segunda-feira, 30 de maio de 2016

Virtuais, mas reais



Foto de Aparecida Ramos - Prosa e Poesia.

Somos 'virtuais', mas também 'reais'
Lógico que somos... Temos nome, sobrenome, família, endereço, profissão, trabalho, amigos etc. O mundo virtual é apenas a 'parede' de vidro que nos separa fisicamente, mas não nos impede de "vermos" 'uns aos outros'.
O relógio já marca 00:53
O sono, esse friozinho gostoso e o silêncio que ronda o ambiente, me convidam a ir para a cama.
Grata por você ter vindo!
Beijos!!
Sonhos lindos pra você!


Depois da "higienização" a demissão do ministro

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OPERAÇÃO LAVA JATO

 30/05/2016 - 13h43min. Alterada em 30/05 às 13h43min

Servidores fazem 'higienização' no gabinete do ministro da Transparência

Servidores da extinta CGU realizam ato de 'limpeza' do prédio e impedem ministro de ingressar
Servidores da extinta CGU realizam ato de 'limpeza' do prédio e impedem ministro de ingressar

ANTONIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL/JC
Agência O Globo
Servidores da pasta de Transparência, Fiscalização e Controle, órgão que substituiu a Controladoria Geral da Unia (CGU) no governo de Michel Temer, protestaram nesta segunda-feira (30) na frente do prédio. Eles fizeram uma "higienização" no gabinete do ministro da pasta, Fabiano Silveira, e pediram sua saída. O ministro aparece em gravações de grampos telefônicos, reveladas pelo Fantástico, da TY Globo, criticando a condução da Operação Lava Jato e orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a operação que investiga corrupção na Petrobras.
No começo da tarde, o presidente e outros integrantes se reúnem para avaliar o caso. O ministro chegou a divulgar nota negando qualquer envolvimento em tentativa de interferir na Lava Jato. "A situação deste ministro é insustentável. Essas gravações mostram interferências indevidas. É uma postura completamente incompatível com o cargo de dirigente de um órgão de controle", afirma Fábio Felix, auditor da CGU e um dos organizadores do protesto.
Segundo Félix, uma assembleia já havia sido marcada para esta segunda-feira para deliberar sobre a realização de uma greve como forma de protestar contra as mudanças no órgão. Mas a divulgação das gravações acirrou ainda mais os ânimos. Os servidores querem a volta da CGU como uma unidade ligada à Presidência da República. Para eles, ao transformar a CGU em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle - batizada, de forma bem-humorada, pela sigla Tráfico pelos críticos - o presidente interino Michel Temer esvaziou o órgão.
No início da manhã, um grupo se organizou na garagem do prédio para não deixar o ministro entrar nas dependências do órgão. O carro oficial chegou ao local, mas Silveira não estava no veículo. Pouco depois das 10h, o carro, de novo sem o ministro, voltou a passar em frente ao prédio, onde os servidores se reúnem. Há um carro de som no local.
Mais de 180 servidores já assinaram um documento entregando os cargos em comissão que ocupam até que Temer demita o novo ministro. Os manifestantes prometem uma marcha na parte da tarde na Esplanada para reforçar o protesto. Além do recuo na transformação do órgão em ministério e na nomeação de Silveira, eles querem a aprovação da PEC 45/2009, que está no Senado. Entre outros pontos, a proposta torna a CGU órgão de controle permanente, barrando mudanças como a que ocorreu.
Jornal do Comércio



Fabiano Silveira deixa Ministério da Transparência de Temer






© Valter Campanato/Agência Brasil Brasília - Servidores da extinta CGU protestam na Praça do Três Poderes pedindo a exoneração do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, e a volta da CGU (Valter Campanato/Agência Brasil)









