quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O relato de uma brasileira confinada em Wuhan, epicentro do coronavírus: 'É como uma prisão domiciliar'

Reisi LiaoArquivo pessoal Image caption Depois de viajar diversas vezes à China desde 2010, Reisi Liao mudou-se para o país com o marido em novembro 

A paraense Reisi Liao mudou-se de Novo Progresso para a cidade chinesa de Wuhan no dia 8 de novembro.
Seu marido é natural da Província de Hubei e, depois muitos anos de idas e vindas, o casal decidiu ficar definitivamente na China por causa da "incerteza" que ronda o Brasil, da "instabilidade do governo e da economia, que não vai tão bem", segundo ela.
"E a gente encontra esse cenário", diz ela, referindo-se à epidemia de coronavírus, que matou cem pessoas apenas na Província de Hubei e provocou o fechamento da cidade de Wuhan, considerada o epicentro da contaminação.
Há seis dias, Wuhan vive em uma espécie de quarentena. Não se pode entrar ou sair da cidade, o transporte público parou de circular, as aulas nas escolas e na universidade foram suspensas.
Apenas algumas farmácias e supermercados continuam abertos.

Desde então, Reisi praticamente não saiu de casa. É o marido que sai para comprar mantimentos, apenas pelo tempo mínimo necessário e protegido por uma máscara.
Com um filho de dois anos, ela não desce nem para as áreas comuns do condomínio, para evitar uma exposição desnecessária do bebê ao risco.
"É como se fosse uma prisão domiciliar."

Enquanto ela conversa com a reportagem, os sogros jogam dominó na sala do apartamento. Eles vieram de uma cidade próxima para as festividades do Ano Novo Lunar e, agora, por causa do bloqueio, não podem mais voltar.
Para passar o tempo, Reisi lê, assiste à televisão. "Cuidar do bebê também mantém a gente bem ocupado", ela brinca.
Como não fala mandarim, sua principal fonte de informação são os portais em português.

Imagens de Wuhan vazia
 Arquivo pessoal Image caption Na última vez em que saiu de casa, a paraense 
encontrou uma 'cidade fantasma' 

Brasileiros pedem para ser retirados

Ela e os outros brasileiros que vivem em Wuhan mantêm contato por meio de um grupo de WeChat, serviço de mensagens instantâneas semelhante ao WhatsApp.
São cerca de 50 pessoas, segundo ela, muitos estudantes que hoje estão praticamente isolados dentro do campus da Universidade de Wuhan, que suspendeu as aulas.
Parte do grupo quer voltar ao Brasil — e já fez o pedido à diplomacia brasileira.
Em entrevista nesta terça-feira (28/1) à Rede Globo, o embaixador brasileiro em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita, afirmou, entretanto, que a China não autorizou voos para evacuação de cidadãos estrangeiros.
E disse ainda que as autoridades brasileiras agirão "assim que possível", quando a quarentena for suspensa pelo governo chinês.
 Rua vazia e comércio fechado em Wuhan
 Arquivo pessoal Image caption Quarentena estipulada pelas autoridades chinesas não tem precedentes, segundo OMS 

Países como Japão e Estados Unidos já anunciaram a intenção de retirar seus cidadãos das zonas afetadas em voos fretados.
"Se você me perguntar, eu queria voltar era ontem", diz a paraense de 46 anos.
Ela teme que o confinamento possa se estender por muito mais tempo — a última grande epidemia na China, ela lembra, durou 9 longos meses.
O surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (conhecida pela sigla em inglês Sars), também causada por um coronavírus, começou em 2002 e matou 774 pessoas, entre 8.098 infectadas.
A quarentena decretada desta vez pelas autoridades chinesas, entretanto, não tem precedentes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ela atinge hoje cerca de 18 milhões de pessoas — os 11 milhões de habitantes de Wuhan e os 7,5 milhões que vivem em Huanggang, distante 70 km.

Cidade fantasma

Na última vez em que Reisi saiu de casa, alguns dias atrás, deparou-se com uma cidade vazia.
Ela foi jantar na casa da cunhada, que também vive no distrito de
Hanyang — segundo a brasileira, o trânsito entre bairros também está limitado.
Encontrou ruas e estradas vazias, as poucas pessoas que circulavam pelas calçadas usavam máscara.
"Um cenário meio apocalíptico."
 WuhanArquivo pessoal Image caption Hoje, 11 milhões estão em quarentena em Wuhan 

Os primeiros rumores de que havia um vírus novo circulando em Wuhan começaram em dezembro, ela conta. Inicialmente, falava-se que a doença não era transmitida entre humanos.
"Cheguei a perguntar pro meu marido se não precisávamos usar máscara, mas ele disse que as notícias eram de que ela só era transmitida pelo contato com a carne dos animais infectados."
Falou-se que o agente transmissor seria o morcego. Posteriormente, cogitou-se que a epidemia teria se alastrado a partir de um mercado de alimentos, transmitida por carne de cobra.
Os rumores circularam por dias até que as autoridades se manifestassem, lembra Reisi.
Nesta segunda-feira, o prefeito de Wuhan admitiu que sua gestão demorou para responder à crise e afirmou que deixaria o cargo.
A cidade é um importante ponto de conexão da rede de transporte do país: fica a poucas horas de trem de grandes cidades, o que a torna estratégica para a infraestrutura ferroviária de alta velocidade.
Mapa de Wuhan
Wuhan também tem um importante porto fluvial, construído no curso intermediário do rio Yang Tsé — que, com quase 6,4 mil quilômetros, é o maior rio da Ásia e o terceiro do mundo.
Seu tamanho e importância econômica, além do fato de ser um hub de transportes, explicam em parte por que o vírus viajou tão rapidamente no sudeste da Ásia e até chegou aos Estados Unidos.
Enquanto isso, a brasileira tenta acalmar a família no Pará e fala diariamente com a filha, de 23 anos, que pede para ela voltar.
Ela e o marido têm esperança de que, passado o inverno rigoroso que os recepcionou em Wuhan, a situação "dê uma amenizada".




