O que a pandemia nos mostrou sobre a educação no Brasil...
Oito meses após o início do lockdown, como está a educação? Qualquer pessoa que tenha filhos sabe que um dos públicos mais impactados pela pandemia são as crianças e adolescentes. Sem poder ir à escola, estão sendo privados de mais do que apenas sua educação. Sem horário escolar estruturado, perdem a rotina e a convivência com amigos. Há também aqueles que dependiam da merenda escolar como única refeição nutritiva do dia. Segundo o estudo "Educação em Pausa" produzido pela UNICEF sobre os impactos da Covid-19 na educação, mais de 137 milhões de crianças e adolescentes na América Latina viram seus processos educacionais serem pausados. O relatório também apresenta um panorama da rea... - Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/patricia-lobaccaro/2020/11/24/o-que-a-pandemia-nos-mostrou-sobre-a-educacao-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
As 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020
Venezuela completa sete anos consecutivos de contração econômica em 2020
As 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020
Este ano registrará a maior contração na economia mundial desde 1946, como resultado do impacto da pandemia do coronavírus.
Para a América Latina, a situação foi ainda pior.
A região sofreu a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) em mais de um século, segundo informou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) na semana passada.
"Nesse contexto, se compararmos diferentes indicadores de saúde, econômicos, sociais e de desigualdade, a América Latina e Caribe formam a região mais atingida no mundo emergente", disse a entidade em relatório.
Os países latino-americanos como um todo já apresentavam baixas taxas de crescimento econômico — em média, 0,3% entre 2014 e 2019, antes mesmo de a pandemia de covid-19 eclodir.
Neste sentido, "com a chegada da pandemia, os choques externos negativos e a necessidade de implementação de políticas de confinamento, distanciamento físico e fechamento das atividades produtivas se somaram a esse baixo crescimento econômico, que fez com que a emergência sanitária se materializasse na pior crise econômica, social e produtiva que a região viveu nos últimos 120 anos", explicou a Cepal.
Embora a redução da atividade econômica global tenha afetado toda a região e todos países registraram contração do PIB, nem todos foram afetados da mesma forma.
Confira abaixo quais são as 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020 e os fatores específicos que influenciaram esses resultados ruins.
1) Venezuela: -30%
A Venezuela lidera com ampla vantagem a lista das economias latino-americanas que mais caíram no final do ano, com -30%, segundo estimativas da Cepal.
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Escassez de combustível é outro elemento que alimenta colapso da economia venezuelana
Esse enorme revés, no entanto, não é apenas atribuível à pandemia do coronavírus. Está relacionado a outros problemas que levaram a economia venezuelana a registrar seu 7º ano consecutivo de contração econômica em 2020.
"Desde 2014, a dinâmica apresentada pelo PIB dos setores petrolífero e não petrolífero da economia venezuelana tem se caracterizado por uma contração prolongada e severa. Essa situação se agravou em 2020 devido aos efeitos da pandemia do coronavírus, uma grave escassez de combustível e o endurecimento das sanções impostas pelos Estados Unidos ao setor público venezuelano", disse a Cepal em documento sobre a economia venezuelana publicado em anexo a seu relatório.
A Torino Economics, divisão do Torino Capital LLC Investment Bank, com sede em Nova York, calcula que a queda do PIB venezuelano em 2020 foi menor do que a estimada pela Cepal: 24,7%.
Apesar de a Cepal esperar que em 2021 haja uma retomada nas economias latino-americanas, o que pode levar a um crescimento médio regional de 3,7%, a entidade estima que a Venezuela será o único país da região que não crescerá, embora deva registrar uma desaceleração no ritmo de queda de seu PIB, de 7%.
2) Peru: - 12,9%
Ao contrário da Venezuela, o Peru começou 2020 com um histórico de dar inveja: uma década ininterrupta de crescimento econômico.
Apesar disso, fechará este ano com uma contração em seu PIB de 12,9%, o que o torna "um dos mais atingidos (países) do mundo" por causa do coronavírus , segundo a Cepal.
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Lockdown afetou fortemente economia peruana
"A queda do PIB dos parceiros comerciais impactou fortemente a demanda externa, e a demanda interna entrou em colapso devido à redução dos gastos das famílias e à interrupção dos projetos de investimento", afirma a Cepal em documento publicado sobre a economia peruana como um anexo ao seu relatório.
