segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Tesouro: déficit do ano seria próximo de zero sem gastos com covid-19

 

Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de real,Cédulas do real

 Dívida bruta caiu 5,3 pontos percentuais de fevereiro a junho

Sem os gastos extras com o enfrentamento à pandemia de covid-19, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teria déficit primário de apenas R$ 3 bilhões nos sete primeiros meses do ano, disse hoje (30) o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. O secretário apresentou a estimativa ao explicar o resultado negativo de R$ 73,432 bilhões registrado de janeiro a julho deste ano.

Na avaliação do secretário, o Brasil apresenta melhora fiscal efetiva e registra avanços, que podem ser expressos na queda do déficit primário e da dívida pública bruta neste ano. Em julho, o déficit primário – resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública – somou R$ 19,829 bilhões, contra déficit de R$ 87,886 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Endividamento

Em relação à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), o Tesouro destacou, no sumário de divulgação dos dados, que o indicador caiu 5,3 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) de fevereiro a junho deste ano, após ter subido 15 pontos percentuais do PIB entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2021. Segundo o órgão, as estimativas para o ano que vem estão otimistas.

“Além disso, as projeções mostram que em 2022 a dívida estará poucos pontos percentuais acima do que se previa para este ano, antes da pandemia”, destacou o texto. Neste ano, o endividamento do governo em relação ao PIB cai, em parte, por causa da melhora das contas públicas provocada pela queda dos gastos com o enfrentamento à pandemia e pela alta na arrecadação relacionada com a recuperação econômica. Outra parte da queda decorre da inflação, que aumenta o PIB nominal e eleva o denominador da relação dívida/PIB, encolhendo o valor da fração.

Na avaliação do Tesouro, o aumento de gastos durante a pandemia representou uma medida de curto prazo, que não compromete a sustentabilidade de médio prazo da dívida pública brasileira. “Percebe-se, com isso, que o País dispõe de capacidade de gerar melhores resultados fiscais se comparado com o período anterior à pandemia e, seguindo neste caminho, as projeções ainda devem continuar melhorando”, informou o sumário.

Por fim, o Tesouro pediu a manutenção das normas fiscais atuais – ancoradas em meta de resultado primário, teto de gastos e regra de ouro – para manter a responsabilidade fiscal no país. “É preciso lembrar que essa melhoria veio do respeito a um conjunto de regras fiscais, e a manutenção desse compromisso é que fará as expectativas se realizarem em todo o seu potencial”, argumentou o órgão.

A manutenção e o cumprimento das regras fiscais poderão fazer o endividamento público continuar a cair nos próximos anos, por meio de juros de longo prazo mais baixos que reduzem o custo de renovação da dívida do governo. “Na medida em que o cenário para indicadores fiscais seja mais bem percebido, deverá se refletir em menores custos de rolagem da dívida, que por sua vez podem gerar efeitos ainda mais positivos sobre o próprio quadro prospectivo fiscal e econômico”, concluiu o sumário do Tesouro.

Edição: Aline Leal

 https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-08/tesouro-deficit-do-ano-seria-proximo-de-zero-sem-gastos-com

domingo, 22 de agosto de 2021

Justiça sem medo: família de Patrícia Acioli relembra o dia da morte; 'Fechei todas as portas e a gente ficou rezando', diz filha

 (G1.com)

Ana Clara, filha da juíza, tinha 12 anos quando a mãe foi assassinada na porta de casa. Ela e os irmãos ouviram os tiros. Mike, o irmão mais velho, foi o primeiro a encontrar Patrícia, mas ela já estava morta. Dez anos depois, a família, que teve toda a rotina alterada após o crime, ainda adota precauções.

Justiça sem medo: família de Patrícia Acioli relembra o dia da morte; 'Fechei todas as portas e a gente ficou rezando', diz filha 

A juíza Patrícia Acioli foi morta dentro do carro, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói. Os 21 tiros disparados há 10 anos pelos assassinos foram ouvidos pelos filhos, que estavam em casa com primos e amigos. Os dois assassinos, Daniel Benitez Lopez e Sérgio Costa Júnior, fizeram uma emboscada e descarregaram duas pistolas e um revólver às 23h54 do dia 11 de agosto de 2011.

Justiça Sem Medo: família de Patrícia Acioli ouviu tiros que executaram a juíza

Justiça Sem Medo: família de Patrícia Acioli ouviu tiros que executaram a juíza 

 "Eu só lembro de acordar com a minha irmã chorando muito", conta Ana Clara, filha de Patrícia Acioli.

"E o meu priminho também que estava lá em casa - que era filho de uma amiga da minha mãe também chorando muito - falando que estava tendo um tiroteio muito perto de casa. Eu pedi para ele se esconder debaixo da cama, eu desci, aí meu irmão na porta de fora e a minha tia chorando", relata.

"Botei eles pra debaixo da cama e tranquei, fechei todas as portas, e aí a gente ficou rezando, a gente ficou rezando até meu pai chegar. Quando meu pai abriu a porta, a gente entendeu que tinha alguma coisa errada. Aí quando eu perguntei se a minha mãe estava bem, ele falou que ela tinha sofrido um atentado e que não tinha resistido."
(Essa reportagem faz parte de uma série que o G1 publica desde quarta, batizada de 'Justiça sem medo', 10 anos após o assassinato da juíza Patrícia Acioli.) 
 