Coronavírus: 5 aspectos do vírus surgido na China que mais preocupam os cientistas

Homem com máscara na China
 Getty Image caption As autoridades chinesas já confirmaram que 
o coronavírus pode ser transmitido entre humanos 

O novo coronavírus que surgiu na cidade chinesa de Wuhan e causa uma doença pulmonar grave já foi detectado em vários países, onde infectou milhares de pessoas e provocou mais de 130 mortes.
E, de acordo com especialistas, estes números devem aumentar, o que está deixando as autoridades de saúde em todo o mundo em alerta.
O episódio lembra outro surto, o da Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como Sars (a sigla em inglês), também causada por um coronavírus, que matou 774 das 8.098 pessoas infectadas, quando eclodiu na China em 2002.
"Existe uma lembrança forte da Sars, daí o medo, mas agora estamos muito mais preparados para lidar com essas doenças", diz à BBC Josie Golding, da fundação britânica de pesquisa médica Wellcome Trust.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que o risco global é "alto", mas decidiu não declarar emergência internacional de saúde pública, como fez com a gripe suína e o Ebola.





Trabalhador da construção civil em Wuhan, China 
Getty Image caption Surto começou na cidade chinesa de Wuhan 
e já se espalhou para diversos países

Seja como for, há muitas dúvidas pairando sobre o assunto. A BBC conversou com vários especialistas, e estas são as questões em relação ao vírus que mais os preocupam:

1) Com que facilidade é transmitido?

No início do surto, as autoridades chinesas disseram que o vírus não era transmitido entre seres humanos, mas desde então foram identificados milhares de casos de pessoas infectadas dessa maneira.
Os cientistas informaram que cada indivíduo infectado pode transmitir o vírus para uma média que fica entre 1,4 e 2,5 pessoas.
Esse número é particularmente importante porque corresponde à taxa de reprodução básica do vírus e, quando excede 1, significa que é "autossustentável", ou seja, os especialistas sabem que ele não será extinto por si só.
E isso coloca o coronavírus mais ou menos no mesmo grupo de virulência da Sars.
Por enquanto, apenas medidas como as tomadas na China, que incluem colocar cidades em quarentena, podem retardar sua propagação.

2) Qual é a fase de contágio?

Os cientistas na China indicam que os pacientes podem transmitir o vírus antes mesmo de aparecerem os primeiros sintomas, que incluem febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar.
O intervalo de tempo entre o contágio e o início dos sintomas — conhecido como período de incubação — pode variar de um a 14 dias.
Ilustração de vírus no pulmão 
Image caption O coronavírus causa doença pulmonar grave
A Sars e o Ebola, por exemplo, são contagiosos somente após o aparecimento dos sintomas.
Isso faz com que esses tipos de surtos sejam relativamente fáceis de frear: as pessoas doentes são identificadas, e as que entraram em contato com elas são monitoradas.
A gripe é o exemplo mais famoso de um vírus que alguém pode espalhar antes de saber que está infectado.
A professora Wendy Barclay, do Departamento de Doenças Infecciosas da universidade Imperial College London, no Reino Unido, afirmou à BBC que é comum que infecções respiratórias sejam transmitidas antes que apareçam sintomas.
O vírus "se propaga pelo ar, ao conversar com uma pessoa infectada ou respirar próximo a ela", explica.
"Não seria muito surpreendente se o novo coronavírus fizesse o mesmo."
Mas os desafios de conter a "propagação assintomática" vão tornar o trabalho das autoridades de saúde muito mais difícil.
O que não se sabe ainda é quão infecciosos são os pacientes durante o período de incubação da doença.
Ilustração de vírus 
Image caption Ainda não se sabe o quanto o vírus se propaga 
durante o período de incubação

3) Quão rapidamente a doença se alastra?

Em poucos dias, o número de pessoas infectadas passou de centenas para milhares.
Mas o rápido crescimento dos números, mais acelerado que em outros surtos, pode ser devido à maior capacidade da China hoje de identificar pessoas infectadas.
Na realidade, há muito pouca informação sobre a "taxa de crescimento" do surto.
Mas especialistas acreditam que o número real de pessoas atingidas é provavelmente maior que o divulgado.
É o que indica um relatório do Centro de Análise de Doenças Infecciosas Globais do Imperial College London.
"É provável que o surto de coronavírus em Wuhan tenha causado mais casos de doença respiratória moderada ou grave que o informado."
No fim de semana, pesquisadores da Universidade Lancaster, no Reino Unido, estimaram que há 11 mil casos da doença. Caso isso seja confirmado, significará que o atual surto já infectou mais pessoas que a Sars.

4) Como é possível conter o vírus?

Sabe-se que o vírus não vai retroceder por conta própria: somente medidas tomadas pelas autoridades podem acabar com a epidemia.
Tampouco há uma vacina disponível que possa fornecer imunidade à população. Mas os cientistas já estão trabalhando no desenvolvimento de uma.
A expectativa é de que as pesquisas conduzidas em torno da vacina contra a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês), que também é um coronavírus, possam facilitar este trabalho.
Os hospitais também estão testando medicamentos antivirais. Uma combinação de dois medicamentos foi bem-sucedida contra a epidemia de Sars e está sendo testada agora na China.
 Cientista manipula em laboratório amostras de pacientes infectados com o coronavírus no Instituto Pasteur de Paris em 28 de janeiro de 2020 
Getty Images Image caption Várias combinações de medicamentos 
estão sendo testadas para tratar a doença causada pelo coronavírus 

Mas, por enquanto, a opção mais eficaz é impedir que indivíduos já infectados transmitam o vírus a outras pessoas.
Até agora, a China tomou as seguintes medidas para isso:
- Colocou cidades em quarentena e restringiu o deslocamento da população;
- Isolou os pacientes, que devem ser tratados por profissionais de saúde com equipamento de proteção individual;
- Recomendou à população a lavar as mãos regularmente.
Outros países asiáticos implementaram controles para monitorar passageiros provenientes de Wuhan — e os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram que farão o mesmo.
Mas há dúvidas sobre a eficácia dessas medidas.
Será necessário um trabalho árduo de investigação para identificar todas as pessoas que entraram em contato com pacientes infectados para ver se elas têm o vírus.
 Zona de inspeção de temperatura em aeroporto 
Gettys Image caption Autoridades de diferentes países iniciaram 
o uso de scanners de temperatura em aeroportos e estações de trem

5) O vírus pode sofrer mutação?

