terça-feira, 12 de julho de 2011

revelia


                 Um poema por dia. Calendário gregoriano sutil egípcio.
Vapor das ferrovias e cria da fértil imaginação fugidia.
Dama da noite por dias
Jasmim roubado,
Violado — violada,
Por ágil e evolutiva invenção feminina.
Minha revelia é azul, púrpura em diversos trajes colorida. De fina estampa estendida em toda esquina e vendida por ninharias e tanto me contentaria em ser contraste entre musas e ave-marias. Há muito venho errante, rosa vermelha embebida em champagne, e anuncio culpa aos gratos erros que me levam pelas mãos que não me temo por ser predador e, sendo mulher de minhas paisagens, de boca aberta cheia de palavras, vivo de falar mal em revoltas gargalhadas. Choro por nada, por violento apego, e não me eximo do desterro que ao mundo é trajeto e breve será destino. Desgarrada de meu bando, caço aos nortes e aos mares de todo o canto, meu nome, meu ego, minha desvirtuada e traiçoeira matéria, que sou feita, que sou pele, que sou muda, que sou cega, que me nomeio Panaceia e sigo outras manadas a violar estradas em próspera e desvairada epopeia.




Image by 
Adnil
Do  Blog:  Afeto Literário  

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