O enteado de Patrícia, Mike Chagas, foi o primeiro a encontrar a juíza morta. Ele contou à polícia, dois dias depois do crime, que estava no banho quando ouviu os disparos. Correu para o quintal e percebeu uma moto arrancando. Tentou quebrar o vidro do carro com socos e chutes, mas não conseguiu abrir a porta. Entrou pelo carona e viu que a mãe já não tinha pulso.
"É muito mais doloroso você matar, assassinar uma pessoa na porta de casa com os filhos da vítima ouvindo os tiros", diz Wilson Junior, ex-marido e pai dos filhos de Patrícia. "A gente não volta, a gente não consegue ir até o local onde aconteceu o crime."

Wilson Junior conta que todos se mudaram da casa 10 dias depois para um apartamento. Toda a rotina foi alterada: escola, médicos, amigos. Tudo por segurança. Segundo ele, a vida começou a voltar ao normal há pouco tempo, mas todos na família ainda continuam adotando precauções.

"É uma coisa muito difícil para as minhas filhas falarem da mãe. Só para você ter uma noção, às vezes, eu estou na rua, soltam fogos, minhas filhas entram em desespero. E hoje elas estão com mais de 20 anos. Meu filho não consegue falar sem se emocionar.” 

 Ana Clara Acioli, filha da juíza Patrícia Acioli, assassinada em agosto de 2011 por PMs do 7º Batalhão (São Gonçalo) — Foto: Marcos Serra Lima/G1Ana Clara Acioli, filha da juíza Patrícia Acioli, assassinada em agosto de 2011 por PMs do 7º Batalhão (São Gonçalo) — Foto: Marcos Serra Lima/

Perseguição e morte

Patrícia saiu do Fórum de São Gonçalo às 23h14. A juíza percorreu 27 km entre o trabalho e sua casa, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói.

Em boa parte do trajeto até em casa, a juíza conversava com a irmã, Simone Acioli. Era uma quinta-feira e as duas planejavam uma viagem no fim de semana. Patrícia ia com os filhos visitar a irmã em São Paulo.

"Eu fui a última pessoa que falei com ela, com certeza", diz Simone. "A gente desligou o telefone, e ela disse: ‘Já tô quase em casa, irmã, vou desligar agora’. Aí eu desliguei. Deve ter acontecido 15 minutos depois.", conta Simone.

"Na verdade, foi 1h30, 2h. Um dos meus sobrinhos, filho da minha outra irmã, Francisco, que me ligou avisando. E aí quando ele ligou, ele ligou chorando, né? E eu nem acreditei, eu falei que não era possível. Acabei de falar com ela."

Filhas da juíza Patrícia Acioli participa da homenagem aos dez anos da morte da magistrada em Niterói — Foto: Divulgação/ONG Rio de Paz

Filhas da juíza Patrícia Acioli participa da homenagem aos dez anos da morte da magistrada em Niterói — Foto: Divulgação/ONG Rio de Paz

Enquanto falava com a irmã, no caminho para casa, Patrícia estava sendo seguida. Inicialmente por um carro e depois por uma moto, com os dois assassinos.

Câmeras de segurança flagraram a perseguição ao longo do trajeto. Pouco antes de chegar no condomínio de Patrícia, quando viram que ela ia mesmo para casa, os assassinos aceleraram para chegar antes e preparar a emboscada.

Mapa do trajeto feito pela juíza Patrícia Acioli no dia em que foi assassinada em Piratininga, Niterói — Foto: Níkolas Espíndola/G1

Mapa do trajeto feito pela juíza Patrícia Acioli no dia em que foi assassinada em Piratininga, Niterói — Foto: Níkolas Espíndola/G1

Quando chegou à porta de casa, a juíza não freou bruscamente ou tentou fugir. Foi surpreendida pelos dois homens, explicam os investigadores.

"Não havia nenhuma marca de frenagem do veículo e a gente já pode perceber com isso que quem emboscou estava esperando ela parar naquele ponto", conta o delegado Allan Duarte, que investigou o local do crime.

Allan Duarte, delegado que investigou o local do assassinato da juíza Patrícia Acioli — Foto: ReproduçãoAllan Duarte, delegado que investigou o local do assassinato da juíza Patrícia Acioli — Foto: Reprodução

"Um ponto muito importante da investigação foi a percepção da concentração dos disparos e do grande número de perfurações provocadas na altura da janela. Isso revela ali que os atiradores queriam se certificar que aquela vítima iria morrer. Não era apenas uma ameaça." Justiça sem medo: 10 anos da morte da juíza Patrícia Acioli
 Justiça Sem Medo: filha de Patrícia Acioli quer seguir o legado da mãe
 

Covid-19: internação e mortes de idosos voltam a crescer, apesar da vacinação

Assim como no início da pandemia da covid-19, país volta a lidar com mais casos e óbitos entre pessoas a partir de 60 anos, mesmo com esse público vacinado. Reforço na imunização passa a ser alternativa

 (crédito: Marcelo Camargo/Agencia Brasil/Rsseprodução - 23/1/20) 

crédito: Marcelo Camargo/Agencia Brasil/Rsseprodução - 23/1/20

Enquanto o país avança na imunização contra a covid-19 por faixas etárias e a maioria dos municípios já aplica doses na população adulta mais jovem, a partir de 18 anos, e outros até iniciam a cobertura vacinal de adolescentes com e sem comorbidades, o foco dos especialistas se volta novamente aos idosos, como era no início da vacinação contra o novo coronavírus. Isso porque o processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil visto com a vacinação dos mais velhos no primeiro momento foi revertido e, aualmente, os idosos voltaram a ser o grupo que mais morre pela doença no país.