É esperado que os vírus, de uma maneira geral, sofram mutações e evoluam. Mas é difícil prever o que isso significa em cada caso.
A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que a capacidade de transmissão do coronavírus está se fortalecendo, mas não foi clara sobre o risco apresentado por mutações virais.
Isso é algo que os cientistas estão observando atentamente.
"Deveríamos nos preocupar com qualquer vírus que infecte o corpo humano pela primeira vez, porque ele já superou o primeiro grande obstáculo", diz Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, à BBC.
"Dentro de uma célula (humana) e ao se replicar, ele pode começar a gerar mutações que permitam que se espalhe com mais eficiência e se torne mais perigoso."
"Não queremos dar ao vírus essa oportunidade", completa.

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Libertação de Auschwitz: como o campo de extermínio se tornou o centro do Holocausto nazista

Tropas soviéticas libertaram Auschwitz em janeiro de 1945 Getty Images Image caption Tropas soviéticas libertaram Auschwitz em janeiro de 1945
Em 27 de janeiro de 1945, tropas soviéticas entraram cautelosamente em Auschwitz.
Primo Levi, um dos mais famosos sobreviventes, estava deitado em uma tenda médica com escarlatina quando os libertadores chegaram ao campo de extermínio nazista, na Polônia.
Soldados lançavam "olhares estranhamente desconcertados aos corpos espalhados, às cabanas surradas e aos poucos de nós ainda vivos", escreveria mais tarde Levi, judeu italiano que relatou o período em que passou ali em É Isto Um Homem? (1947).
    "Eles não nos cumprimentaram ou mesmo sorriram. Pareciam oprimidos não apenas pela compaixão, mas pelo... sentimento de culpa de que tal crime pudesse existir."
    "Nós vimos pessoas magras, torturadas, exaustas", descreveu o soldado soviético Ivan Martynushkin sobre a libertação do campo de extermínio. "Podíamos ver por seus olhares que estavam felizes de serem salvos daquele inferno."
    Em menos de quatro anos, a Alemanha nazista matou ao menos 1,1 milhão de pessoas em Auschwitz. Quase 1 milhão eram judeus.
    Aqueles deportados ao complexo foram mortos em câmaras de gás, trabalharam até a morte ou foram assassinados em experimentos médicos. A vasta maioria morreu no campo de extermínio Auschwitz-Birkenau.
    Seis milhões de judeus foram mortos no Holocausto, a campanha nazista para erradicar a população judaica na Europa, e Auschwitz está no centro do genocídio.

    O que foi o Holocausto?

    Quando os nazistas chegaram ao poder em 1933, eles começaram a arrancar propriedades, direitos e liberdades do povo judeu. Depois da invasão alemã à Polônia em 1939, os nazistas começaram a deportar judeus da Alemanha e da Áustria para a Polônia, onde criaram guetos para separá-los do resto da população.
    Em 1941, durante a invasão alemã na União Soviética, os nazistas começaram de fato a campanha de extermínio. Eles falavam da invasão como uma guerra racial entre os povos germânico e judeu, como a que ocorreu entre os povos eslavos e Roma.
    Grupos de soldados alemães chamados de Einsatzgruppen foram destacados para massacrar civis em territórios conquistados no Leste Europeu. Até o fim de 1941, eles haviam matado 500 mil pessoas. Quatro anos depois, o total de assassinados chegou a 2 milhões de pessoas, sendo 1,3 milhão de judeus.
    Dentro das linhas de combate, os comandantes nazistas testavam maneiras de matar em massa. Eles temiam que o fuzilamento de pessoas fosse muito estressante para seus soldados, e então passaram a desenvolver maneiras mais eficientes de assassinato.
    Furgões experimentais de gás foram usados para matar pessoas com deficiência intelectual na Polônia no início de 1939. Fumaças venenosas eram lançadas em compartimentos fechados para matar quem estava dentro. No inverno de 1941, os nazistas construíram câmaras de gás em Auschwitz.
    Em janeiro de 1942, líderes nazistas se encontraram para coordenar a matança em escala industrial. Ao fim da Conferência de Wansee, como ficou conhecida a reunião, eles acertaram qual seria a "solução final para a questão do povo judeu": matar a população judaica inteira na Europa, cerca de 11 milhões de pessoas, a partir do extermínio e do trabalho forçado.

    O que era Auschwitz?

    Originalmente, Auschwitz era uma instalação militar no sul polonês. A Alemanha nazista invadiu e ocupou a Polônia em setembro de 1939 e, em maio de 1940, transformaram o local em uma prisão para presos políticos.
    A instalação, que tem a infame mentira "O Trabalho Liberta" inscrita em alemão no portão de entrada, passou a ser conhecida como Auschwitz 1.
    Com o avanço da guerra e do Holocausto, o regime nazista ampliou o lugar.
    Os primeiros prisioneiros a serem mortos com gás foram soviéticos e poloneses em agosto de 1941.
    Os assassinatos começaram em um novo campo, Auschwitz 2-Birkenau, no mês seguinte. Esse se tornou um local com enormes câmaras de gás onde centenas de milhares de pessoas foram mortas até novembro de 1944. Os corpos eram, então, queimados em um crematório.
    A companhia química alemã IG Farben construiu e operou uma fábrica de borracha sintética em Auschwitz 3-Monowitz. Outras empresas privadas como Krupp e Siemens-Schuckert também operavam fábricas em regiões próximas, a fim de usar prisioneiros como trabalhadores escravizados.
    Tanto Primo Levi quanto o prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel sobreviveram ao campo de concentração de Monowitz.
    Quando Auschwitz foi libertado, havia mais de 40 campos e subcampos.