Segundo a organização, outro fator que influenciou a queda do PIB peruano foi o choque produzido pela "forte paralisação da produção" causada pelo confinamento estrito que durou vários meses.
A Torino Economics destaca que, em meio à pandemia, o Peru executou um dos maiores programas de estímulo fiscal de toda a América Latina, mas "sua eficácia foi limitada em decorrência das rígidas medidas de contenção implementadas e uma interrupção abrupta de investimentos e exportações, aliada à queda dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais. "
3) Panamá: -11%
Entre 2010 e 2019, o Panamá registrou um crescimento econômico médio constante de 6,2% ao ano.
Em 2020, porém, a Cepal o classificou como o terceiro país da América Latina com a maior contração do PIB: 11%.
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Medidas contra a pandemia deixaram destinos turísticos vazios no Panamá
"Essa queda se deve principalmente às medidas implementadas no país e no mundo para enfrentar a pandemia do covid-19", afirmou a Cepal.
A entidade destacou que entre janeiro e agosto de 2020, o valor das exportações do país caiu 23,7% em relação ao mesmo período de 2019, principalmente devido à queda nas exportações da Zona Franca de Cólon, que representam mais de 90% das exportações de mercadorias do Panamá.
As receitas relacionadas ao turismo e serviços financeiros também foram afetadas, assim como a construção, hotelaria e cassino, setores importantes da economia panamenha.
De acordo com a Cepal, a expectativa é de que em 2021 o Panamá cresça 5,5%, impulsionado pela retomada gradual da atividade econômica.
4) Argentina: -10,5%
A Argentina é, como a Venezuela, uma das economias da região que vinha registrando uma contração econômica antes da pandemia.
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Em muitos países, queda no consumo das famílias impactou economia como um todo
O país vai registrar em 2020 o 3º ano consecutivo de contração do PIB. A Cepal estimou essa queda em 10,5%, muito superior aos 2,1% sofridos em 2019.
"Esse desempenho se deve ao impacto da crise da pandemia do coronavírus (covid-19), que afetou negativamente o consumo privado, os investimentos e as exportações", afirmou a entidade.
"A atividade econômica contraiu 12,6% ano-a-ano no primeiro semestre de 2020, devido à queda do investimento (28,7% ano-a-ano), consumo privado (14,5%), exportações (8,7%) e o consumo público (5,5%), no quadro da pandemia de covid-19, que trouxe consigo um elevado grau de incerteza e a partir da qual se estabeleceram restrições à circulação, com impacto negativo em ambos oferta e demanda", disse a Cepal.
A Torino Economics, por sua vez, relaciona a contração econômica na Argentina à "queda de setores como hotelaria e turismo, outras atividades de serviços comunitários, construção, transporte, além de comunicações e pesca, dada a paralisação das atividades desde março para prevenir a propagação do vírus."
Além disso, assinala que o impacto da pandemia exacerbou os desequilíbrios macroeconômicos estruturais que a Argentina sofre, especialmente nas áreas fiscal, monetária e cambial.
Apesar disso, a Cepal estimou que, em 2021, o país vai registrar um crescimento de 4,9%, graças à retomada gradual das atividades produtivas, em função da evolução da pandemia e da disponibilidade de vacinas.
5) México: -9%
A economia do México havia contraído 0,1% em 2019.
Neste ano, porém, sua queda será bem mais acentuada, 9%, a maior contração do PIB desde 1932, segundo a Cepal.
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Restrições em comércio com EUA impactaram economia do México
Entre os fatores que influenciaram essa contração, a entidade destaca uma queda nas receitas do petróleo de 42,9% entre janeiro e outubro.
No mesmo período, houve queda de 11,2% nas exportações não petrolíferas com destino aos Estados Unidos e de 12% nas destinadas ao resto do mundo.
A Cepal destacou também a queda de 18,3% nos fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED), o que atribui não só à pandemia, mas "também à incerteza gerada pelas recentes decisões de política pública", que afetaram diretamente projetos de produção de energia, aeroportos e bebidas.
Quanto às perspectivas de recuperação para 2021, a Cepal estimou que o PIB mexicano crescerá 3,8% devido a uma recuperação gradual da atividade econômica.