Nas duas primeiras semanas de agosto, cerca de 70% dos óbitos por covid-19 no Brasil foram de pessoas com 60 anos ou mais. Os números são do boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na semana epidemiológica 23, que corresponde ao período de 6 a 12 de junho, os óbitos nessa faixa etária representavam 44,6% do número total de mortes pela doença. O último levantamento do estudo, nas semanas 31 e 32, do dia 1º a 14 de agosto, registrou um aumento na proporção para 69,2%.

O número de internações por covid-19 de pessoas a partir de 60 anos também aumentou entre os dois intervalos. A estatística de idosos entre os casos internados já esteve em 27%, na semana 23, mas hoje se encontra em 43,6%. O aumento da vacinação entre os jovens explica porque o processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil foi revertido. O vírus continua circulando intensamente pelo país e, novamente, as internações hospitalares, internações em UTI e óbitos voltaram a se concentrar na população idosa, que é mais vulnerável à doença.

“É fundamental, portanto, compreender que, se considerarmos que esta nova transição da idade é efeito da progressão da vacinação entre os mais jovens, isto significa dizer que, em um cenário em que a população passa a ter acesso à vacina, os idosos têm maior risco de sofrer internações e evoluírem a óbito”, ressaltam os pesquisadores, no boletim.

Por isso, o infectologista da Fiocruz e ex-diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Julio Croda, explica que é necessário observar de perto o perfil dos pacientes internados e dos óbitos pela doença para adotar estratégias específicas para este grupo da população. “Não vejo problema em avançar na faixa etária da imunização desde que esteja se monitorando em cada estado e cidade qual o perfil epidemiológico das internações e adotando estratégias específicas para diminuir essas hospitalizações e óbitos”, analisa.

Segundo ele, a presença de variantes mais transmissíveis no Brasil, em especial a delta, pode ser um dos motivos para que a covid-19 tenha voltado a afetar os mais velhos. Diante desse cenário, Croda diz que é imprescindível um reforço na proteção dos idosos.

“A gente sabe também que, no contexto da variante delta, a gente não vai atingir a imunidade coletiva apenas com as vacinas, porque ela previne hospitalização e óbito, mas não necessariamente a transmissão de formas assintomáticas ou mais leves da doença. Assim, o vírus vai continuar circulando e o que a gente tem que prevenir é essa população mais velha, que é mais vulnerável, mesmo vacinada”, avalia.

Terceira dose

A solução estudada para compensar a maior vulnerabilidade imunológica dos idosos e protegê-los melhor seria a aplicação de uma dose de reforço das vacinas contra a covid-19. “Mais do que avançar nas coberturas vacinais em várias faixas etárias, do que avançar a vacinação em adolescentes, a gente tem que discutir a dose de reforço nos idosos”, afirma Croda. Na cidade do Rio de Janeiro, onde a vacina já foi ofertada para toda população adulta, o foco do prefeito Eduardo Paes (PSD) será revacinar os idosos, principalmente por causa do avanço da variante delta.

“Quero deixar bem claro que a prefeitura entende que, com esse número alto de casos da variante delta, deve priorizar a terceira dose de reforço para as pessoas mais velhas, que são mais vulneráveis ao agravamento da doença. Nós preferimos fazer a terceira dose dos idosos do que antecipar a segunda dose dos mais jovens”, disse Paes, na última sexta.

A situação é observada pelo Ministério da Saúde, que indicou já ter vacinas suficientes para aplicar uma terceira dose nos idosos. No entanto, o calendário ainda não foi definido pela pasta. Para o doutor em Saúde Coletiva e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Dário Pasche é precipitado falar em terceira dose quando ainda não se imunizou plenamente toda a população vacinável.

“O Ministério da Saúde deveria se preocupar com outras questões, como o fornecimento adequado do fluxo de vacinas, ampliar as campanhas de busca de pessoas com vacinação incompleta, assim como ampliar a educação sanitária para a população”, pondera.

* Estagiários sob a supervisão de Augusto Fernandes

Média de mortes cai

O Brasil registrou, ontem, a menor média móvel diária de mortes por covid-19 dos últimos sete meses. De acordo com o levantamento do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), o índice ficou em 774. A última vez que a estatística sobre óbitos tinha sido inferior foi em 6 de janeiro, data em que o Conass contabilizou uma média diária de 683 mortes.

Na comparação com duas semanas atrás, quando a média diária foi de 912, o número caiu 15,1%. Diferenças superiores a 15% neste intervalo de tempo indicam tendência de queda. Ainda segundo o Conass, a média móvel de casos ficou em 29.478. Isso representa uma redução de 11,8% em relação ao que foi registrado há 14 dias (33.418).

Segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde sobre a situação da pandemia, o país teve mais 28.388 casos do novo coronavírus e 698 novos óbitos pela covid-19 ontem. Desde o início da pandemia, a pasta contabiliza 20.556.487 pessoas infectadas e 574.209 vidas interrompidas na luta contra a doença. Por outro lado, o Brasil já tem ao menos 19.431.197 recuperados da enfermidade.