    Como Auschwitz funcionava?

    Pessoas de todas as partes da Europa eram amontoadas em trens sem janelas, banheiros, assentos ou comida, e levadas para Auschwitz.
    Ali, elas eram imediatamente divididas entre quem poderia trabalhar e quem deveria ser morto imediatamente.
    O segundo grupo era obrigado a tirar a roupa e sentar sob chuveiros.
     câmaras de gás em Auschwitz I
    Getty Images Image caption Guardas usaram pelotas de Zyklon B para matar pessoas nas câmaras


     Fornos em Auschwitz
    Getty Images Image caption Nazistas cremavam vítimas em fornos
    Guardas do chamado "Instituto de Higiene" então despejavam o poderoso gás Zyklon-B nas câmaras seladas e esperavam as pessoas morrerem. Isso durava 20 minutos. As paredes espessas não eram, no entanto, capazes de abafar os gritos daqueles que se sufocavam ali dentro.
    Depois os chamados Sonderkommandos — outros prisioneiros, geralmente judeus forçados a trabalhar para os guardas — removiam próteses, óculos, cabelos e dentes artificiais antes de arrastar os cadáveres para os incineradores. As cinzas eram enterradas ou usadas como fertilizantes.
    Pertences dos mortos e dos enviados para o trabalho eram levados para triagem em uma parte do campo conhecida como "Canadá" — assim chamada porque o país era visto como uma terra de abundância.

    Quem eram as vítimas?

    Os guardas da SS tentaram esconder seus crimes quando as tropas soviéticas se aproximaram e tentaram destruir seus extensos registros de prisioneiros — dificultando a quantificação total do número de vítimas.
    Estudos acadêmicos concordam que, no total, cerca de 1,3 milhão de pessoas chegaram a Auschwitz —dentre as quais 1,1 milhão morreram lá.
    Judeus de toda a Europa controlada pelos nazistas constituíam a grande maioria das vítimas. Quase um milhão de judeus foram assassinados em Auschwitz.
    Um exemplo específico foi a população judaica da Hungria. Em apenas dois meses, entre maio e julho de 1944, a Hungria transportou 437.000 judeus para Auschwitz.
     Judeus húngaros chegam a Auschwitz em junho de 1944
    Direito de imagem Getty Images Image caption Tantos judeus húngaros foram mortos em tão pouco tempo que os corpos das vítimas foram jogados em covas perto do campo e queimados
    Dezenas de milhares de judeus húngaros eram enviados para Auschwitz todos os dias. Três quartos deles foram mortos na chegada.
    Cerca de 75.000 civis poloneses, 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos, 25.000 ciganos dos grupos Roma e Sinti, bem como homossexuais e prisioneiros políticos também foram mortos pelo Estado alemão no complexo de Auschwitz.

    O que aconteceu quando Auschwitz foi libertado?

    As autoridades alemãs ordenaram a suspensão dessa prática e a destruição das câmaras de gás e crematórios no final de 1944, quando as tropas soviéticas começaram a avançar para o oeste. O estoque de objetos de valor roubados no setor Canadá foi enviado para a Alemanha logo depois.
    Determinados a apagar as evidências de seus crimes, os nazistas ordenaram que dezenas de milhares de prisioneiros restantes marchassem para o oeste, para outros campos de concentração, como Bergen-Belsen, Dachau e Sachsenhausen. Os que estavam doentes demais para andar foram deixados para trás; quem não conseguia acompanhar a marcha era morto.
    As forças soviéticas encontraram apenas alguns milhares de sobreviventes quando entraram no campo em 27 de janeiro de 1945, junto com centenas de milhares de roupas e várias toneladas de cabelo humano. Mais tarde, os soldados lembraram que tiveram que convencer alguns sobreviventes de que os nazistas haviam realmente ido embora.
    Elie Wiesel disse em um discurso para marcar o 50º aniversário da libertação que os crimes nazistas em Auschwitz "produziram uma mutação em escala cósmica, afetando os sonhos e esforços do ser humano".
    "Depois de Auschwitz, a condição humana não foi mais a mesma. Depois de Auschwitz, nada será igual."
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    domingo, 26 de janeiro de 2020

    Com casos confirmados em 12 países, coronavírus é transmissível antes dos sintomas aparecerem

    Médicos que foram paraacidade de Wuhan, onde o surto começou, tiveram que deixar a família para trás
    EPA Image caption Médicos que foram para a cidade de Wuhan, onde o surto começou, tiveram que deixar a família para trás
    O novo coronavírus, que já infectou mais de 2 mil pessoas em surto na China e atingiu outros 12 países, é transmissível em seu período de incubação, ou seja, antes dos sintomas aparecerem, segundo autoridades chinesas.
    Até o domingo (26), 80 mortes por causa do vírus foram confirmadas no país. O ministro da Saúde chinês, Ma Xiaowei, disse que a capacidade do vírus de se espalhar parece estar aumentando.
    Diversas cidades chinesas adotaram restrições significativas de viagens. A cidade de Wuhan, onde o surto começou, está em total quarentena.
    As infecções estavam em um "estado crucial de contenção", segundo Ma Xiaowei. Autoridades anunciaram que a venda de animais selvagens está proibida no país todo. Acredita-se que o vírus surgiu em animais, mas nenhuma causa foi oficialmente identificada.
    Em humanos, o período de incubação — no qual a pessoa tem a doença, mas nenhum sintoma — varia entre um e 14 dias, segundo as autoridades.

    Sem os sintomas, a pessoa pode não saber que tem a infecção, mas já estar espalhando a doença.