A Torino Economics, porém, é mais conservadora e espera um crescimento de 2%.
6) Equador: -9%
No caso do Equador, a Cepal considerou que o coronavírus agravou uma tendência negativa anterior.
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Economia do Equador já enfrentava vários desafios quando pandemia forçou medidas de distanciamento social que travaram ainda mais a atividade econômica
"O impacto da crise atual em decorrência da pandemia aprofundou a complexa situação econômica que já surgia desde o terceiro trimestre de 2019", afirmou a entidade, em documento anexo a seu relatório sobre a região.
A Cepal estimou que o PIB equatoriano cairá 9% este ano.
E acrescentou que o efeito da pandemia resultou em "uma queda drástica em todos os componentes da demanda agregada".
Assim, por exemplo, apontou que no segundo trimestre deste ano houve queda no consumo das famílias (12%) e do governo (10,5%) em relação ao mesmo período de 2019.
Já as exportações de petróleo registraram, entre janeiro e setembro de 2020, um decréscimo de 44% na comparação com o ano anterior.
A Torino Economics, por sua vez, considera que esta "queda histórica" da economia equatoriana é resultado tanto da queda do investimento real como da redução do consumo, bem como das medidas de contenção.
Olhando para 2021, a Cepal estimou que o PIB equatoriano crescerá 1%, sujeito a uma "recuperação fundamental da demanda interna".
"Dependerá do impacto dos diversos programas implementados pelo governo para fazer frente à pandemia e seu controle, bem como sustentar a retomada da atividade econômica e amortecer as repercussões sociais", afirmou a Cepal.
A entidade, no entanto, destacou que são inúmeras as incertezas sobre esse panorama, principalmente relacionadas às condições externas como a evolução da pandemia e uma possível nova queda nos preços do petróleo.
E o Brasil?
Apesar de não estar entre as economias na América Latina que mais vão cair em 2020, o Brasil deve apresentar contração de 5,3% em seu PIB neste ano, de acordo com a Cepal.
Para 2021, a previsão é de crescimento de 3,2%.
"Em 2020, a pandemia da doença coronavírus (COVID-19) marcou negativamente a evolução da economia brasileira e um elevado número de vidas", disse a entidade.
A rara raposa 'prateada' que paralisou o trânsito na Inglaterra
Na Inglaterra, esse tipo de animal é conhecido como 'raposa prateada'
Um homem que avistou uma rara raposa de cor preta em uma estrada rural da Inglaterra afirmou que inicialmente "não tinha ideia" do que estava vendo.
Karm Singh estava voltando para casa após uma caminhada na praia de Brean, em Somerset, sudoeste da Inglaterra, quando viu o animal raro à beira da estrada.
O homem de 34 anos disse que o tráfego parou quando as pessoas estacionaram para ver a cena rara.
O animal é um um tipo de raposa vermelha norte-americana com uma característica que "O carro na minha frente parou e então eu vi o que pensei ser um cachorro vadio, mas quando ele se aproximou percebi que era uma raposa", disse Singh.faz seu pelo ficar preto-prateado.
"Tive de pesquisar no Google porque não fazia ideia da existência de uma raposa dessa cor", afirmou.
"O tráfego estava aumentando atrás de mim. Era uma loucura."
Com o carro parado, ele e sua parceira, Lily McDonald, conseguiram tirar fotos do animal.
Singh relatou o episódio ao grupo Black Foxes UK (Raposas Negras do Reino Unido), que afirma que muitos desses animais são criados dentro de casa, como bichos de estimação. Segundo o grupo, alguns deles podem ter fugido e precisam ser devolvidos aos donos.
De acordo com o grupo, cerca de 0,1% das raposas no Reino Unido são pretas e são frequentemente chamadas de 'raposas prateadas'.
Se você tem fé, se você acredita, ela está lá... A "Estrela" brilha, ela nunca para de brilhar!! A Estrela de Belém ou Estrela-guia, guiou os
três Reis Magos,
rumo à estribaria.
