domingo, 11 de setembro de 2011

"Delicíe-se com essa belíssima coletânea de poesias e prosa poética de nossa imortal Clarice Lispector, que diz muito, fala por nós!..." (Aparecida Ramos)



Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.

Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceite o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.

Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? 
assim como um cálculo matemático perfeito 
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.



Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."



Se tudo existe é porque sou. 
Mas por que esse mal estar?
É porque não estou vivendo do único modo
que existe para cada um de se viver e nem sei qual é.
Desconfortável.
Não me sinto bem.
Não sei o que é que há.
Mas alguma coisa está errada e dá mal estar.
   Por: Aparecida Ramos



1 Comentários:

Às 11 de setembro de 2011 às 12:09 , Blogger Sabrina Ligneul Baracho disse...

Amo os poemas de Clarice Lispector, ela é uma tradutora de nossos sentimentos mais complexos e confusos, consegue traduzir em palavras as sensações e desesperos mais inquietantes que existem nos seres humanos. É de uma percepção detalhada da alma humana, escuta o grito silencioso do universo interior que há em cada um de nós. Parabéns pelo bom gosto!!!Sabrina.

 

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