro caminho para diversificar e baratear a comida, segundo o pesquisador, seria reaproximar a produção de alimentos da população - especialmente a população que vive nas cidades.
Pessoas que morem em casas com quintais poderiam se tornar quase autossuficientes em hortaliças, diz ele, se cultivassem alguns pés de espécies como ora-pro-nóbis, chaya ou moringa - todas elas árvores ou arbustos perenes que produzem folhas comestíveis em abundância o ano todo.
Mas como nem todos têm espaço em casa para produzir, o pesquisador defende que as cidades destinem espaços para a criação de hortas urbanas.
Ele afirma que é possível cultivar hortaliças para todos os habitantes de uma cidade em 10% de sua área - iniciativa que já vem sendo adotada com sucesso, segundo Madeira, em cidades como Detroit (EUA), Havana (Cuba) ou mesmo em Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Horta urbana no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
A escolha das espécies levaria em conta as aptidões de cada local, mesclando plantas convencionais e não convencionais.
Ele diz que a produção de alimentos dentro das cidades reduziria os custos deles, pois se economizaria com o transporte dos itens até os mercados, e poderia ocupar moradores de rua e outros grupos marginalizados.
"Não faz sentido gastar um mundaréu de combustível para levar cenouras de um Estado para o outro, como é feito hoje no Brasil", diz.
Madeira diz que o cultivo de alimentos foi justamente o que propiciou o surgimento dos primeiros núcleos urbanos da história, conforme famílias se agruparam em torno de plantações.
"As cidades se formaram por causa da agricultura, e a agricultura não pode estar longe das cidades", diz.
Principais espécies citadas na reportagem
Babaçu (Attalea speciosa)
Babaçu (Attalea speciosa)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Buriti (Mauritia flexuosa)
Cará-de-espinho (Dioscorea chondrocarpa)
Caruru (Amaranthus deflexus)
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata)
BBC