Filme resgata história de quilombo símbolo de resistência negra na PB


Cumbe vai mostrar capítulo de história da Paraíba do século XVIII.
Segundo diretor, filme resgata a história e reforça combate ao racismo.



Cumbe vai contar a história do líder quilombola Balogum Baba, personagem ficctício do filme paraibano (Foto: Reprodução/Youtube/CUMBE: Justiça, Honra e Liberdade)Cumbe vai contar a história do líder quilombola Balogum Baba, personagem ficctício do filme paraibano (Foto: Reprodução/Youtube/CUMBE: Justiça, Honra e Liberdade)
Cumbe foi um dos principais quilombos na luta negra contra os escravagistas na então capitania da Paraíba durante o século XVIII. A história de luta pela liberdade dos escravos em um dos maiores símbolos de resistência negra na Paraíba, esquecida por muitos paraibanos com o passar dos anos, deve ganhar uma versão cinematográfica até dezembro deste ano, quando o filme “Cumbe - Justiça, Honra e Liberdade” deve estrear no Cine-Bangue, em João Pessoa. O teaser do filme foi lançado no início do mês de junho e pode ser conferido no canal oficial do filme.
O filme vair contar a história de um líder quilombola ficcional, Balogum Baba, responsável por comandar a resistência negra no Século XVIII contra os ataques dos latifundiários paraibanos e da coroa portuguesa na busca por liberdade. O diretor e roteirista do média-metragem, Joshua Luna Alves, contou que as filmagens começaram no mês de julho nas cidades de João PessoaSanta Rita. A previsão é de que seja lançado em dezembro. “Por conta do tamanho da produção, com quase cem atores, casas de época, figurino de época, o trabalho que temos para conseguir esse material, tivemos que alongar a previsão de conclusão das gravações. A produção também está recorrendo à computação gráfica”, comentou.
A produção do filme envolve mais de 120 pessoas, sendo a maior parte delas da Paraíba. De acordo com Joshua, cerca de 70% dos atores são paraibanos, mas o filme conta com a participação de atores de São Paulo e de fora do país como Portugal, França e países da África. “São quase 100 atores, o restante é o pessoal da produção. Esse pessoal todo integra o filme porque como retrata as batalhas, resistência quilombola, precisávamos de muitas pessoas. Aproximadamente 70% dos atores são paraibanos, mas temos atores de outros estados do nordeste também”, conta.

Ainda de acordo com o diretor do média-metragem, a produção ainda procura negros para participar como figurante nas cenas que vão retratar o quilombo. Os interessados podem entrar em contato com a produção pelo email cumbe.br@gmail.com.

Maior parte da equipe envolvida no Cumbe é da Paraíba, incluindo o diretor, Joshua Luna Alves (Foto: Divulgação/Cumbe)Maior parte da equipe envolvida no Cumbe é da Paraíba, incluindo o diretor, Joshua Luna Alves (Foto: Divulgação/Cumbe)
O protagonista do filme é o ator Itamar Gonçalves, que autou na novela Velho Chico, da Rede Globo.“Vamos aproveitar todo o cenário antigo, a arquitetura, os prédios históricos existentes na Paraíba, muita coisa que resistiu ao tempo e que vai ambientar muito bem as gravações”, explicou Joshua Luna Alves.
É importante que a Paraíba conheça essa parte da história, um documento com teor até mesmo didático, que pode ser usado nas escolas e universidades"
Joshua LA, diretor
O filme foi financiado em uma parceria com o governo federal brasileiro e é baseado na narrativa de  “Três séculos de escravidão na Parahyba” escrito por Ademar Vidal e publicado em 1935. Apesar do apoio financeiro do governo federal, o diretor destaca que o suporte da iniciativa privada e da gestão pública municipal e estadual são inexistentes. Um pequeno trailer do média-metragem foi divulgado e gerou uma boa repercussão positiva na crítica, segundo Joshua Luna Alves.
“O filme é feito com recursos. Estamos preparando uma peça artística que resgata uma parte da história da Paraíba que foi esquecida. Muita gente que mora em Santa Rita não sabe que antes de ser Santa Rita, a cidade se chamava Cumbe e que o quilombo deu origem a ela. É importante que a Paraíba conheça essa parte da história, um documento com teor até mesmo didático, que pode ser usado nas escolas e universidades”, avaliou o diretor de Cumbe.
Teaser de Cumbe, de pouco mais de um minuto, mostra a tônica épica do filme paraibano  (Foto: Reprodução/Youtube/CUMBE: Justiça, Honra e Liberdade)Teaser de Cumbe, de pouco mais de um minuto, mostra a tônica épica do filme paraibano (Foto: Reprodução/Youtube/CUMBE: Justiça, Honra e Liberdade)
Está previsto para o dia da estreia do filme, uma exposição sobre a história contada na película. Segundo Joshua, serão expostos no Espaço Cultural tudo que foi usado na montagem do filme com o objetivo de aproximar os espectadores do universo retratado em Cumbe. “No lançamento, iremos fazer uma exposição de arte, com todos os figurinos do filme, objetos usados no cenário, os storyboards, os croquis de personagens, vamos utilizar tudo que foi aproveitado nas filmagens”, adiantou.
A proposta é resgatar um capítulo histórico da Paraíba, mas a produção reforça o discurso contra o racismo. Para o diretor de Cumbe, a ideia é que o filme passe seja usado para dar força ao discurso contra o preconceito racial. “Vamos agregar uma campanha de combate ao preconceito quando lançarmos o filme. Acredito que a produção paraibana vai ser render um bom material de apoio para o Brasil na luta contra o racismo”, concluiu Joshua LA.
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