O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão na noite desta segunda-feira, alvo de intensa pressão dos funcionários da pasta, que se recusam a trabalhar sob seu comando depois do vazamento de declarações de Silveira criticando a operação Lava Jato.
O presidente interino, Michel Temer, havia decidido manter o ministro no cargo temporariamente, depois de avaliar que as gravações não eram tão comprometedoras e a crise de ter de exonerar mais um ministro em pouco mais de duas semanas de governo seria ainda maior.
Silveira telefonou na noite desta segunda-feira a Temer para pedir demissão. Em seguida, divulgou uma carta rebatendo as acusações que sofreu e reforçando o pedido para deixar o cargo.
"Pela minha trajetória de integridade no serviço público, não imaginava ser alvo de especulações tão insólitas. Não há em minhas palavras nenhuma oposição aos trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário, instituições pelas quais tenho grande respeito", disse no texto.
Silveira diz ainda que se viu "involuntariamente" envolvido nas gravações, afirmando nem mesmo conhecer Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro autor das gravações, mas que a situação poderia trazer reflexos a seu trabalho. "Não obstante o fato de que nada atinja a minha conduta, avalio que a melhor decisão é deixar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle", encerra a nota.
Nas gravações de Machado, Silveira aparece fazendo críticas à operação Lava Jato e orientando Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a evitar problemas, o que exacerbou os ânimos no órgão.
Nesta segunda-feira, 250 chefes de sessões e departamentos pediram demissão, de acordo com o sindicato da categoria. O órgão passou o dia vazio, com os servidores protestando do lado de fora. Cerca de 500 foram em marcha até o Palácio do Planalto.
msn

Imagem da net



Ex-participante do “The Voice Brasil” morre em acidente de carro em São Paulo




 Renan Ribeiro tinha apenas 26 anos
© TV GlobRenan Ribeiro tinha apenas 26 anos


Ex-participante do “The Voice Brasil”, da TV Globo, Renan Ribeiro faleceu, no último domingo (29), em um acidente de carro na Rodovia João Tozella (SP-147), em Mogi Mirim (SP).
A Polícia Rodoviária informou que a caminhonete do músico colidiu frontalmente com uma carreta. No “Bom Dia Brasil”, os oficiais disseram que o motorista da carreta viu o cantor perder o controle, mas não conseguiu desviar.
O corpo do rapaz de 26 anos será levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Mogi Guaçu (SP). Informações a respeito do velório e enterro ainda não foram divulgados.
msn

Corpo do vocalista do Grupo Fundo de Quintal é enterrado na Grande SP


Cantor Mário Sérgio morreu neste domingo (29), em um hospital do RJ. 
Enterro aconteceu por volta das 17h desta segunda-feira (30), em Cotia.

O corpo do cantor Mário Sérgio, vocalista do Grupo Fundo de Quintal, foi enterrado na tarde desta segunda-feira (30) na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, em cerimônia realizada no Cemitério Jardim das Flores, por volta das 17h. Ele morreu na tarde deste domingo (29) em um hospital do Rio de Janeiro.
Segundo a produção da banda, Mário Sérgio estava internado havia mais de dez dias em um hospital de Nilópolis, na Baixada Fluminense, para fazer exames e tratar um linfoma. A morte foi anunciada pelo site do grupo e suas páginas nas redes sociais.
Cantor Mário Jorge voltou ao grupo Fundo de Quintal (Foto: Luna Markman / G1 PE)Cantor Mário Jorge voltou ao grupo Fundo de Quintal (Foto: Luna Markman / G1 PE)
O grupo era formado por Bira Presidente, Sereno, Ubirany, Ademir Batera, Mário Sérgio e Ronaldinho. Já gravou 32 álbuns, com 15 discos de ouro e quatro de platina. Nasceu do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, e é berço de artistas como Jorge Aragão, Sombrinha, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Walter Sete Cordas, Cléber Augusto e Neoci.
Mário Sérgio era compositor, cantor e cavaquinista, de acordo com o site Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira. Ainda segundo a página, o músico era considerado um dos principais compositores Fundo de Quintal, sendo o autor de diversas composições como: "Alem dos Sonhos da Ilusão"; "Brasil Nagô"; "Menina da Colina"; "Ira de Hortelã", entre outras.
Em toda a carreira, Mário Sérgio participou, ao menos, da produção de 11 discos. Entre eles, "Fundo de Quinta - Cacique de Ramos", de 2002; no mesmo ano do CD "Jorge Aragão Ao Vivo"; "Papo de Sambe", de 2001; e "Simplicidade", do Fundo de Quintal, em 2000.
Comunicado do grupo Fundo de Quintal sobre a morte de um dos seus integrantes. (Foto: Reprodução/Fundo de Quintal)Comunicado do grupo Fundo de Quintal sobre a morte do vocalista (Foto: Reprodução/Fundo de Quintal)
Artistas lamentam a morte de Mário Sérgio
A morte do vocalista do grupo Fundo de Quintal, Mario Sérgio Ferreira Brochado, de 58 anos, neste domingo (29) fez sambistas prestarem homenagem pelas redes sociais neste domingo (29). Veja abaixo:

