quinta-feira, 26 de julho de 2018

Boas vindas ao mais novo seguidor! Bom dia!!!


Seja muito Bem vindo, professor José Elias!!
Meu cantinho, apesar de simples, lhe acolhe com muito 
carinho e os aplausos merecidos!!
Grande abraço.
Paz e bem!
Bom dia a todos!!!




terça-feira, 24 de julho de 2018

Jovem é presa suspeita de estuprar filho de 4 anos e filmar crime, na PB, diz polícia

Segundo delegada, criança tem quatro anos; relação foi gravada e enviada para outra pessoa.



Jovem prestou depoimento na delegacia do município de Areia, na Paraíba, onde confessou o crime (Foto: Delegacia de Polícia Civil de Areia-PB/Divulgação)Jovem prestou depoimento na delegacia do município de Areia, na Paraíba, onde confessou o crime (Foto: Delegacia de Polícia Civil de Areia-PB/Divulgação)
Jovem prestou depoimento na delegacia do município de Areia, na Paraíba, onde confessou o crime (Foto: Delegacia de Polícia Civil de Areia-PB/Divulgação)
Uma jovem de 19 anos foi presa nesta terça-feira (24), após confessar ter abusado sexualmente do filho de 4 anos e gravar a relação, no município de Areia, no Agreste da Paraíba. Segundo a delegada do município, Simone Rosemberg, responsável pelo caso, o vídeo foi gravado há um ano.
De acordo com a delegada, a jovem afirmou em depoimento que realizou a gravação a pedido de uma pessoa que ela conhecia, apenas pela internet, que mora em São Paulo e com quem ela teria se envolvido emocionalmente.
“Na verdade, é um relacionamento por mensagem. A investigação vai continuar, a gente vai tentar encontrar essa pessoa, através de outros recursos. Porque ela [a suspeita] não sabe o nome completo dele, não sabe o endereço, não sabe onde mora. Ela só tinha um número de celular que ele trocava constantemente”, disse.
A Polícia Civil investiga ainda a possibilidade de que o caso tenha relação com uma rede de pedofilia. “Pode não se tratar de um fato isolado. Ela, ao ser interrogada, disse que praticou isso uma única vez a pedido dele, mas isso ainda é muito superficial”, pontuou.
Simone Rosemberg informou que celulares e chips da jovem foram apreendidos e devem ser periciados. “Para que a gente possa ver em qual profundidade esses atos eram praticados. Se ela ainda continuava enviando outros vídeos, imagens, para quantas pessoas esses vídeos eram encaminhados”, comentou.
A Delegacia de Areia fez um pedido de prisão preventiva da jovem, que foi analisado e aprovado pelo Poder Judiciário. Segundo a delegada, até as 14h a suspeita estava na carceragem da Delegacia, mas deveria ser encaminhada para o presídio Serrotão, em Campina Grande. A criança realizou o exame de corpo de delito e está com a avó materna.

A denúncia

Conforme informou a delegada Simone Rosemberg, a denúncia foi feita por uma pessoa que mora no município e apresentou o vídeo à delegacia, por volta das 12h desta segunda-feira (24).
“Disse que conhecia a pessoa que estava no vídeo, que morava aqui na cidade e que a vítima se tratava do próprio filho da pessoa que estava praticando o ato sexual”, relatou a delegada.
A partir disso, foi feito um boletim de ocorrência, o Conselho Tutelar e avó da criança foram ouvidos. Segundo a delegada, a confissão foi realizada pela jovem durante o depoimento.
No entanto, a Polícia Civil ainda investiga o caso para saber como o vídeo chegou até a pessoa que realizou a denúncia. “Ela [a jovem] alega que como esse rapaz começou a insistir para que ela produzisse outros vídeos com a criança e ela se negava, ele começou a ameaçá-la, dizendo ‘olha, se você não fizer o vídeo, eu vou jogar o vídeo na internet’, alguma coisa assim. E aí, ela acredita que foi por esse motivo que o vídeo vazou, porque ela disse que só havia encaminhado o vídeo para ele”, frisou.

Embaixadora da Nicarágua é convocada pelo Itamaraty para dar explicações sobre morte de brasileira

Governo também convocou embaixador brasileiro na Nicarágua para tratar do assunto e da crise política e social naquele país. Estudante de medicina, Raynéia Gabrielle Lima foi morta nesta segunda.


A embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Martínez, foi convocada nesta terça-feira (24) a dar explicações ao Ministério das Relações Exteriores sobre a morte da estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima.
Brasileira que estudava medicina na Nicarágua, Raynéia foi morta na segunda-feira (23) após ter sido atingida por tiros disparados por "um grupo de paramilitares", conforme informou Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua (UAM).
A morte ocorreu em meio à crise social e política que passa o país, com manifestações contra o presidente Daniel Ortega, no poder desde 2007 e alvo de acusações de abuso e corrupção.
De acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos, mais de 350 pessoas já morreram, entre elas, muitos estudantes. Nesta terça, a Polícia Nacional negou a versão do reitor e afirmou que um vigilante realizou os disparos.
G1 apurou que a embaixadora foi convocada a prestar esclarecimentos e se reuniu com o subsecretário-geral da América Latina e do Caribe do Itamaraty.
Além da convocação de Lorena Martínez, o governo brasileiro também chamou o embaixador do Brasil na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, para consultas. A convocação do embaixador também foi motivada pela morte da estudante brasileira.
Nesse caso, ele terá de voltar ao país para se reunir com as autoridades brasileiras. Segundo o G1 apurou, o embaixador foi chamado de volta ao Brasil para que possa expor a sua visão sobre o momento político no país e sobre o que pode ter acontecido no episódio que resultou na morte da estudante brasileira.
Esse ato de chamar o embaixador ao Brasil, de acordo com duas fontes ouvidas pela reportagem, não é corriqueiro, e só é tomado em situações em que o país decide adotar uma posição mais firme. O ato, porém, não configura uma ruptura diplomática entre os países.
A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, morta nesta segunda-feira (23) na Nicarágua (Foto: Reprodução/ Facebook )A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, morta nesta segunda-feira (23) na Nicarágua (Foto: Reprodução/ Facebook )
A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, morta nesta segunda-feira (23) na Nicarágua (Foto: Reprodução/ Facebook )

O que diz a embaixada

A embaixada da Nicarágua no Brasil divulgou uma nota da Polícia Nacional do país sobre a morte da estudante brasileira (veja a íntegra mais abaixo).
O documento diz que um guarda de vigilância privada, "em circunstâncias ainda não determinadas", realizou disparos com uma arma de fogo.
Um dos tiros, segundo a nota, atingiu Raynéia Gabrielle. O documento diz, ainda, que o vigilante "está sendo investigado para o esclarecimento do fato".

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela embaixada da Nicarágua no Brasil:
NOTA DE IMPRENSA Nº 91-2018
A Policia Nacional informa ao Povo da Nicarágua que na noite do dia 23 de julho de 2018, aproximadamente às 23:30 horas, a cidadã RAYNEIA GABRIELLE DA COSTA LIMA ROCHA de 29 anos, brasileira, médica interna do Hospital Carlos Roberto Huembes da Policia Nacional, se deslocava sozinha a bordo do veículo placa M170620, pelo setor de Lomas de Monserrat, na cidade de Managua.
Um Guarda de Vigilância Privada, em circunstâncias ainda não determinadas, realizou disparos com arma de fogo, um dos quais atingiu ocasionando-lhe ferimentos. Ela foi transferida para o Hospital Militar Alejandro Dávila Bolaños, onde faleceu.
O Guarda da Vigilância Privada está sendo investigado para o esclarecimento do fato.
Nossa instituição Policial, lamenta o falecimento da médica interna, RAYNEIA GABRIELLE DA COSTA LIMA ROCHA e reitera seu compromisso em continuar trabalhando para fortalecer a paz, a segurança das pessoas, familias e comunidades nicaragüenses.
Managua, terça 24 julho 2018.
Divisão de Relações Públicas
Policia Nacional
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/07/24/embaixadora-da-nicaragua-e-convocada-pelo-itamaraty-para-dar-explicacoes-sobre-morte-de-brasileira.ghtml
* Colaborou Guilherme Mazui, do G1, em Brasília
G1.com

A missionária sueca perseguida no Brasil, internada em hospício e 'esquecida' pela História