A região Sudeste do país é a que concentra as estatísticas mais altas da pandemia. Lá, o Ministério da Saúde já confirmou 7.911.415 casos de infecção pelo novo coronavírus, além de 270.093 mortes. Na sequência aparece a região Nordeste, com 4.712.166 pessoas infectadas e 114.683 óbitos.

A região Sul tem ao menos 3.984.113 ocorrências da doença e 89.350 mortos. No Centro-Oeste, são 2.134.305 casos e 54.301 mortes. Por fim, a região Norte chegou a 1.814.488 infecções e 45.782 óbitos pela covid-19.

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O desespero das mães afegãs... retratos da dor perante o mundo

Vídeo: mães entregam crianças a militares no aeroporto de Cabul

Desesperadas, mães passam filhos por cima de cerca no aeroporto de Cabul. Nesta quinta-feira, os Estados Unidos acusaram o Talibã de não deixar as pessoas saírem do Afeganistão

 (crédito: Instagram/ reprodução ) Moradores de Cabul continuam a tentar sair do Afeganistão depois da tomada de poder pelo Talibã. Nesta quinta-feira (19/8), os Estados Unidos acusaram o governo afegão de impedir a saída de pessoas do país pelo aeroporto internacional de Cabul.

 Um vídeo compartilhado pelo jornalista afegão Rustam Wahab, mostra mães escalando uma cerca para entregar seus filhos a soldados norte-americanos. "As pessoas estão tão desesperadas para escapar do Talibã que estão transferindo bebês e crianças para o portão do aeroporto de Cabul", disse o jornalista.

De acordo com o jornal Sky News, soldados britânicos estão no aeroporto ajudando na evacuação.  "É terrível, mulheres estavam jogando seus bebês por cima do arame farpado, pedindo aos soldados que os pegassem, alguns ficaram presos no arame", disse um soldado ao jornal. 

Nesta quinta-feira (19/8), vários protestos em Cabul foram reprimidos pela Talibã. De acordo com agência Reuters, pelo menos 15 pessoas morreram atingidas por tiros nesses protestos.

Na segunda-feira (16/8), vários vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o caos no aeroporto em que várias pessoas tentavam entrar nas aeronaves militares. Restos mortais foram encontrados no trem de pouso de um desses aviões. Nesta quinta-feira (19/8), o jornal Sun, uma das pessoas que morreu enquanto tentava se agarrar ao avião foi o ex-jogador da seleção de base do Afeganistão Zaki Anwari, que tinha 19 anos.

Uma outra aeronave saiu de Cabul com cerca de 640 pessoas a bordo, quando a capacidade da aeronave é de 130 ocupantes.

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Mães desesperadas entregam bebés a soldados no aeroporto de Cabul


 

Palco de caos e desespero... o aeroporto de Cabul (Apesar da data, decidi postar).

Tomada de Cabul pelo Talibã, aeroporto é palco de caos e desespero

No dia seguinte ao colapso do governo afegão, milhares de civis tentam embarcar em aviões para escapar do grupo islâmico. Tropas americanas disparam tiros para o alto, e testemunhas relatam ao menos cinco mortes.

Milhares de pessoas se amontoaram na pista de pouso do aeroporto da capital afegã

Milhares de pessoas se amontoaram na pista de pouso do aeroporto da capital afegã

Tropas americanas dispararam tiros para o alto, e todos os voos comerciais foram cancelados no aeroporto de Cabul nesta segunda-feira (16/08), onde milhares de afegãos se amontoavam na esperança de embarcar em qualquer voo no dia seguinte à tomada do poder pelo Talibã.

Ao menos cinco pessoas foram mortas ao tentar entrar em aviões, relataram testemunhas à agência de notícias Reuters. Uma das testemunhas disse ter visto os corpos de cinco pessoas serem levados para um veículo. Outra testemunha disse não estar claro se as vítimas foram atingidas por tiros ou morreram pisoteadas.

Imagens dramáticas postadas em redes sociais mostram caos na pista de pouso, com civis tentando desesperadamente subir numa escada e embarcar num avião de passageiros e escapar da cidade no dia seguinte ao colapso do governo. Outros vídeos postados na internet mostram pessoas tentando se agarrar a um avião.

Uma correspondente da emissora pública alemã ARD compartilhou imagens em que tiros podem ser ouvidos:

Um militar americano disse à Reuters que a multidão estava fora de controle. "Os disparos foram apenas para desarmar o caos."

"Estou muito assustada aqui. Estão disparando muitos tiros para o ar", disse uma testemunha em meio a tentativas de soldados americanos de restaurar a ordem.

Um vídeo gravado por um jornalista afegão mostra multidões correndo para o aeroporto com bagagens lotadas e crianças assustadas:

"Os talibãs venceram"

O caos no aeroporto teve início horas depois de líderes do Talibã ordenarem a entrada de seus combatentes em Cabul após o presidente afegão, Ashraf Ghani, fugir. "Os talibãs venceram com o julgamento de suas espadas e armas, e agora são responsáveis pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas", disse Ghani após deixar o país.

Desesperados, afegãos tentam fugir de avião

O grupo radical islâmico tomou Cabul após uma ofensiva-relâmpago e sem enfrentar resistência significativa, 20 anos depois de ser expulso da capital por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos. As forças de segurança afegãs treinadas pelo Ocidente colapsaram em poucos dias, mesmo antes da conclusão da retirada das tropas americanas do país, iniciadas em maio e com prazo final previsto para 31 de agosto.