Lá, eles O adoraram e deram-Lhe presentes... Para nós, que fique eternamente a nos iluminar, a nos preencher a vida, o brilho da Estrela-Maior... Jesus Salvador!! O olhar de Maria, um olhar de acolhimento, de carinho, muita emoção e alegria! Uma cena indescritível: Jesus, Maria e Josél! Maria transmite ternura, paz, proteção e amor incondicional ao Deus do impossível!! Seu "Sim" foi o mais decisivo da face da Terra... Mudou nossa história para sempre!! Que Ele seja também para ti, para nós a mudança que a tua e a minha vida necessitam! Não hesite em procurá-Lo! Ele sempre se deixa encontrar!! Somente Deus tem palavras de vida eterna!! *******
"Alegra-te", diz o anjo a Maria, "conceberás um filho, o darás à luz e o chamarás Jesus" (Lc 1,28.31). “Parece ser um anúncio de pura alegria, destinado a fazer a Virgem feliz: quem entre as mulheres da época não sonhava em se tornar a mãe do Messias?
Maria disse "sim" a Deus, arriscando tudo "Tendo um filho, prosseguiu o Santo Padre, Maria teria transgredido a Lei, e as penalidades para as mulheres eram terríveis: era previsto o apedrejamento. Certamente a mensagem divina encheu o coração de Maria de luz e força; contudo, ela se viu diante de uma escolha crucial: dizer "sim" a Deus, arriscando tudo, inclusive sua vida, ou recusar o convite e seguir seu caminho comum. “O que ela fez? Responde assim: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,38). Mas na língua em que o Evangelho é escrito, há mais que isso. A expressão verbal indica um forte desejo, a vontade firme de que algo se torne realidade.” Em outras palavras, Maria não diz: "Se deve acontecer, que aconteça..., se não pode ser feito de outra forma...". Não, não expressa uma aceitação fraca e remissiva, mas um desejo forte e vivo. Não é passiva, mas ativa. Não é subjugada por Deus, adere a Deus."
Significado do presépio de Natal O termo presépio significa “o lugar onde se recolhe o gado, curral, estábulo”. E o presépio de natal é uma representação do momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura, ao centro, o presépio apresenta o local e os personagens bíblicos que estavam presentes na hora. A história conta que Maria e José, que seguiam viagem até Belém, precisaram parar no meio do caminho porque Maria já sentia as dores do parto. Então José achou por bem abrigar-se em um estábulo. O resto da história é bem conhecido: Jesus nasceu e alterou o curso da história da humanidade. De acordo com fontes históricas, São Francisco de Assis montou o primeiro presépio no Natal de 1223, para poder explicar claramente às pessoas mais simples como foi que esse momento aconteceu. As peças eram feitas em argila da floresta de Greccio (na região do Lácio). Mas foi só a partir do século XVIII que a tradição de montar o presépio dentro das casas das famílias se popularizou – primeiro na Europa e depois em outras regiões do mundo. http://tudo.extra.com.br/natal/tradicoes-natalinas-o-presepio/
É fato que vivemos ou buscamos sobreviver durante todo o ano de 2020 tempos adversos, meses e dias de escuridão, noites igualmente sombrias onde a apreensão, o temor e as lágrimas foram e, por vezes ainda são inevitáveis! São tempos difíceis que estamos ainda experenciando nessa "pandemia". E como se não bastasse lidar com algo desconhecido, o vírus mortal, invisível e misterioso, além de altamente contagioso, as notícias falsas, as narrativas alarmistas, a pseudociência fantasiada de ciência com suas incongruências. Mediante esse cenário de medo, de horror e de incontáveis perdas, urge a necessidade imperiosa de nos reinventarmos todos os dias, buscando o auto aperfeiçoamento enquanto seres humanos e buscando simultaneamente formas de enfrentamento aos empecilhos do cotidiano. Feliz Natal e um Novo Ano de muita paz, saúde, trabalho, reflexões, luz e sabedoria a você, a todos e todas simpatizantes, leitores e visitantes!! Deus abençoe proficuamente a nós e as nossas famílias!!! Forte abraço e beijos Natalinos! Vocês moram todos(as) em meu coração!! Aos que perderam familiares, amigos e demais pessoas queridas, minha solidariedade e meu fraterno abraço além de minhas orações... Aparecida Ramos www.isisdumont.prosaeverso.net
“Seja quem você for, independentemente da posição que você tiver na vida, em um nível altíssimo ou um nível mais baixo social, tenha sempre como meta muita força e determinação. E sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus. Que um dia você chega lá, de alguma maneira, você chega lá”. Ayrton Senna, para os brasileiros. Imagens nos links: https://www.google.com/search?q=manjedora&tbm=isch&ved=2ahUKEwiHnO3Gq-btAhXFBrkGHXhqAGgQ2-cCegQIABAA&oq=manjedora&gs
(CHEGA A SER DESOLADORA ESTA EXPRESSÃO E IMAGEM...) 'Não espero nada do ano novo': o desamparo dos moradores de rua de SP em meio à pandemia e pobreza
LEANDRO MACHADO/BBC
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O carroceiro Ubiratan Cipriano recolheu duas árvores de Natal da ruas de Higienópolis, bairro rico no centro de São Paulo
Duas árvores de Natal enfeitam a calçada da avenida São João, bem embaixo do Minhocão, famoso viaduto no centro da capital paulista. Mas elas não fazem parte de nenhuma decoração planejada, seja da prefeitura ou de alguma empresa que usa o espaço público para fazer propaganda com o período natalino. Foram colocadas ali pelo carroceiro Ubiratan Cipriano, de 64 anos, que há dois mora naquele pedaço de rua.
