quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SONETO LXXXVIII




Quando me tratas mau e, desprezado, 
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado 
E, inda perjuro, provo que és um bem.

Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história 
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória. 

Mas lucro também tiro desse ofício: 
Curvando sobre ti amor tamanho, 
Mal que me faço me traz benefício,

 Pois o que ganhas duas vezes ganho.
 Assim é o meu amor e a ti o reporto:
 Por ti todas as culpas eu suporto.



WILLIAM SHAKESPEARE

Lindo Soneto...

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