Apesar das duas décadas de suporte militar e do investimento de bilhões de dólares, os EUA falharam na tentativa de estabelecer um governo democrático no Afeganistão capaz de resistir ao Talibã.

"Estamos com medo de viver nesta cidade"

O Departamento de Estado americano disse nesta segunda que tropas estavam protegendo o perímetro do aeroporto enquanto retiravam do país tanto funcionários de sua embaixada quanto milhares de afegãos que trabalharam para os interesses de Washington desde que os EUA derrubaram o Talibã após o atentado de 11 de setembro de 2001.

Os EUA enviaram 6 mil militares ao Afeganistão para ajudar na evacuação. Segundo o governo americano, milhares de cidadãos americanos, funcionários da embaixada local e seus familiares e outros "cidadãos afegãos vulneráveis" serão retirados do país nos próximos dias. 

A embaixada dos EUA em Cabul pediu, via Twitter, que cidadãos americanos e afegãos não se dirigissem para o aeroporto. Mas milhares de afegãos, muitos sem conexão com a coalizão liderada pelos EUA, foram ao local com a esperança de escapar, mesmo sem terem passagens ou vistos para viajar ao exterior.

"Estamos com medo de viver nesta cidade", disse um homem de 25 anos. "Li no Facebook que o Canadá está aceitando refugiados do Afeganistão", acrescentou ele, que, assim como muitos outros, acreditou em rumores ou fake news espalhados nas redes sociais. "Como servi ao Exército, é perigoso. Eu definitivamente seria alvo do Talibã."

A embaixada dos EUA disse ter transferido todos os funcionários da representação diplomática para o aeroporto e que estes estavam sendo mantidos separados dos que não têm permissão para viajar.

O governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel, planeja enviar soldados para o Afeganistão para ajudar a retirar cidadãos alemães e afegãos ameaçados pelo Talibã, disseram fontes parlamentares nesta segunda. Outros países também anunciaram ou já deram início a operações para retirar seus cidadãos do Afeganistão, como Itália e Reino Unido.

Temor de retrocessos

Do lado de fora do aeroporto, uma calma inquietante tomou conta de Cabul nesta segunda, enquanto insurgentes talibãs armados patrulhavam as ruas e montavam postos de controle, e a maioria da população se escondia em suas casas.

Houve relatos isolados de saques e homens armados batendo em portas. Um porta-voz do Talibã tuitou que os combatentes do grupo foram instruídos a não entrar em nenhuma casa sem permissão e a proteger "a vida, a propriedade e a honra".

Combatentes do Talibã conduzem um veículo da polícia do lado de fora do aeroporto de Cabul

Numa mensagem postada em redes sociais, o cofundador do Talibã, Abdul Ghani Baradar, pediu que seus combatentes permanecessem disciplinados após assumirem o controle sobre a capital. "Agora temos que mostrar que podemos servir à nossa nação e garantir a segurança e uma vida confortável", disse.

O Talibã também afirmou que permaneceria fora do complexo diplomático que abriga a embaixada dos EUA para não causar confusão ou problemas.

Os talibãs ocuparam Cabul pela primeira vez em outubro de 1996 e, pelos cinco anos seguintes, lideraram um regime totalitário que ficou conhecido pela repressão brutal a mulheres – simbolizada pela imposição da burca – e pela aplicação de uma versão extremamente arcaica e tirânica do islã. Suspeitos de cometer crimes estavam sujeitos à amputação ou execução em público.

O Talibã também abrigou a Al Qaeda, de Osama Bin Laden, nos anos antes de a organização fundamentalista islâmica executar os ataques de 11 de Setembro. O atentado desencadeou a invasão americana ao Afeganistão, a qual rapidamente sufocou a Al Qaeda e removeu o Talibã do poder.

Nos últimos anos, o grupo islâmico tentou se mostrar mais moderado, mas muitos afegãos demonstram ceticismo quanto a isso e temem um retrocesso em termos de direitos individuais.

Hoje Cabul é uma cidade de 5 milhões de habitantes, onde veículos de luxo e SUVs circulam em meio a congestionamentos. Muitos dos combatentes do Talibã vêm de áreas rurais sem eletricidade ou água encanada e estão vendo uma cidade moderna pela primeira vez.

https://www.dw.com/pt-br/ap%C3%B3s-tomada-de-cabul-pelo-talib%C3%A3-aeroporto-%C3%A9-palco-de-caos-e-desespero/a-58875790

lf/ek (AFP, Reuters, AP)

 

 

 

 

A queda de Cabul é um grave desastre

 

Retirada precipitada do Afeganistão desembocou numa humilhação nacional para os EUA, que reforçará a mensagem populista na política externa, justamente o que pretendia neutralizar

A queda de Cabul é um grave desastre. É um grave desastre para o povo do Afeganistão, que a partir de agora terá que viver sob um regime teocrático que reprime as liberdades mais básicas, castiga de forma desumana os dissidentes e se orgulha de oprimir as mulheres. É um grave desastre para dezenas de milhares de afegãos que, depois de ajudarem jornalistas e diplomatas ocidentais com o intuito de construir um país melhor, observaram com impotência como as promessas de protegê-los foram vergonhosamente esquecidas, e agora enfrentam a ira mortal do Talibã. É um grave desastre para numerosos países da região, que precisarão lutar contra as consequências profundamente desestabilizadoras de outra enorme crise de refugiados. É um grave desastre para a credibilidade do Ocidente, cujas promessas de garantir a segurança dos aliados ameaçados por rivais autoritários como a Rússia e a China parecem ainda mais vazias neste momento. E é um grave desastre para os Estados Unidos, cuja segurança estará muito menos garantida agora que o Talibã pôs em liberdade um número considerável de membros da Al Qaeda e talvez volte a permitir o treinamento de grupos terroristas no Afeganistão.