Imagem do livro 'Halleluja, Brasilien!'/Cortesia Kajsa NorellDireito de imagem'HALLELUJA, BRASILIEN!'/CORTESIA KAJSA NORELL
Image captionCem anos atrás, Frida desembarcou em Belém do Pará, onde ajudou a construir a Assembleia de Deus, hoje a maior religião pentecostal do país
Frida Maria Strandberg Vingren morreu aos 49 anos, no dia 30 de setembro de 1940, na Suécia, nos braços da filha. Abatida, ela pesava 23 quilos.
No decorrer dos cinco anos anteriores, entre idas e vindas em um hospital psiquiátrico de Estocolmo, a missionária sueca perdera quase 40 quilos. Ela fora internada pela primeira vez no dia 12 de janeiro de 1935, levada da estação central da cidade, quando tentava tomar um trem que a levaria para Portugal - de onde, acredita-se, pegaria um navio de volta para o Brasil.
Casada com o sueco que fundou, em Belém do Pará, a Assembleia de Deus, Frida se tornou uma das mais importantes lideranças da igreja no decorrer dos 15 anos em que esteve no Brasil. Ajudou a construir o ministério no Rio de Janeiro, comandava um jornal e pregava em praça pública.
Suas atribuições – muitas até então reservadas apenas aos homens –, entretanto, desagradaram pastores brasileiros e suecos, fizeram com que ela fosse perseguida e pressionada a voltar a seu país de origem, onde teve um fim trágico.
história da missionária passou décadas esquecida e, nos últimos anos, vem sendo resgatada tanto na Suécia quanto no Brasil. Foi tema de livro, de tese de doutorado e voltou a alimentar o debate – atual e ainda polêmico – sobre o papel da mulher na Assembleia de Deus, a maior religião pentecostal do país, com 12 milhões de fiéis.

Belém do Pará, onde tudo começou

Frida embarcou para Belém em 1917, aos 26 anos, enviada pela Igreja Filadélfia, uma denominação pentecostal baseada em Estocolmo.
Veio para juntar-se a Gunnar Vingren, que, sete anos antes, havia fundado a Assembleia de Deus no Brasil. Eles haviam se conhecido naquele mesmo ano, quando o missionário estava na Suécia para arrecadar fundos e visitar a família.
"Ele conta a ela sobre a missão e ela se apaixona pela ideia do Brasil", diz Valéria Vilhena, pesquisadora da Universidade Metodista, que baseou o doutorado na vida da missionária e que lança neste ano um livro sobre sua história.
Frida, Gunnar e dois filhosDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionGunnar chegou ao Brasil sete anos antes de Frida, em 1910; o casal teve seis filhos
Três meses depois de desembarcar no Norte do país, ela se casa com Gunnar, em uma cerimônia realizada pelo pastor sueco Samuel Nyström, que, ironicamente, se tornaria um de seus maiores antagonistas.
No início, Frida restringe seu trabalho aos serviços sociais da igreja, tradicionalmente entregues às mulheres. Cuidar dos filhos, zelar pelos órfãos, visitar os idosos e os doentes.
A jovem ia com frequência aos centros afastados que isolavam pacientes com hanseníase do restante da população – os chamados leprosários, que surgiram no Brasil naquela época –, diz Kajsa Norell, jornalista sueca autora de Halleljua Brasilien!, lançado em 2011, que conta a história do surgimento da Assembleia de Deus no Brasil.
O marido, missionário "por vocação", na definição de Vilhena, estava constantemente viajando, buscando expandir o trabalho da igreja. A saúde frágil fazia com que ele quase sempre voltasse para casa doente. As particularidades da região que escolheu para pregar não ajudavam: pegou malária diversas vezes.
"Ele ficava muito tempo de cama", diz o sociólogo Gedeon Freire de Alencar, autor de Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus, 1911-2011 e um dos primeiros a redescobrir a história de Frida, no início dos anos 2000.
Com o tempo, a missionária assume cada vez mais as atribuições de Gunnar em Belém. Talentosa, ela começa a traduzir os hinos da igreja sueca para o português. Canta, toca e começa a pregar.
"Ela transforma os boletins entediantes dos missionários (publicados nos jornais da igreja sueca) em histórias incríveis. Um dos textos conta sobre a prisão que ela visitava toda semana em Belém, que mantinha 200 garotos entre cinco e 20 anos de idade, alguns que estavam ali simplesmente por não terem pai", conta Norell, que passou meses entre os arquivos da Igreja Filadélfia, mantidos em um castelo nas redondezas de Estocolmo.
Frida com presosDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionFrida na escola dominical em que lecionava, em uma prisão no Rio de Janeiro
Frida passa então a bater de frente com o pastor Samuel Nyström – à frente do jornal da Assembleia de Deus, batizado de Boa Semente –, que era radicalmente contra que as mulheres pudessem pregar.
Em sua correspondência com a liderança da igreja na Suécia, Nyström passa a reclamar da missionária em toda oportunidade que lhe aparece. "Nas cartas que escrevia a Lewi Pethrus (uma das maiores figuras do pentecostalismo sueco) o tom é de fofoca mesmo: 'Hoje ela fez isso e isso, ontem foi isso e isso'", afirma Norell.
Em 1924, com quatro filhos, o casal Frida e Gunnar decide então se mudar para o Rio de Janeiro para fundar um novo ministério. "Eles decidem sair de Belém porque a tensão já era insustentável", ressalta Vilhena.

