No Rio, deputados presos dividem celas com baratas

Parlamentares do MDB foram detidos em novembro pela Lava Jato do Rio e são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Presos pela Lava Jato fluminense, deputados estaduais trocaram seus confortáveis gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por celas com infestação de baratas e percevejos. Presos há sete meses na cadeia Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu, na Zona Oeste, os parlamentares Paulo Melo (MDB), ex-presidente da Alerj, e o correligionário Edson Albertassi também convivem, assim como os demais presos, com falta de luz e alagamentos provocados por tubulações quebradas.
Os deputados foram presos junto com o presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (MDB), em novembro. Os três ficaram na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio, mas Melo e Albertassi acabaram transferidos no início de maio depois de um decreto do interventor federal Walter Braga Netto. Picciani cumpre pena em casa.
As condições do atual presídio foram verificadas pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT), que visitou as dependências de Bangu na última segunda-feira, 28. No final do ano passado, ele foi expulso do Psol depois de votar, na Alerj, pela soltura dos três deputados. Apesar disso, ele nega que tenha feito a visita a pedido dos colegas presos. A vistoria foi designada pelo vice-presidente em exercício da Alerj, o petista André Ceciliano.
Ramos diz, ainda, que os presidiários, incluindo os deputados, usufruem de apenas duas horas de sol e não têm acesso a biblioteca ou televisão. Agora, o presidente da Comissão de Direito Humanos, Marcelo Freixo (Psol), quer fazer uma nova visita à cadeia na próxima semana. “Toda unidade precisa oferecer biblioteca, trabalho, estudo. Isso é lei”, diz o parlamentar.

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