Mais informações:

 https://brasil.elpais.com/opiniao/2021-08-18/a-queda-de-cabul-e-um-grave-desastre.html


 

22/08/2021 - ORAÇÃO DA MANHÃ XXI Domingo do Tempo Comum

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Qual o custo da FELICIDADE? - Dra. Rosana Alves

Mais de 100 cidades da PB não registraram mortes por Covid-19 durante o mês de julho

 Relatório aponta ainda que, de junho para julho, o número de mortes em decorrência da pandemia no estado caiu de 796 para 386, uma redução de 51,5%.

Por G1 PB 

 Mais de 100 municípios não registraram óbitos durante o mês de julho, na Paraíba — Foto: Roberto Costa/Código19/Estadão Conteúdo

Mais de 100 municípios não registraram óbitos durante o mês de julho, na Paraíba — Foto: Roberto Costa/Código19/Estadão Conteúdo 

Nenhum óbito por Covid-19 foi registrado no mês de julho em 107 municípios paraibanos. Os dados são da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (GEVS) e apontam que a diminuição no número de óbitos vem ocorrendo desde maio. Este é um dos indícios do sucesso da vacinação na Paraíba, que já contemplou mais de 46% da população com pelo menos uma dose. O relatório aponta ainda que, de junho para julho, o número de mortes em decorrência da pandemia no estado caiu de 796 para 386, uma redução de 51,5%.

Algumas cidades tiveram grande contribuição nesta mudança de cenário entre os meses de junho e julho. Monteiro, no cariri paraibano, registrou uma queda de 82,35% dos óbitos entre os últimos dois meses, saindo de 17 para 03; Sousa e Guarabira caíram 81,82% cada uma, de 22 para 04; e Patos reduziu 72,09%, de 43 para 12 óbitos. João Pessoa também teve forte participação nesse quadro: a capital paraibana, que havia registrado 188 vidas perdidas por Covid-19 em junho, contabilizou 63 em julho (-66,4%). Campina Grande saiu de 123 para 42 óbitos no mesmo período (-65,8%).

Fazendo um recorte dos três meses que antecederam julho, também observa-se um cenário bastante favorável no que concerne à redução dos óbitos por Covid-19 no estado. O município de Esperança, que contabilizava uma média mensal de 15 mortes entre abril e junho, registrou um único óbito no último mês (diminuição de 93,33%). A mesma perspectiva é observada em João Pessoa, que partiu de uma média de 259 óbitos nos três meses anteriores para 42 em julho (diminuição de 83,78%). Santa Rita saiu da média de 26 óbitos para 10 (diminuição de 61,54%).

O secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, reforça que, apesar dos números favoráveis e das inequívocas provas da eficiência da vacinação, ainda não há motivo para relaxar nas medidas preventivas “A vacinação só passa a ser efetiva quando a maioria da população já está devidamente protegida com o agente imunizante, algo que gira em torno de 70% dos indivíduos. Por enquanto, devemos manter o uso de máscara, precauções de higiene pessoal e distanciamento seguro”, destacou.

Até esta terça-feira (3) a Paraíba já aplicou 2.590.790 doses de imunizantes contra covid-19, contemplando mais de 1.923.261 pessoas. 

Campina Grande

João Pessoa

G1.com


Bolsonaro: "Aumento do Bolsa Família pode chegar a 100%"

Presidente afirmou que o governo está se esforçando para elevar, no mínimo, 50% o valor do benefício

3 ago 2021 12h44
| atualizado às 18h44

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o governo estuda uma maneira de chegar a 100% de aumento ao Bolsa Família, o que elevaria o benefício médio do programam para perto de R$ 400.

 05/02/2020
REUTERS/Adriano Machado 

05/02/2020 REUTERS/Adriano Machado

"Estamos ultimando esforços para dar um aumento de no mínimo 50% no Bolsa Família, podendo chegar a 100% em média. Com isso além de atendermos a população, a gente prepara o Brasil para voltar à normalidade", disso o presidente.

De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o valor acertado até agora com a equipe econômica é de um aumento de 50%, que elevaria o benefício médio dos atuais R$ 192 para cerca de R$ 290, mas essa semana começaram pressões políticas para que esse reajuste seja ampliado.

Um aumento de 100% levaria o benefício médio a perto de R$ 400. No entanto, segundo uma fonte com conhecimento do assunto, a equipe econômica diz que não há margem no orçamento para isso, mesmo que seja possível a aprovação da chamada PEC dos Precatórios, apresentada pelo governo, que parcela o pagamento de decisões judiciais perdidas pela União.

 https://www.terra.com.br/economia/bolsonaro-aumento-do-bolsa-familia-pode-chegar-a-100,f


 

Olimpíada de Tóquio 2021: Brasil retoma disputas no skate após 2 pratas; entenda a modalidade park

 

Atleta treina em Tóquio

O skate está de volta aos Jogos de Tóquio, depois de um breve intervalo após sua estreia em Olimpíadas logo no início do torneio.