Mumuzinho: "O samba está em luto e o céu em festa. Um grande homem, um grande intérprete, um grande poeta. Sinceros sentimentos á toda família. Descanse em paz, Mario Sergio."Thiaguinho: "Luto! Nosso amigo e referencia musical, se foi... Mário Sérgio (Fundo de Quintal), sentiremos saudades de você, mas suas lindas canções estão eternizadas aqui nos nossos corações... Muito obrigado por cantar em meu casamento... Muito obrigado pela companhia em Buenos Aires... E, pode ter certeza, vou terminar aquela canção que estávamos compondo... Estou muito triste! Sou muito fã! Vai com Deus, Marião!"
Zeca Pagodinho: "Eu gravei duas ou três músicas deles. [A morte] Pegou de surpresa. Inclusive, fizemos um show no mês passado, no Cacique de Ramos. Era um grande músico, grande cara, gente boa. É a vida que segue."
Xande de Pilares: "Mário Sérgio foi um grande amigo! Foi um exemplo! Tivemos várias histórias no carnaval da Bahia , no pagode da tia Gessy , no próprio Cacique [de Ramos], em São Paulo... Nossos últimos momentos foram no carnaval de Salvador e no último DVD do Fundo de Quintal, no Circo Voador."
 Do G1 São Paulo

Ministério Público aponta fraudes de R$ 2,5 bilhões no Bolsa Família




Um levantamento feito pelo Ministério Público Federal apontou suspeitas de fraudes no pagamento do programa Bolsa Família que podem chegar a R$ 2,5 bilhões e atingir 1,4 milhão de beneficiários.
Entre as possíveis irregularidades encontradas pelo órgão há saques realizados por pessoas que já morreram, indivíduos sem CPF ou com CPFs múltiplos, além de pessoas que estariam recebendo o benefício sem ter direito, como servidores públicos e doadores de campanhas políticas.
Os dados foram levantados a partir do cruzamento de informações do cadastro de beneficiários com dados da Receita Federal, TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e Tribunais de Contas.
Essas irregularidades foram identificadas em pagamentos feitos entre 2013 e 2014. O Ministério Público deu prazo de 30 dias para que o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário informe quais providências serão tomadas diante de inconsistências identificadas.
O levantamento fez parte de um projeto lançado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em junho do ano passado, e tem como objetivo de combater as fraudes do programa.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário afirmou que "não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas na gestão anterior", isto é, da presidente afastada Dilma Rousseff.
O texto também diz que a "pasta está empenhada em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do Bolsa Família" e que integrantes do ministério entraram em contato com o Ministério Público Federal para tratar do assunto e criar um comitê de controle "para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa".
uol

Sendo "Racismo" crime inafiançável e imprescritível... por que a 'agressora' foi liberada e vai responder em liberdade? Talvez a resposta esteja aqui: No Brasil as leis são 'feitas' para não serem cumpridas!


(Aparecida Ramos)




Constituição de 1988 tornou racismo crime inafiançável e imprescritível




da Folha Online


Racismo virou crime inafiançável e imprescritível em 1988, com a promulgação da nova Constituição. Mesmo assim, há dificuldades em qualificar o crime.



Segundo o advogado Marco Antonio Zito Alvarenga, da Comissão do Negro e de Assuntos Anti-Discriminatórios da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), entre 1951 e 1988, apenas nove casos foram levados para a Justiça. Após a Constituição, este número cresceu para cerca de 300 casos, sendo 170 em São Paulo.



Apenas em 1998, com regulamentação do Código Penal, foi tipificado o crime de injúria (ato ofensivo à dignidade de alguém) com o agravante de preconceito racial. A injúria tem menor potencial ofensivo.



"No crime de racismo considera-se que houve prejuízo contra toda uma classe. Por outro lado, o crime de injúria tem conotação particular", disse. Neste caso, o processo deve ser movido pela pessoa que se sentir ofendida.



Foi por injúria que a Polícia Civil indiciou o jogador argentino Leandro Desábato, acusado pelo são-paulino Grafite de ofensas pessoais, de caráter racista. A Justiça estabeleceu fiança de R$ 10 mil e concedeu liberdade provisória ao argentino.




Eu te amo e você é o meu herói' diz filho de vítima de injúria racial no Rio



Desabafo foi feito em rede social: 'o senhor não vai parar de fazer o bem'.
A mulher suspeita do crime foi liberada e responderá em liberdade.