Ele resgatou as árvores em uma lixeira de Higienópolis, um dos bairros mais ricos da cidade e vizinho ao Minhocão. "Acho que as pessoas compram árvores novas e jogam fora as antigas. Já peguei umas cinco só neste mês", conta. Ele colocou uma em cada lado de sua barraca de camping azul, na calçada que divide com outras famílias. "Já que é Natal, vamos comemorar", diz, sorrindo.
As árvores de Ubiratan são uma novidade nesse cenário habitual do paulistano: os baixios do elevado continuam tomados por pessoas em situação de rua, dormindo em barracas ou colchões velhos. E o ano novo não deve mudar esse ambiente — pelo contrário, é possível vislumbrar uma piora. Segundo pesquisadores da área, a pandemia de coronavírus, além da crise econômica, está fomentando o crescimento desse contingente.
Ainda não existem dados recentes sobre esse aumento, mas indicadores um pouco mais antigos já mostravam essa tendência. Entre 2015 e o ano passado, a população de rJá em âmbito nacional, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que 221.869 pessoas viviam nas ruas do Brasil até março deste ano — alta de 140% em relação a 2012. No entanto, esses números podem ser maiores, pois foram compilados antes da pandemia e levam em conta apenas cadastrados em programas sociais.ua cresceu 53% em São Paulo, somando 24,3 mil pessoas.
"Não existe um censo nacional da população de rua, mas apenas estimativas e contagens em algumas cidades. Sem conseguir mensurar o tamanho e as características desse contingente, fica muito difícil fazer políticas públicas que não sejam baseadas em preconceitos e estereótipos", diz Juliana Reimberg, mestranda em ciência política pela USP e pesquisadora da área no Centro de Estudos da Metrópole (CEM).
CRÉDITO,ALAN WHITE/ FOTOS PÚBLICAS
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Dezenas de pessoas dormem diariamente embaixo do elevado João Goulart, o famoso Minhocão, centro de São Paulo
'Meu irmão derramou meu sangue'
São múltiplos os fatores que levam as pessoas às ruas. Segundo o censo da Prefeitura de São Paulo, 41% dos entrevistados apontaram "conflitos familiares" como motivo principal. Outros 26% culparam a "perda de trabalho". Dependência de drogas ilícitas e álcool somam 33%. Perda de moradia, 13%.
A trajetória do carroceiro Ubiratan Cipriano é uma mistura de tudo isso. Ou, como ele mesmo diz: "Ninguém vem para a rua à toa".
Nascido em Palmares (PE), ele chegou em São Paulo há 34 anos, fugindo de uma briga com parentes. "Foi uma confusão. Meu próprio irmão me deu dois tiros na perna. Ele derramou meu sangue. Vim embora para não derramar o dele", conta. Em João Pessoa, onde morava na época, deixou a esposa: haviam se casado nove meses antes.
"Deixei uma casa pronta, montada. E minha mulher… nunca mais a vi. Não sei nem se está viva", lamenta. Em São Paulo, foi peão de obra, pintor de paredes, funileiro e caseiro. "Trabalhei numa casa por 17 anos, mas tive que sair quando decidiram reformá-la. Não arrumei mais nada. Vim para a rua", diz, sentado em frente a sua árvore de Natal recolhida no lixo.