A primeira modalidade, a street (rua, em inglês), já fez bastante sucesso e conquistou novos fãs, que se encantaram com os truques, manobras e termos desconhecidos para muita gente.

E valeu a pena assistir, mesmo sem entender tudo: dois brasileiros, Rayssa Leal, de apenas 13 anos, e Kelvin Hoefler, de 28, conquistaram medalhas de prata.

Agora, mais seis brasileiros vão competir a partir de terça-feira (3/8), às 21h (horário de Brasília), a modalidade park (parque, em inglês).

Primeiro, será a vez das mulheres, que abrirão as disputas com a fase classificatória, quando serão definidas as finalistas que competirão logo em seguida.

Na quarta-feira (4/8), também a partir das 21h, serão realizadas a fase classificatória e final masculinas.

Confira a seguir as características dessa modalidade, suas regras e quem são os representantes do Brasil na competição.

Quais são as diferenças entre street e park?

Como já diz o nome da street, essa modalidade imita a rua, com elementos como degraus, corrimãos e rampas.

Já a modalidade park é dentro de uma pista parecida com uma piscina assimétrica (vazia, claro), profunda, cheia de curvas e com uma espécie de “mesa” no meio.

As paredes dessa estrutura, chamada de “bowl”, têm até quatro metros.

Por causa dessa estrutura, os skatistas podem alcançar grandes alturas quando deslizam pela pista em alta velocidade — e a variedade do que podem fazer aumenta de acordo com a altura que atingem.

Assim, eles também podem fazer belas manobras no ar fora das curvas do “bowl” — uma ótima atração para quem estiver assistindo em casa.

Atleta treina em Tóquio

Crédito, Getty Images. Legenda da foto, Modalidade park acontece dentro de uma pista em formato de piscina, o bowl

Quais são as regras do park?

Funciona assim: os atletas vão percorrer a pista por 45 segundos direto, fazendo suas manobras, três vezes cada.

O que conta para a classificação final em cada etapa é a maior nota, que vai de 0 a 100.

Os cinco juízes vão avaliar o grau de dificuldade das manobras realizadas, e isso varia também se skate é agarrado com a mão ou gira no ar, qual parte é agarrada, qual mão é usada para isso e a postura do atleta e os movimentos que faz com o corpo. Os atletas também podem se agarrar, se equilibrar e deslizar pelas bordas da pista, por exemplo.

Também é levado em consideração o ritmo, tempo, consistência dos competidores na prova.

Como no street, os oito primeiros das preliminares vão disputar a final.

Todas as competições de skate acontecem no Parque Ariake Urban Sports, em Tóquio.

Brasileiros na disputa

Dora Varella

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De São Paulo (SP), a atleta de 20 anos é bicampeã pan-americana open no Vans Park Series Women's Continental Championships e tricampeã mundial amadora do Girls Vans Combi Pool Classic - EUA.

Ela integra a seleção brasileira desde 2018. Está em 9º lugar no ranking mundial.

Isadora Pacheco

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A skatista de 16 anos de Florianópolis (SC) é campeã brasileira (2019). Segundo seu site oficial, ela compete desde os 9 anos de idade.

Isadora estreou no circuito mundial aos 11 anos no campeonato Vans Comb Pool na Califórnia. Está em 11º lugar no ranking mundial.

Yndiara Asp

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De Florianópolis (SC), "Yndi" foi vice-campeã mundial em 2018 e, aos 23 anos, está em 14º lugar no ranking mundial.

Recentemente, em outubro de 2020, sofreu uma queda e passou por uma cirurgia na perna esquerda. Mas se recuperou a tempo das Olimpíada em 2021.

Luiz Francisco

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O atleta de Lorena (SP), de 21 anos, começou a chamar a atenção no futebol, mas acabou emplacando mesmo no skate.

Está na seleção do skate park desde 2019, quando foi vice-campeão mundial. É 3º no ranking mundial.

Pedro Barros

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Mais um skatista de Florianópolis (SC), "Pedrinho" Barros fez história quando terminou em terceiro no X-Games de Los Angeles aos 14 anos.

Ele foi campeão mundial em 2018 e, atualmente, aos 26 anos, é o 4º no ranking mundial.

Pedro Quintas

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De São Paulo (SP), Pedro, de 19 anos, é cofundador de uma pista em Atibaia, no interior paulista.

Ele ficou em terceiro no Mundial em 2019. Está em 10º lugar no ranking mundial.

Quando serão as competições de skate park?

Terça-feira (3/8)

21h - Classificatória feminina

Quarta-feira (4/8)

0h30 - Final feminina

21h - Classificatória masculina

Quinta-feira (5/8)

0h30 - Final masculina

BBC 

Veja a matéria na íntegra:

https://www.bbc.com/portuguese/geral-58062990

 

Mãe solo, 7 filhos, apoio em meio a 3 lesões: os desafios da mãe de Rebeca Andrade para manter a filha na ginástica

Rebeca posa abraçada à mãe 

 Reprodução/Instagram. Legenda da foto, 'Diziam você é doida de deixar sua filha ir embora. Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixá-la seguir seus sonhos', diz Rosa Santos, mãe da medalhista olímpica.