    Dificuldade na contenção

    A descoberta é um avanço significativo no entendimento sobre o vírus e fará com que a China tenha que ir mais longe para impedir sua disseminação.
    Conhecido como Sars, o último surto mortal de coronavírus a atingir a China, em 2002, era contagioso apenas a partir do momento em que os sintomas apareciam. O mortal vírus do Ebola também só transmissível por quem está com os sintomas.
    Isso facilita a contenção da doença, pois basta identificar e isolar pessoas que estão doentes e monitar qualquer um com que elas tenham entrado em contato.
    Doenças que se espalham antes de você saber que está doença são mais difíceis de conter — um bom exemplo é o vírus da gripe, que além de tudo também sofre muitas mutações (dificultando a vacina).
    O estágio atual de perigo não é o mesmo de algumas doenças que se tornaram pandemias mundiais, como a gripe suína. Mas parar uma doença que pode ser transmitida antes dos sintomas aparecerem será um trabalho muito mais difícil para as autoridades chinesas.

    Como está a situação em Wuhan?

    O prefeito da cidade, Zhou Xianwang, disse que a estimativa é de mil novos pacientes nos próximos dias.
    Acidade tem tido filas nos hospitais de pacientes buscando tratamento.
    Zhou afirmou que um aumento em doações de particulares ajudou a reduzir a falta de alguns equipamentos médicos.
     Hospital da Cruz Vermelha em Wuhan em janeiro de 2020Direito de imagem AFP Image caption Hospitais da cidade onde o surto começou estão com cada vez mais pacientes 
    A britânica Sophia, que está na cidade em quarentena, disse à BBC que as pessoas estão trancadas em suas casas há dias.
    "Descobrimos sobre o vírus em 31 dezembro", afirma ela. "Só ficou pior e pior. Agora a situação está realmente ruim."
    Sem táxis nas ruas, motoristas voluntários têm levado as pessoas aos hospitais lotados.
    "Não há carros, então ficamos responsáveis por trazer as pessoas ao hospital e levá-las de volta para casa. Depois fazemos um desinfecção. Tudo de graça", disse o voluntário Yin Yu à agência AFP.

    O que é o vírus?

    Nomeado oficialmente de 2019-nCoV, o novo coronavírus é similar a outros dois identificados nas últimas décadas.
    Um deles foi responsável por causar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), e matou 774 das 8.098 infectadas em uma epidemia que começou na China em 2002.
    Outro esteve por trás da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês), que matou 858 dos 2.494 pacientes identificados com a infecção desde 2012 nesta região do mundo.
    Até o momento, entre os mais de 2 mil casos notificados do 2019-nCoV, houve 56 mortes — todas na China.
    O novo vírus causa infecção respiratória aguda.
    Sintomas começam com uma febere, seguida de tosse seca e, depois de uma semana, leva a falta de ar. Ainda não há cura nem vacina.

    Como o vírus se espalhou?

    A disseminação rápida da doença coincide com o festival do Ano Novo Chinês, um dos períodos em que mais há viagens internas na China.
    Da cidade de Wuhan, onde vivem 11 milhões de pessoas, a doença se espalhou para cidades vizinhas e outras províncias.
     Policial em Pequim usando máscara de proteçãoDireito de imagem AFP Image caption O coronavírus matou ao menos 56 pessoas na China 
    Fora da China, um pequeno número de infecções foi confirmado em países vizinhos, como Japão, Taiwan, Nepal, Tailândia, Vietnã, Coreia do Sul e Singapura.
    Também foram confirmados casos na Austrália, nos EUA e na França.

    Qual o risco do surto chegar ao Brasil?

    No momento, nenhum caso do 2019-nCoV foi confirmado no Brasil — e, segundo o governo federal e epidemiologistas ouvidos pela BBC News Brasil, mesmo que isso ocorra, o risco é baixo de que haja um surto por aqui.
    O infectologista Benedito Antonio Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, avalia que não há motivos para a população brasileira ter receios no momento sobre o surto do 2019-nCoV ao Brasil.
    "Com o Sars, houve uma grande epidemia na China e pequenos surtos em outros países, mas acabou ali. Uma grande vantagem da globalização é que as medidas de contenção de epidemias são colocadas em prática muito mais rápido do que no passado", afirma Fonseca.
    "É preciso avaliar a movimentação de pessoas entre esta região da China e o Brasil. Se for baixo, acredito que o risco é mínimo, quase inexistente, de o vírus chegar ao país."
    O infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que o novo coronavírus é preocupante por ser desconhecido, mas que sua disseminação, na China e internacionalmente, é aparentemente mais "suave" do que as do Sars e do Mers.
    "Pelo tempo desde que a doença começou até agora, o número de casos notificados, de casos graves e de mortes ainda é baixo, especialmente levando em conta o tamanho da população chinesa", afirma Boulos.
    O médico afirma que a possibilidade do novo coronavírus chegar ao Brasil existe, mas é "baixa, pouco provável". "Isso não descarta a necessidade de ficarmos alerta. Mas o Brasil tem outras doenças mais alarmantes com que devemos nos preocupar."
    Ambos os infectologistas concordam que, diante desta situação, não é necessário fazer a triagem de passageiros em portos e aeroportos do país.
    Mas recomendam que sejam tomadas algumas medidas nestes locais para orientar os passageiros, por meio de cartazes nos terminais e avisos sonoros nos aviões, para que busquem um posto de saúde caso tenham sintomas como febre e problemas respiratórios.
    "Se virar uma emergência global, vai ser necessário ter um controle muito mais rígido das fronteiras", alerta Fonseca.
    BBC



