Rosalind Franklin: "mãe do DNA", pioneira molecular nasceu há 93 anos
Biofísica é considerada uma das mulheres mais injustiçadas da ciência
Depois de sair de Cambridge, Rosalind Franklin passou três
anos em Paris, onde pesquisou sobre técnicas de difração de raios-x. Em
1951, voltou à Inglaterra como pesquisadora no laboratório do físico John
Randall no King's College de Londres. Foi lá que encontrou Maurice
Wilkins. Eles lideravam por grupos de pesquisa e mantinham projetos paralelos,
ambos sobre o DNA. Quando Randall passou a Rosalind a
responsabilidade por seu projeto, ninguém trabalhava naquela pesquisa havia
meses. Wilkins estava fora do laboratório naquela época, e quando voltou
pensava que ela era apenas uma assistente técnica, não uma colega - e principal
pesquisadora do assunto no laboratório.
As mulheres ainda eram desvalorizadas na academia nos anos 1950. Apenas
homens tinham permissão de utilizar os restaurantes da universidade, e havia
diversos estabelecimentos voltados apenas para um sexo. Nesse contexto, o
comportamento dos cientistas a respeito de Franklin não era surpreendente.
Mesmo assim, chama atenção o desprezo apresentado por seus colegas de
laboratório em cartas reveladas recentemente. Em correspondência com seus
colegas em Cambridge (Crick e Watson), Wilkins chamava a jovem
cientista de "bruxa".
Mesmo menosprezada, Rosalind persistiu em seu projeto de DNA. Entre
1951 e 1953, ela chegou muito perto de descobrir a estrutura do composto
orgânico. Crick e Watson, porém, publicaram a solução antes. Em 2010, foi
comprovado que o pioneirismo dos cientistas foi, na verdade, baseado nos
estudos de Franklin, a "mãe do DNA". A britânica fez os melhores
registros fotográficos da estrutura até então, usando técnicas de raios-x. Ela
permaneceu nove meses com o material, porém não identificou as hélices que,
hoje se sabe, formam a estrutura helicoidal do DNA: o modelo da dupla
hélice, proposto por James Watson e Francis Crick em 1953. O trabalho
de Rosalind jamais foi mencionado pelos autores do artigo, publicado na
revista Nature. Rosalind Franklin morreu no anonimato.
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