"Durante muito tempo, as pessoas disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E a gente vê hoje, a primeira medalha [da ginástica olímpica feminina brasileira] é de uma menina negra. Tem uma representatividade muito grande atrás de tudo isso", disse em lágrimas a ex-ginasta Daiane dos Santos na quinta-feira (29/7), durante a transmissão da prata conquistada nos Jogos Olímpicos por Rebeca Andrade, de 22 anos.

"É uma mulher, uma menina que veio de uma origem muito humilde, foi criada por uma mãe solo como a dona Rosa — porque o pai da Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela —, aguentou tudo que ela aguentou, todas as lesões, e está aí hoje, para ser a segunda melhor atleta do mundo. Uma brasileira."

A emocionante fala de Daiane, ela mesma uma mulher negra e a primeira medalhista do Brasil em Mundiais da ginástica, trouxe para os holofotes uma outra figura feminina forte: Rosa Santos, mãe orgulhosa da ginasta Rebeca Andrade, que fez história neste domingo (07/08) ao ganhar medalha de ouro olímpico na competição do salto.

 Empregada doméstica e mãe solo de sete filhos em Guarulhos, na Grande São Paulo, dona Rosa apoiou o talento da filha desde cedo.

"Muitos me criticaram na época, porque logo aos 9 anos ela [Rebeca] foi morar fora, foi se dedicar aos treinos", disse a mãe, em entrevista ao portal UOL.

"Diziam 'você é doida de deixar sua filha ir embora'. Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixá-la seguir seus sonhos. Eu deixei que ela voasse atrás de um objetivo. Deixando também claro que se não desse certo, as portas de casa sempre estariam abertas para ela. Hoje eu vejo que agi certo, por ter ouvido o meu coração."

Ajuda dos filhos e apoio nas lesões

Rosa contava com a ajuda do filho mais velho para levar Rebeca de bicicleta ou a pé para os treinos, quando não tinha dinheiro para a condução. 

 

"Quando eles viram que ela tinha esse talento, eles [os irmãos de Rebeca] se dedicaram. Quando ela achava que era hora de parar porque não tinha dinheiro para condução, o irmão falava: 'eu levo ela a pé'. A distância era de duas horas caminhando", disse Rosa em entrevista à Rádio Bandeirantes logo após o pódio da filha.

Rebeca começou a se destacar desde cedo e teve Daiane do Santos como inspiração. Ela chegou a conhecer pessoalmente a estrela da ginástica brasileira ainda em 2009, conforme vídeo gravado pela Prefeitura Municipal de Guarulhos, que ganhou as redes sociais nesta quinta-feira.

"Às vezes eu não estava conseguindo fazer alguma coisa e elas estavam me ensinando", diz na reportagem uma pequena Rebeca, provavelmente aos 10 anos, após conhecer Daiane e Laís Souza, que treinaram em Guarulhos naquele ano devido a uma reforma no Clube Pinheiros.

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Ao lado de Rebeca no começo da carreira, dona Rosa também estava lá quando a intensa rotina de treinos levou a atleta a sofrer lesões. Rebeca teve de operar o joelho três vezes entre 2015 e 2019 e, em uma dessas cirurgias, pensou em desistir.

"Eu falava: 'Você não pode desistir sem tentar. Só acabou para você depois que você se recuperar e treinar. Vai conhecer seu corpo novamente'", contou Rosa no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo.

Rebeca posa olhando para a mãe e sorrindo Reprodução/Instagram. Legenda da foto, Nas redes sociais, Rebeca define a mãe como "a melhor do mundo"

A saúde mental dos atletas de alto desempenho está em debate, após a ginasta americana Simone Biles desistir da final olímpica por equipes e a tenista japonesa Naomi Osaka se retirar do Aberto da França.

Rosa considera que atuava como uma "psicóloga", quando Rebeca passava por momentos difíceis.

"Sempre incentivei meus filhos a por os problemas para fora. A expor o que sentiam. E com a Rebeca não foi diferente", disse ao UOL.

"Eu argumentava com ela: a cobrança faz parte dos treinos. É como se o Chico [o treinador de Rebeca] fosse um professor que cobra seus alunos. E ela se tranquilizava, porque fora dos ginásios, o Chico representava a figura do pai que ela não teve em seu dia-a-dia."

Rebeca posa com medalha de prata na Olimpíada 

Legenda da foto, Rebeca Andrade foi prata no individual geral em Tóquio 2021

O Brasil inteiro vibrou com o triunfo de Rebeca ao som de Baile de Favela, mas, para dona Rosa, a vitória teve um gosto ainda mais especial.

"Estou muito orgulhosa, feliz demais. Durante a competição não consegui pensar em nada, mas quando veio a medalha passou um filme. Eu me lembrei da Rebeca aos 3 anos dando estrelinha sem mão. Vieram à mente também os obstáculos que tivemos que enfrentar e que conseguimos", disse a Fátima Bernardes nesta quinta-feira.

"Ainda bem que ela seguiu os meus conselhos e trouxe a medalha. É uma prata com sabor de ouro", disse Rosa, dias antes de Rebeca ganhar o ouro olímpico e se tornar a primeira ginasta brasileira a conseguir a premiação.

Rebeca posa com medalha de ouro em pódio

Crédito, Reuters - Legenda da foto, No domingo, Rebeca ganhou medalha de ouro em competição olímpica

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