Filho desabafa sobre injúria racial sofrida pelo pai (Foto: Reprodução TV Globo)Filho desabafa sobre injúria racial sofrida pelo pai (Foto: Reprodução TV Globo)
O filho do gerente de supermercado que teria sido vítima de injúria racial na Zona Sul do Rio, no último sábado (28) à noite, fez uma declaração para o pai, nas redes sociais, na qual afirma que sabe que "não são atitudes como essa que farão com que o senhor [o pai] pare de fazer o bem. Eu te amo muito e você é o meu herói". 

O desabafo do filho veio depois que o pai, que trabalha na unidade da rede de supermercados Zona Sul na Rua Dias Ferreira, no Leblon, teria sido alvo de injúria racial. A suspeita do crime é Maria Francisca Alves de Souza, de 58 anos, que teria dito ao homem: "Volta para sua senzala e quilombo".
Presa no sábado à noite, Maria Francisca chegou a ser transferida para o Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, mas foi solta nesta segunda-feira (30) e responderá ao processo em liberdade.
De acordo com um dos funcionários, a mulher fez as ofensas depois que o colega que teria sido vítima de racismo se negou a lhe prestar um favor — buscar um produto enquanto ela aguardava na fila do caixa — o que motivou a discussão.  Ela também teria achado que foi tratada com deboche por uma caixa.
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Quase 46 milhões vivem regime de escravidão no mundo, diz relatório

Brasil, com 161 mil, aparece na 151ª posição em ranking com 167 países.
Índice Global da Escravidão é feito pela ONG Walk Free Foundation


Brasil tem 161 mil 'escravizados', estima ONG internacional de direitos humanos (Foto: Sérgio Carvalho/Arquivo pessoal)Brasil tem 161 mil 'escravizados', estima ONG internacional de direitos humanos (Foto: Sérgio Carvalho/Arquivo pessoal)
Ao menos 45,8 milhões de pessoas vivem hoje uma situação de escravidão moderna no mundo, revela um relatório da ONG Walk Free Foundation, que será divulgado na noite desta segunda-feira (30) e ao qual o G1 teve acesso.
OS CINCO PAÍSES COM O MAIOR PERCENTUAL DE 'ESCRAVOS'
PAÍSNº DE PESSOAS% DA POPULAÇÃO
Coreia do Norte
1,1 milhão
4,4
Uzbequistão
1,2 milhão
4,0
Cambodia
256,8 mil
1,6
Índia
18,4 milhões
1,4
Catar
30,3 mil
1,4













O Índice Global da Escravidão estima que o Brasil tenha 161 mil pessoas em condições análogas à de escravos. Proporcionalmente à população, o país tem uma incidência baixa (0,078%), melhor que a de seus vizinhos. Levando em conta o indicador, figura apenas na 151ª posição entre 167 nações ao redor do globo. Nas Américas, fica atrás apenas de EUA e Canadá.
Cinco países do mundo (Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão) comportam 58% do total de “escravizados”. Somente a Índia abriga 18,4 milhões de pessoas em situação de escravidão.
Em termos proporcionais, quem encabeça o ranking é a Coreia do Norte. A estimativa é que 1 em cada 20 pessoas, aproximadamente, esteja nessa situação no país asiático (1,1 milhão no total). O relatório ainda faz uma ressalva de que se trata de um número “conservador”, já que as informações no país são difíceis de verificar. “Há evidência de que há cidadãos submetidos a trabalhos forçados pelo Estado, incluindo prisioneiros políticos. E relatos dão conta de que indivíduos são forçados a trabalhar por longas horas no campo e nos setores de construção, mineração e vestuário, com punições duras para os que não cumprem determinadas metas.”
Segundo o relatório, estudos mostram que a pobreza e a falta de oportunidade desempenham um papel importante no aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna. “Eles também apontam para desigualdades sociais e estruturais mais profundas que permitem que a exploração persista, como a xenofobia, o patriarcado, as castas e as discriminações de gênero.”
Relatório diz que Brasil é um dos países que têm enfrentado o problema (Foto: Sérgio Carvalho/Arquivo pessoal)
Relatório diz que Brasil é um dos países que
têm enfrentado o problema (Foto: Sérgio Carvalho/
Arquivo pessoal)
O O O presidente da Walk Free Foundation, Andrew Forrest, diz que “a escravidão é repugnante, mas totalmente evitável”. “Diferentemente de grandes epidemias mundiais, como a malária e a Aids, a escravidão é uma condição humana criada pela própria humanidade. E é preciso acabar com ela, não permitindo que as gerações futuras cedam a essa prática hedionda.”
O fundador da ONG afirma ainda que está nas mãos de líderes de todos os segmentos mudar esse quadro. “Líderes das principais economias mundiais – Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Brasil, Itália, Rússia e Índia – precisam fazer com que o mundo dos negócios se importe com essa questão, exigindo, por meio de leis, foco na transparência da cadeia de produção de todos os bens e serviços importados ou vendidos em seus países. O Brasil foi um dos primeiros líderes neste campo, pioneiro”, diz Forrest, fazendo referência à "lista suja" do trabalho escravo, que reúne empregadores flagrados utilizando mão-de-obra escrava. O Reino Unido, que promulgou o chamado 'Modern Slavery Act 2015', também é citado como exemplo a ser seguido.
Brasil