"Para o ano que vem, eu quero uma moradia digna, uma casa, sair daqui. Eu arrumaria uma condução, voltava pra João Pessoa. Será que minha esposa ainda se lembra de mim?".
Seu vizinho de calçada é Júlio (nome fictício, a pedido dele). De Alagoas, chegou em São Paulo com 18 anos — hoje tem 35. "Vim com a cara e a coragem, acreditando que iria me dar bem", afirma. Mas, para ele, São Paulo entregou poucas promessas. "Fiquei desempregado, caí na droga e no álcool, e agora estou aqui falando com você", diz.
Júlio também é carroceiro, mas semanas atrás um colega furtou seu veículo de trabalho enquanto ele dormia na barraca. "Na rua, tudo pode acontecer: até um amigo pode te trair e te roubar", reclama. Uma carroça nova custa até R$ 800 no centro da cidade, montante que os trabalhadores demoram meses para juntar.
O carroceiro tem dois filhos adolescentes, mas ele não os vê há alguns anos. "Claro que sinto falta deles... Me afago na 51, na droga. Depois que saí de casa, minha família é quem está comigo, na rua. Se eu espero alguma coisa pro ano que vem? Não espero nada. Só volto se eu tiver alguma coisa pra mostrar…"
CRÉDITO,LEANDRO MACHADO/BBC
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Moradores de rua da praça 14 Bis, centro de São Paulo, pedem doações a pedestres
Covid-19
A Prefeitura de São Paulo diz que 345 pessoas em situação de rua foram diagnosticadas com a covid-19 de abril a novembro. Elas foram acompanhadas por servidores de saúde e programas sociais, afirma a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB). Desse total, 31 pessoas que foram hospitalizadas acabaram morrendo.
A gestão afirma ter criado 1.969 vagas em centros de acolhida durante a pandemia e que as equipes de Consultório na Rua e Redenção na Rua realizaram 144.855 abordagens, 26.997 consultas médicas e 55.973 avaliações dos usuários cadastrados no programa. Também diz que, na pandemia, ampliou a oferta de serviços de refeições, banheiros, kits de higiene e orientações a esse público.
Para Juliana Reimberg, do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), a política para essa população precisa congregar diversos setores, como educação, saúde, moradia e assistência social.
"Normalmente, o setor público afirma que criou vagas em abrigos como se a solução fosse só essa. Mas o problema é muito maior do que um leito para dormir. Há pessoas doentes, com problemas psiquiátricos, dependência química, desempregadas. Muitos são egressos do sistema carcerário, ou vítimas de violência doméstica, discriminação de gênero, sem perspectiva de vida", elenca.
O próprio serviço de acolhimento é bastante criticado pela população de rua e por movimentos sociais da cidade. Embora 59,5% dos entrevistados pela prefeitura digam que os abrigos são "bons ou ótimos", 20% disseram já terem sido vítimas de discriminação por parte de algum funcionário, 30% já ficaram sem receber alimentação e 34% relataram ter dormido em colchões sujos ou com insetos.
A prefeitura afirma que os centros de acolhida "têm suas estruturas higienizadas constantemente e são mantidos com as janelas abertas; nos quartos as camas foram colocadas em distância segura."
CRÉDITO,LEANDRO MACHADO/BBC
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Anamando Gonçalves, de 49 anos, espera poder conviver normalmente com os três filhos em 2021
'O rapa que leva tudo'
Em outro ponto do centro paulistano, na Praça 14 Bis, dois homens e duas mulheres que vivem por ali aguardam o "rapa", como é conhecido o serviço da prefeitura que recolhe o lixo e pertences "sem dono" aparente.
A praça 14 Bis, que tem esse nome porque chegou a abrigar uma réplica do famoso avião de Santos Dumont, hoje é coberta por um viaduto. Embaixo, dezenas de pessoas se amontoam em barracas. Em 2017, o local foi o primeiro a receber ações de zeladoria do programa Cidade Linda, do então prefeito e hoje governador João Doria (PSDB). Porém, as medidas de limpeza e pintura tiveram efeito apenas temporário: hoje há problemas com acúmulo de lixo, enchentes e vulnerabilidade da população de rua.