O ministério feminino no Rio de Janeiro

Na capital carioca, Frida expande seu trabalho. Torna-se a primeira mulher da religião a dirigir uma escola bíblica dominical, fundada em uma prisão, e inicia o jornal Som Alegre, através do qual passa a defender o ministério feminino.
FridaDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionNo Rio, Frida dá início ao jornal Som Alegre, em contraposição ao Boa Semente, editado pelo pastor Samuel Nyström em Belém
Seus textos citam com frequência trechos da Bíblia que, em sua visão, deixavam claro que as mulheres poderiam pregar, ensinar ou doutrinar.
O comportamento desagrada também pastores brasileiros, incluindo Paulo Leivas Macalão, gaúcho, de família abastada e com tradição militar, que estava à frente da Assembleia de Deus Madureira, hoje uma das maiores do país.
"Parte dos pastores da igreja no Rio de Janeiro já não queria se submeter a sueco pobre e semiletrado. A mulher, muito pior", acrescenta Alencar.
Ele lembra que, no início do século 20, a Suécia era um país pobre, onde a igreja luterana era a religião oficial. Perseguidos, os pentecostais migraram especialmente para os Estados Unidos. Os que vieram para o Brasil escolheram Belém porque, na época, graças à riqueza gerada pela borracha, era uma das cidades mais ricas do país.

A convenção de 1930 e o 'enquadramento'

As tensões culminam na convocação da primeira grande convenção da Assembleia de Deus, realizada no dia 12 de julho de 1930, em Natal (RN).
"O motivo da convocação foi Frida", destaca Isael Araújo, pastor da Assembleia de Deus em Niterói e autor da biografia Frida Vingren, lançada em 2014.
No encontro, os pastores definiram as atividades que poderiam ser desempenhadas pelas mulheres na igreja. Elas não chegaram a ser expressamente proibidas, por exemplo, de pregar - mas a atribuição não estava na lista do que as religiosas "tão somente" poderiam fazer.
"Foi um enquadramento", acrescenta Araújo, que foi chefe do Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (CEMP) da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Em todo o processo, Gunnar ficou ao lado da esposa e defendeu o ministério feminino, mas foi voto vencido.
Nos meses que se seguiram, a situação ficou pior. Frida usou seu espaço no jornal da Assembleia para desafiar as decisões tomadas na convenção e para pedir que as mulheres não recuassem. "Um dos textos dessa época tinha como título 'Deus nos convoca para a guerra'. Era uma demonstração direta de insubordinação", diz Alencar.
Frida Strandberg VingrenDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionPressionada, Frida deixa o Brasil em 1932
O clima de conflito fica claro nas cartas trocadas entre os missionários e em outros documentos da época: "Eles (os missionários brasileiros) precisam de homens. De preferência, com as mesmas qualidades de liderança como a de Frida e Adina (Nelson, esposa de Otto Nelson), mas do sexo masculino", escreve o pastor A.P. Franklin no jornal da igreja na Suécia, chamado The Harald.
A situação escalou depois de um suposto caso de adultério de Frida com um brasileiro. Apesar de não haver uma confirmação documental do romance que a missionária teve com o rapaz, bem mais novo que ela, os indícios levam a crer que isso de fato aconteceu.
"Eu realmente acredito que seja verdade", diz Norell, que entrevistou um dos filhos de Frida e algumas de suas netas enquanto escrevia o livro e que identificou o assunto em cartas enviadas à Suécia "por pessoas que não eram hostis a ela".

O pastor que era 'uma mistura de Edir Macedo com Silas Malafaia'

A situação fica insuportável no Brasil e, em de 1932, o casal, que na época tinha seis filhos, decide retornar à Suécia. Antes de partir, contudo, eles perdem a filha mais nova – e Gunnar morre pouco tempo depois de chegar à Europa.
Frida quer retomar a vida de missionária, mas a liderança da igreja no Brasil não aprova seu retorno. Na Suécia, suas aspirações também são tolhidas por Lewi Pethrus, um dos maiores líderes da igreja pentecostal no país.
Frida e Gunnar (esq.) foram casados pelo pastor Samuel Nyström (dir.), que viveu no Brasil com a esposa, Lina (também na foto)Direito de imagem'HALLELUJA, BRASILIEN!'/CORTESIA KAJSA NORELL
Image captionFrida e Gunnar (esq.) foram casados pelo pastor Samuel Nyström (dir.), que viveu no Brasil com a esposa, Lina (também na foto)
Inimigo poderoso, ele era "mistura de Edir Macedo com Silas Malafaia", define o pastor Araujo. A comparação com o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, denominação neopentecostal, e com o pastor do ministério Vitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus, dá conta do espírito "empreendedor" de Pethrus e de sua postura muitas vezes polêmica.
Em 1964, Pethrus fundaria o partido democrata-cristão sueco – o Kristdemokraterna (KD) –, de centro-direita.
Diante dos reiterados pedidos de Frida, o líder afirma que seu trabalho no Brasil havia prejudicado a missão e dá-lhe um não definitivo.
Ela levanta então recursos por conta própria e decide ir para Portugal.