    A experiência de 3 países da América Latina que cobram imposto sobre riqueza

    Casal com piloto de helicópteroGetty Images Há especialistas que preferem falar em imposto sobre patrimônio em vez de tributação da riqueza
    Esse é um dos temas que provocam divisões profundas nos Estados Unidos com a proximidade das eleições presidenciais em novembro deste ano.
    Candidatos democratas como Elizabeth Warren e Bernie Sanders propõem a criação de um imposto sobre a riqueza dos multimilionários para diminuir a desigualdade que existe no país e aumentar, com essa arrecadação, os gastos sociais em setores como saúde e educação.
    Detratores, por outro lado, argumentam que a iniciativa causaria consequências econômicas negativas, incluindo graves efeitos em investimentos e no emprego.
    "Uma das confusões feitas por políticos de esquerda é que eles pensam que os americanos ricos têm suas riquezas escondidas em barras de ouro sob o colchão", afirma à BBC Chris Edwards, diretor de Estudos de Políticas Tributárias do Instituto Cato nos Estados Unidos, com sede em Washington.
    "Mas a maior parte de seus ativos está investida em negócios. Jeff Bezos (fundador da Amazon), por exemplo, gera crescimento econômico e milhares de empregos."
     Wall Street 
    Getty Images Image caption Taxação de riquezas é um dos temas mais debatidos na corrida eleitoral dos EUA
    Mas essa ideia não convence Emmanuel Sáez, professor de economia da Universidade da Califórnia e parte da equipe que trabalha com o economista francês Thomas Piketty.
    "Esta é a ferramenta mais poderosa para aumentar o pagamento de impostos por aqueles que estão no topo", afirma ao programa de rádio BBC Business Daily.
    Ainda que, para ser de fato efetiva, deva ser aplicada junto a regulamentos internacionais que evitem a fuga de capitais de um país para o outro e controlem efetivamente os problemas de elusão e evasão tributárias.
    E essa é uma das razões que explicariam por que vários países da Europa eliminaram essa medida e atualmente apenas quatro a aplicam: Espanha, Noruega, Suíça e Bélgica.

    Taxação de riquezas na América Latina

    Na América Latina, há três países que adotam o imposto sobre riquezas: Colômbia, Uruguai e Argentina.
    Alguns especialistas preferem falar do tema como "imposto sobre patrimônio", já que do ponto de vista técnico se aplica a ativos menos dívidas.
    No caso argentino, o nome do tributo é "imposto sobre bens pessoais".
     Pesos argentinos 
    Direito de imagem Getty Images Image caption A tributação do patrimônio tem resultados diferente daquela feita sobre a renda das pessoas
    Para além das características específicas de cada país, trata-se de um tributo aplicado sobre a fortuna das pessoas mais ricas.
    É algo diferente, por exemplo, do tributo sobre renda, cobrado a partir dos ganhos de uma pessoa, e não de sua riqueza acumulada.
    Mas o segundo é mais difícil de ser calculado e, como ocorre no campo tributário, há muitas maneiras de evitá-lo, algo que joga contra o objetivo básico da medida, que é aumentar a arrecadação fiscal.

    É uma boa solução?

    "A desigualdade de riqueza ou de patrimônio na América Latina é muito maior que a desigualdade medida por ganhos", afirma Daniel Titelman, diretor da divisão de desenvolvimento econômico da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) à BBC Mundo (serviço da BBC em espanhol).
    É por isso que Titelman avalia que o imposto sobre riqueza "é uma alternativa válida, um instrumento muito útil", dado que os países da América Latina necessitam aumentar a carga tributária de um modo mais progressivo.
    "A cobrança que esse imposto atingiu na Argentina, Colômbia e Uruguai não é trivial em nenhum dos casos."
     Bogotá, Colombia 
    Direito de imagem Getty Images Image caption Imposto sobre patrimônio inclui todos os ativos financeiros e não financeiros menos dívidas
    Há países onde se discute de forma oportuna a tributação da riqueza, como é o caso do Chile, onde o debate se concentra na criação de um imposto predial a partir de um certo valor.
    De fato, as propriedades são uma das formas mais concretas da riqueza, mas a verdade é que o conceito de patrimônio é tão amplo que inclui, por exemplo, obras de arte, joias, barcos, automóveis, contas bancárias e ativos financeiros.
    Por isso mesmo é difícil de detectá-lo e valorá-lo.
    "Para garantir sua eficácia, é muito importante o intercâmbio de informações fiscal e financeira entre as autoridades tributárias dos países", diz Titelman.
    "É um imposto com elevado potencial arrecadatório, mas sua implementação não é trivial", afirma.
    "Para uma região que tem dificuldade em arrecadar, isso pode ser um imposto muito bom e importante."
    O desafio, ele explica, é haver uma troca de informações entre países para evitar problemas como fuga de capitais além das fronteiras.
    Alberto Barreix, economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem uma visão diferente.
    Segundo seus estudos, o imposto sobre o patrimônio possui diversas desvantagens em relação a outros.
    "No mundo, os impostos sobre o patrimônio não arrecadam praticamente nada, enquanto os impostos sobre a renda, sim", diz ele em entrevista à BBC Mundo.
    A participação do imposto sobre a riqueza, ele explica, "é muito pequena em relação às pressões fiscais que os países têm na América Latina".
    E, em muitas ocasiões, esse imposto não é cobrado "porque você não deseja tributar um patrimônio que já está investido". 
     Dólares 
    Direito de imagem Getty Images Image caption Há dúvidas sobre a real capacidade arrecadatória de um imposto sobre riqueza
    Por outro lado, explica, há o tema da valoração de patrimônio. "É muito difícil valorar uma empresa."
    Além disso, acrescenta, é muito complexo aplicar isso quando não há colaboração internacional. Nessa perspectiva, Barreix argumenta que existe uma solução tributária melhor.
    "Uma fórmula razoável para aumentar a arrecadação é aplicar um imposto sobre a renda, bem cobrado, junto a um imposto sobre heranças."

    Como funciona a tributação nos 3 países?