Apesar de proporcionalmente à população o Brasil ter uma incidência mais baixa que países como Portugal, República Tcheca, Itália e até Finlândia, em números absolutos o país está na 41ª posição – isto é, longe de erradicar a prática.

Numa escala de 0 a 100, o país aparece com 56,85 no quesito “resposta governamental” à prática (quando há serviço de apoio a vítimas, criminalização dos infratores e outras políticas adotadas). O relatório diz que, se for levado em conta o PIB per capita, a atuação do Brasil no combate à escravidão moderna merece destaque. “Filipinas, Geórgia, Brasil, Jamaica e Albânia estão fazendo grandes esforços, apesar de terem relativamente menos recursos que países mais ricos”, diz a ONG.
Dados do Ministério do Trabalho mostram que, em 20 anos, quase 50 mil trabalhadores já foram libertados no Brasil pelos grupos móveis de fiscalização.  Os grupos atuam desde 1995. As equipes são compostas de auditores fiscais, procuradores do Trabalho e policiais federais ou rodoviários federais e viajam para realizar as blitzes para evitar pressões de grupos políticos e empresariais em fiscais locais. Uma página especial mostra um raio X do problema no país.
No Brasil, o Código Penal define uma pena de reclusão de dois a oito anos e multa para quem “reduz alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.
Apesar de elogiar a atuação do Brasil, o relatório da Walk Free Foundation critica o fato de a "lista suja" estar suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal desde o final de 2014. Neste mês,regras do documento foram alteradas pelo governo.
Mapa mostra prevalência da escravidão; quanto mais escura a cor, maior o índice (Foto: Reprodução/Walk Free Foundation)Mapa mostra prevalência da escravidão moderna; quanto mais escura a cor, maior o índice (Foto: Reprodução/Walk Free Foundation)
O índice

Como as definições de escravidão variam de lugar para lugar (desde trabalho forçado e tráfico humano a casamento forçado), o relatório leva em conta todas as situações de exploração que uma pessoa não é capaz de se livrar, em razão de ameaça, violência, coação ou abuso de poder.

A Walk Free Foundation utiliza diversas variáveis para estabelecer os indicadores de prevalência, vulnerabilidade e de resposta por parte dos governos. Para chegar ao número de escravizados, por exemplo, foram feitas mais de 42 mil entrevistas em 53 idiomas diferentes pelo mundo. As estimativas são baseadas nos resultados dessa pesquisa (extrapolados para países com equivalentes perfis de risco). A metodologia foi desenvolvida por um grupo de trabalho formado por peritos independentes e reconhecidos mundialmente.
O índice, segundo a ONG, tem como objetivo se tornar “uma ferramenta para que os cidadãos, organizações não governamentais, empresas e funcionários públicos entendam o tamanho do problema e os fatores que contribuem para que ele exista e possam defender e construir políticas sólidas para erradicar a escravidão moderna”.
Essa é a terceira edição do Índice Global da Escravidão. Na primeira, em 2013, a estimativa girava em 29,8 milhões de escravos no mundo. O relatório completo pode ser acessado no site.
Brasil figura na 151ª posição entre 167 países no que diz respeito à prevalência da escravidão moderna (Foto: Sérgio Carvalho/Arquivo pessoal)Brasil figura na 151ª posição entre 167 países no que diz respeito à prevalência da escravidão moderna (Foto: Sérgio Carvalho/Arquivo pessoal)G1.com