O hospício e o esquecimento

Detida na estação de trem de Estocolmo, ela já sai com uma camisa de força em direção ao hospital psiquiátrico.
A igreja lhe tira a guarda dos filhos e doa todos os seus pertences.
Para Kajsa Norell, é difícil dizer se, naquele momento, Frida realmente tinha algum tipo de doença psiquiátrica. "Ela estava esgotada, física e mentalmente, já tinha tido malária no Brasil e, provavelmente, sofria de alguma doença na tireoide".
Em nenhum dos prontuários médicos, contudo, há o diagnóstico de que ela sofria de algum distúrbio mental.
Durante sua pesquisa, a autora percebeu "alguma coisa estranha" nos olhos de Frida. Quanto mais recente a fotografia, mais saltados eles pareciam. A partir dos registros médicos da missionária, especialistas concluíram que ela tinha possivelmente hipertireoidismo – doença que provavelmente a matou.
Frida Strandberg VingrenDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionFrida morreu aos 49 anos
Para o pastor Araújo, o conflito direto com as maiores lideranças da igreja está entre as razões para o 'esquecimento' de Frida. Ele nega que a biografia, publicada pela editora da Assembleia de Deus, seja uma ação de reparação à missionária.
"Gunnar Vingren, o pioneiro da igreja, já tinha uma biografia. A esposa, ainda não. Não quis fazer uma biografia crítica, porque não sou sociólogo", justifica.
Ele diz ter se deparado com a história quando trabalhava no Dicionário do Movimento Pentecostal, em 2007, e viajou à Suécia em 2008. Os diários de Gunnar e parte do acervo que estava com a família, incluindo fotos, hoje se encontram no Brasil.
Na Suécia, a Igreja Filadélfia foi confrontada com a trajetória de Frida quando o livro de Kajsa Norell foi lançado.
"Aquilo era uma novidade completa para nós", diz Gunnar Swahn, que foi secretário de missões da Igreja Filadélfia até recentemente, quando se aposentou. "Foi horrível o que fizeram com ela. Muita gente ficou chocada com a forma como ela foi tratada pelas antigas lideranças".
O livro, ele acrescenta, se soma a outras obras publicadas nos últimos anos na Suécia que revelam traços e atitudes polêmicas de Lewi Pethrus, em relação ao qual a igreja tem hoje uma postura crítica. "Digamos que ele não é idolatrado pelos fiéis, apesar de ainda ser uma figura importante".
Questionado sobre as mulheres, se elas hoje podem ser pastoras, ele se apressa: "Ah, sim! Nós gostamos de pensar que somos uma igreja progressista."
Igreja Filadélfia, em EstocolmoDireito de imagemSIMEON HAGSTRÖM/CORTESIA
Image captionA Igreja Filadélfia, que mandou Frida para o Brasil, tem hoje visão bastante crítica em relação a Lewi Pethrus, um dos maiores líderes da denominação e poderoso inimigo da missionária
A BBC News Brasil não teve retorno da Assembleia de Deus Belém sobre o pedido de entrevista e não conseguiu contato com a Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro.

A Assembleia de Deus e as mulheres

As mulheres têm ganhado cada vez mais espaço dentro das Assembleias de Deus no Brasil, diz Alencar. Essa tendência, contudo, é bastante assimétrica nas diferentes regiões do país, justamente pelas características da religião.
Ao contrário da Igreja Católica, bastante hierarquizada, sua estrutura é congregacional. "É como se fosse uma democracia direta", compara o sociólogo. Cada congregação define suas liturgias, "tem lugar que aceita mulher, tem lugar que não aceita".
Em 2005, ele exemplifica, o pastor Manoel Ferreira – filiado ao PSC e presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira (Conamad) –, ao consagrar Jairo Manhães como pastor, acabou consagrando, sem aviso prévio, sua esposa, Cassiane - "cantora gospel de sucesso e milionária".
Depois disso, afirma Alencar, todas as esposas de pastores do ministério de Madureira também foram ordenadas como pastoras. "Já a minha igreja, a Betesda, consagra pastoras desde 1994", ele acrescenta.

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