    Segundo um estudo da Cepal, estas são as características dos impostos sobre patrimônio (ou sobre riqueza) em três países latino-americanos.
    1. Uruguai
    Chamado de Imposto sobre Patrimônio (Ipat), o tributo incide sobre o patrimônio líquido de pessoas físicas e jurídicas localizadas no Uruguai.
    Inclui ativos como dinheiro em espécie, metais preciosos, veículos, imóveis, mobiliário e créditos para o contribuinte.
    Para pessoas físicas e famílias residentes no Uruguai, varia de 0,4% a 0,7%.
     Tela com números
    Direito de imagem Getty Images Image caption No Uruguai, tributo foi batizado de Imposto sobre Patrimônio, ou Ipat
    Para pessoas físicas não residentes, vai de 0,7% a 1,5%.
    As isenções incluem ativos no exterior, áreas florestais com certas características, títulos de dívida pública, ações da Corporação Nacional de Desenvolvimento e imóveis rurais afetados por propriedades agrícolas.
    2. Colômbia
    Os ativos líquidos localizados na Colômbia de pessoas físicas e jurídicas são tributados.
    O imposto é calculado considerando o patrimônio líquido bruto total menos dívidas. Inclui bens no exterior e a versão atual da lei se aplica de 2019 a 2021.
    Possui uma taxa única de 1% para ativos líquidos acima de US$ 1,5 milhão (aproximadamente).
    A propriedade isenta é a primeira casa do contribuinte por um valor de até US$ 140,5 mil, aproximadamente.
    3. Argentina

     Pessoas em Buenos Aires 
    Direito de imagem Getty Images Image caption Na Argentina se tributa o patrimônio bruto de pessoas físicas e jurídicas
    Com o nome de Imposto sobre Propriedades Pessoais, tributa o ativo bruto de pessoas físicas e jurídicas localizadas na Argentina.
    Isso inclui imóveis, carros, notas (em peso e moeda estrangeira), contas bancárias, saldos de fundos comuns e outros investimentos não isentos, obras de arte, antiguidades, utensílios domésticos e bens no exterior.
    Para bens no país, a taxa de imposto varia de 0,5% a 1,25%. Para bens no exterior, entre 0,7% e 2,25%.
    Inclui entre os ativos isentos a casa do contribuinte no valor de até aproximadamente US$ 300 mil, os saldos a prazo e contas de poupança, os títulos de dívida emitidos pelo Estado e os ativos intangíveis, como marcas e patentes.

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    Bom dia, com carinho e alegria...

    Que a paz, o amor, a coragem, a tolerância, a empatia e a esperança habitem seu ser, para que você faça a diferença no mundo, no seu mundo, incluindo sua família em primeiro lugar, e depois, no mundo das outras pessoas!
    Deixo para você abraços com afetos, beijos e flores, mesmo sem orvalho porque aqui onde estou o calor tem sido constante rs.

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    segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

    Vulcão Taal: Erupção de vulcão se transforma em fundo impressionante para fotos de casamento nas Filipinas

    RANDOLF EVAN PHOTOGRAPHY
    Image captionCerimônia que selaria a união de Chino Vaflor e Kat Bautista Palomar estava prevista para acontecer no domingo (12/01), a uma curta distância de Taal, um dos vulcões mais ativos do país.
    A erupção de um vulcão nas Filipinas não impediu um casal de seguir adiante com seu casamento.A cerimônia, que selou a união de Chino Vaflor e Kat Bautista Palomar, estava prevista para acontecer no domingo (12/01), a uma curta distância de Taal, um dos vulcões mais ativos do país, a 50 km ao sul da capital, Manila.Quando o casamento estava prestes a começar, o Taal entrou em erupção, liberando uma nuvem de fumaça e cinzas.O fotógrafo do casamento, Randolf Evan, disse à BBC que não tinha ideia de que algo estava para acontecer.A cerimônia, que selou a união de Chino Vaflor e Kat Bautista Palomar, estava prevista para acontecer no domingo (12/01), a uma curta distância de Taal, um dos vulcões mais ativos do país, a 50 km ao sul da capital, Manila.

    Image caption
    Quando casamento estava prestes a começar, Taal entrou em erupção 
    "Percebemos a fumaça branca saindo do Taal durante os preparativos por volta das 14h e, a partir de então, sabíamos que algo incomum já estava acontecendo com o vulcão", diz ele.

    'Todo mundo estava calmo e relaxado'

    Horas depois, autoridades filipinas elevaram o alerta para o segundo nível mais alto. Segundo elas, uma "erupção explosiva" poderia ocorrer entre "horas e dias".
    As pessoas dentro de um raio de 14 km do vulcão foram instruídas a abandonar suas casas. Estima-se que 450 mil vivem dentro desse perímetro.
    O local do casamento ficava a apenas 10 km do vulcão, mas Evan disse que todos sentiram que estavam "definitivamente seguros, pois o local era em um terreno mais alto e não diretamente nas proximidades do vulcão".
    Não só o casamento foi realizado, como também a festa que se seguiu à cerimônia. Os convidados compartilharam fotos nas redes sociais de pessoas comendo sob uma marquise envolta em luzes, com a crescente nuvem de fumaça ao fundo.
    Alguns dos vídeos mostram relâmpagos dentro da vasta nuvem que paira sobre o local.
    "Sentimos as cinzas caindo em nossas roupas", disse Evan. "Mas não parecia alarmante até a noite chegar, quando elas se tornaram um pouco mais pesadas e parecidas com lama".
    Apesar disso, ninguém decidiu sair da festa, diz ele.
    "Surpreendentemente, todos estavam calmos e relaxados. Foi um casamento íntimo; os convidados eram principalmente a família do casal e amigos íntimos e, portanto, ninguém realmente deixou a festa".
    Na segunda-feira, a natureza da erupção mudou e se tornou ainda mais perigosa, à medida que vastas quantidades de lava foram expelidas.
    Evan disse à BBC que todos os convidados estão em segurança fora da zona de perigo.
    Ele disse vem atuando como fotógrafo profissional de casamentos há oito anos e "esta é definitivamente uma história para contar".
    "É uma mistura de emoção e puro espanto. Estou grato por ter passado por um momento tão único na minha carreira".