"A gente precisa ficar aqui, esperando pelo rapa, senão eles pegam nossas coisas e levam embora. Tenho minha carroça aqui, meu colchão, cobertor. Imagina se eu perco tudo isso, não posso dar mole...", explica Anamando Gonçalves, de 49 anos.
Enquanto ele vive nas ruas da Bela Vista, sua mulher e três filhos dormem em um quartinho no centro.
"Só espero que no ano que vem eu possa ficar perto de quem eu amo, dos meus filhos. Espero não fazer mais nada de errado. Espero sair disso aqui e ter uma vida normal", diz Anamando, preparando-se para mais um dia de trabalho com sua carroça.
CRÉDITO,LEANDRO MACHADO/BBC
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Simone Cabral mostra documento de seu cadastro na fila da moradia da prefeitura. Desde 2012 ela espera ser contemplada
Ao lado, Simone Cabral, 52, também espera o "rapa" para poder almoçar em paz. "Você não tirou foto minha, não, né? Tenho direito à minha imagem. Jornalista aparece aqui, tira foto da gente e pede: 'você pode contar sua história?'. Conto minha história todo dia...", diz.
Simone nasceu e cresceu na Mooca, bairro de classe média na zona leste de São Paulo. Ela vivia em uma casa alugada com a mãe. A família pagava o financiamento de um apartamento próprio, mas o prédio nunca ficou pronto e um processo judicial para reaver o dinheiro se arrasta há anos, diz Simone.
Há dez anos, sua mãe morreu e ela, desempregada e sem dinheiro, não conseguiu mais pagar o aluguel. "Pensei: ou pago aluguel ou compro comida. Foi assim que vim para a rua, e nunca mais consegui sair", diz, enquanto caminha pelo Bixiga, tradicional bairro da região central, com destino a um restaurante popular na rua 13 de Maio.
Na bolsa, Simone sempre carrega um papel com seu cadastro na Cohab, companhia de habitação social da prefeitura. Ele foi feito em outubro de 2012, quando ela já estava na rua, mas até agora ela não teve resposta se conseguirá ou não uma moradia social para viver. Hoje, vive sozinha e tem pouquíssimo contato com os irmãos.
"É o que eu mais espero para o ano que vem: uma casa, um lugar onde eu possa ficar tranquila, porque a rua e essa cidade são uma grande produção de indigentes. E eu não quero isso", diz.
CRÉDITO,LEANDRO MACHADO/BBC
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Sem dinheiro ou oportunidade de trabalho, Samara Lohanny foi morar na praça do Patriarca há cerca de um mês
'Na rua te acolhem melhor'
Já na praça do Patriarca, um conjunto de decoração natalina foi montado ao lado de dezenas de barracas de moradores de rua, que dormem embaixo de uma marquise desenhada pelo renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha. As bonecas de pano e árvores com bolinhas coloridas — todas cercadas por grades para que não haja depredação — fazem parte do "Festival de Natal" da prefeitura, cujo tema é "Um sonho de cidade".
Em uma das barracas vive Samara Lohanny, de 27 anos, uma mulher trans que parou ali há um mês. De Maceió, ela chegou em São Paulo há dois anos. "Eu apanhava muito do meu irmão e de um tio, que não aceitava eu ser trans", conta.
Uma amiga a convenceu a se mudar para São Paulo, com a promessa de um emprego em uma casa de prostituição no bairro da Liberdade. "Foi um inferno. A cafetina me explorava muito. Eu tinha que pagar uma taxa para ela e, com o tempo, tudo o que eu ganhava era usado para pagar essa dívida. Tive que sair", conta.
Nos últimos anos, Samara participou de um programa da prefeitura para pessoas trans. Conseguiu se formar no ensino médio e, com auxílio financeiro, alugou um quartinho no centro. Mas o dinheiro acabou: sem oportunidade de trabalho, foi para a rua, conta.
"É impressionante como as pessoas que vivem na rua às vezes te acolhem melhor do que sua própria família. Não é fácil ser trans, não sou um monstro. Mas nunca perco a fé. Sou católica, estou sempre com Deus. No ano que vem espero sair daqui, ter um canto pra ficar com meu marido. Por pior que seja a pessoa, ninguém merece viver na rua", diz.