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    Image captionCerimônia que selaria a união de Chino Vaflor e Kat Bautista Palomar estava prevista para acontecer no domingo (12/01), a uma curta distância de Taal, um dos vulcões mais ativos do país.

    segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

    Grandioso és Tu!! ( Acróstico, meu penúltimo texto em 2019)



    Resultado de imagem para grandioso és tu senhor
    Grandioso és Tu!!!
    Resultado de imagem para grandioso és tu, ó Deus
      G.lória a Deus no mais alto do Céu!!!!
      R.iqueza similar não houve, não há, nem haverá jamais!
      A.qui e no além, seu poder e misericórdia se expandem.
    *
    N.
    ão zombem, nem satirizem o Rei do Universo!!
      D.iante de Ti todos os joelhos hão de se dobrarem!
      I.niquidades existem, frutos podres não prevalecerão.
     
    O.lhai-nos com benevolência, neste vale de transgressões!!
      S.ua justiça nos ensina a esperar tranquilos as respostas...
      O.s campos se revestem do verde, em tua honra, Senhor!


      É.s Vós o socorro presente quando o mundo nos ignora!!
      S.emelhante és, Ó Pai, à mãe que ama incondicionalmente!!

     *T.omemos Vossa Palavra como a principal lição para a vida.
       U.ltrajes dos insensatos não afetam a nossa fé em Ti!!

    https://isisdumont.prosaeverso.net/publicacoes.php
    Imagens no link:

    https://www.google.com/search?q=grandioso+%C3%A9s+tu+senhor&client=firefox-b-d&source=lnms&tbm=isch&sa=X&
    *Remete aos que, sequiosos por mais dinheiro e fama, chegam ao ridículo de tentarem ultrajar o nome e macular a imagem do Filho de Deus, nesse espetáculo abominável e desprezível chamado "Porta dos fundos"(pela Netflix), que nenhum cristão deve, nem deveria assistir!!
    NOVO ANO INTEIRINHO DE PAZ, AMOR, ALEGRIAS, TRABALHO E REALIZAÇÕES PARA VOCÊ,  desejo-lhes um Novo Ano inteirinho de paz, amor, alegrias, trabalho, fé e persistência!!
    com um abraço super carinhoso!!

    domingo, 5 de janeiro de 2020

    Projeto usa cinema para inclusão de crianças com distúrbios sensoriais

    Publicado em 05/01/2020 - 11:55
    Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro


    O projeto Sessão Azul, gerido pela CapaciTEAutismo Entretenimento, com patrocínio de diversos shoppings, organizações não governamentais (ONGs) e instituições voltadas para o autismo, acontece pela quarta vez no Complexo BarraShopping e NewYorkCityCenter, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, promovendo a inclusão de crianças com distúrbios sensoriais. A CapaciTEAutismo é uma clínica de psicologia, especializada nos Transtornos de Desenvolvimento, principalmente o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
    O filme escolhido é Frozen 2 e será exibido no próximo sábado (11) em sessão dublada, 100% acessível, com legenda descritiva, libras e audiodescrição. A exibição será em único horário, às 13h, nas salas UCI Cinemas do NewYorkCityCenter. A classificação etária é livre, informou a assessoria de imprensa do BarraShopping.
    O projeto Sessão Azul foi criado em 2015 pelas psicólogas Carolina Salviano e Bruna Manta, junto com o gerente de Projetos, Leonardo Cardoso. O objetivo é ambientar e acolher crianças com distúrbios sensoriais, síndrome de down, paralisia cerebral e neurotípicas (pessoas que não estão no espectro do autismo) em salas de cinemas adaptadas e fazer com que essa atividade seja uma extensão do processo de tratamento dos pequenos.
    A venda dos ingressos começa no dia 9 deste mês, no site Sessão Azul ou no portal Ingresso.com. Todos os ingressos custam o valor de meia entrada.
    Edição: Bruna Saniele
     Tags: CINEMAAUTISMO

    Bolsonaro visita general e vai à catedral em Brasília

    Segundo presidente, compromisso foi para agradecer a missão

    Publicado em 05/01/2020 - 14:20
    Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil  Brasília
    Jair Bolsonaro, Catedral
    Sem compromisso oficial neste domingo (5), o presidente Jair Bolsonaro visitou, no final da manhã, o general Eduardo Villas-Bôas, em sua residência, no Setor Militar Urbano, em Brasília. Bolsonaro chegou por volta das 11h30 e ficou no local por cerca de 40 minutos. Ele não falou com a imprensa. De lá, o combio presidencial seguiu pelo centro da capital e parou na catedral metropolitana, onde conversou e atendeu dezenas de turistas e fiéis que visitavam o local.
    "Vou ali na catedral agradecer a missão", disse, ao descer do carro. Perguntado sobre a visita ao general, o presidente se limitou a dizer que foi tratar de "questões particulares". Villas Bôas, ex-comandante do Exército Brasileiro, tem uma doença neuromotora de caráter degenerativo chamada de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), motivo pelo qual não consegue mais caminhar. Em seguida, Bolsonaro entrou na catedral, onde se ajoelhou e permaneceu em silêncio dos por alguns minutos, fazendo uma oração. O presidente se declara católico e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é evangélica. Quando se dirigia à casa do general Villas-Bôas, o comboio presidencial chegou a parar em frente à Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro Sudoeste, mas não desceu, e seguiu para o Setor Militar.



    Jair Bolsonaro, Catedral

    Presidente Jair Bolsonaro durante visita à Catedral de Brasília neste domingo (8) - Pedro Rafael Vilela/Agência Brasil

    Antes de retornar ao Palácio do Alvorada, pouco depois das 13h, o presidente parou novamente, por alguns minutos, para conversar com pessoas na Praça dos Três Poderes. As paradas do presidente em locais públicos no Distrito Federal têm se tornado um hábito durante o mandato. Em dezembro do ano passado, ele visitou um centro de comércio popular. No mesmo mês, durante um final de semana, também parou na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios. O presidente costuma, diariamente, parar para cumprimentar apoiadores na entrada principal do Palácio do Alvorada, onde mora com a família.



    Jair Bolsonaro, Catedral

    Presidente Jair Bolsonaro na Cadetral Metropolitana de Brasília no domingo (5) - Pedro Rafael Vilela/Agência Brasil

    Edição: Bruna Saniele