quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Pontes, Sim! Muros, Não!


Resultado de imagem para pontes sim, orgulho não
Não construa muros, principalmente quando é você quem precisa chegar até à outra margem.
O orgulho, às vezes é esse "muro", que afasta pessoas, quando deveriam se unir!
Aparecida Ramos
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(OH, CÉUS!!!!!!) POR QUE "TEM" DE SER ASSIM???

Mulher com tumor 'gigante' não resiste e morre em SP: 'Descansou'


Dona de casa aguardava o resultado de exames para iniciar o tratamento, em Santos, no litoral paulista. Vídeo gravado por ela pedindo ajuda repercutiu na internet.


Por Ivair Vieira Jr, G1 Santos
 
Roseli Christianini Martins estava internada em Santos, SP (Foto: G1)Roseli Christianini Martins estava internada em Santos, SP (Foto: G1)Roseli Christianini Martins era confundida com mulher grávida (Foto: Reprodução/G1)
Roseli Christianini Martins estava internada em Santos, SP (Foto: G1)
A dona de casa Roseli Christianini Martins, de 34 anos, que lutava há quatro meses para conseguir tratamento para uma série de tumores, um deles, situado no ovário, medindo cerca de 20 cm, não resistiu e morreu, na manhã desta quarta-feira (30), em Santos, no litoral de São Paulo.
Roseli estava internada no Hospital Estadual Guilherme Álvaro, e aguardava o resultado de uma bateria de exames para iniciar os procedimentos. No total, eram sete tumores que, somados a líquidos, fizeram com que sua barriga crescesse tanto que algumas pessoas a confundiam com uma mulher grávida. Um vídeo com um apelo da paciente foi compartilhado centenas de vezes nas redes sociais e viralizou na internet.
O marido de Roseli, Douglas Francisco Alves, de 48 anos, que acompanhou todo o drama da esposa durante esse período, viu a morte dela com resignação. “O quadro dela estava muito crítico, muito difícil. Não teve jeito. Sinceramente, como ela estava sofrendo muito, acho que é um descanso para ela”, disse.
Paciente pediu ajuda para conseguir tratamento para tumores

História de luta

O caso de Roseli foi noticiado pelo G1 no último dia 19, após um pedido de ajuda que ela gravou em vídeo, e que foi publicado na internet. Internada em um hospital municipal em Praia Grande, ela aguardava vaga no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos.
Segundo Douglas, a esposa foi transferida somente após a imprensa contatar o serviço de saúde. "Isso nos ajudou. Ela acabou sendo transferida no dia 18, à noite, depois de tanto tempo que a gente ficou esperando. Foi um alívio", disse, na ocasião.
A luta de Roseli, que era mãe de três filhos, começou em abril deste ano, quando ela percebeu que sua barriga estava crescendo. “Eu cheguei a ir quatro vezes ao hospital, mas sempre era liberada. No começo, falavam que eram gases, mas as dores eram muito fortes, eu não estava aguentando mais".
Roseli Christianini Martins era confundida com mulher grávida (Foto: Reprodução/G1)Roseli Christianini Martins era confundida com mulher grávida (Foto: Reprodução/G1)
Roseli Christianini Martins era confundida com mulher grávida (Foto: Reprodução/G1)
Segundo ela, apenas no fim de julho os médicos começaram a constatar e identificar os tumores: três localizados no ovário esquerdo, um deles medindo 20 cm, e quatro no intestino, além de uma metástase no fígado.
Diante da gravidade do quadro, Roseli gravou um vídeo pedindo ajuda. “Eu estou muito mal, não consigo me alimentar direito. Eu engordei 16 quilos só com a barriga. Estou à base de morfina, desde quando fui internada, não aguento mais essa dor, não sei mais o que fazer”, apelou.
Para o G1, a Secretaria de Saúde do Estado informou que foi notificada sobre o caso de Roseli apenas no dia 17 pela unidade municipal. Ela estava internada em um leito da oncologia.
Roseli estava internada no Hospital Guilherme Álvaro (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Roseli estava internada no Hospital Guilherme Álvaro (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)

Tempestade Harvey: 'Não pudemos fugir porque somos pobres e agora não nos resta nada'



Judie McRae enfrentou o furacão Harvey agarrada à cama de seu trailer
© BBC Judie McRae enfrentou o furacão Harvey agarrada à cama de seu trailer
Entre os escombros deixados pelo furacão Harvey, o mais forte a atingir os Estados Unidos em mais de uma década, em Rockport, uma cidade costeira do Texas, chama a atenção uma bandeira americana ensopada, meio enterrada no verde das folhas das árvores que foram arrancadas pela raiz.
A poucos passos de distância, Judie McRae, de 44 anos, inspeciona o dano provocado pelo fenômeno - já rebaixado à tempestade tropical - à no trailer em que morava.
Passou nele mais de metade da vida. Mas essa foi a primeira vez em que teve que enfrentar um furacão em seu interior.
Rockport, Texas, Estados Unidos.: Casa destruída pelo furacão Harvey em Rockport© MARK RALSTON / Getty Images Casa destruída pelo furacão Harvey em Rockport
Ela se encolheu na cama, sem conseguir dormir, e passou por momentos que espera nunca mais ter de repetir.
"Achei que o teto fosse sair voando a qualquer momento", conta, e descreve o "rugido terrível" que ouvia enquanto a tempestade passava por cima de sua cabeça.
"Apenas duas janelas foram quebradas; tive muita sorte."
De fato, uma olhada ao redor evidencia o quão afortunada ela é.
Rockport: Destruição próximo à costa na cidade de Rockport© Joe Raedle / Getty Images Destruição próximo à costa na cidade de Rockport
Os trailers de três de seus vizinhos ficaram em ruínas.
A lâmina de metal que as recobre se dobrou e a espuma isolante do interior das paredes agora está pendurada nas árvores.
De um dos trailers, de cor azul, apenas resta o esqueleto, quebrado e exposto.
Enquanto examinamos a destruição, um jovem se aproxima, visivelmente agitado. Ele nos pergunta se olhamos no interior do trailer, se o dono está ali. Não tínhamos feito isto.
"Dan, está aí?", grita. 
Subimos nos escombros para ajudar a buscar Dan e revisamos com cuidado o que resta de seus pertences. Mas não há ninguém ali. 
Carro sob árvore: Força do vento derrubou árvores no município© BBC Força do vento derrubou árvores no município

'Foi feroz'

McRae, enquanto isto, está preocupada com outros vizinhos.
Ambos deixaram a cidade antes do furacão e ainda não regressaram para ver o quão destroçados ficaram seus lares.
Mulher com criança: Dezenas ficaram sem casa em Rockport, no Texas© Reuters Dezenas ficaram sem casa em Rockport, no Texas
Mas está especialmente inquieta pela idosa que vive a dois trailers à frente.
"Ela não tem dinheiro e essa era sua casa. Já era difícil (antes do furacão), então...", diz Judie, afastando-se e deixando a frase sem terminar, como se não encontrasse as palavras certas, como se não tivesse esperança a oferecer. 
Enquanto isto, na costa de Rockport, Robert Zbranek, de 56 anos, amarra seu bote ao cais, depois de ele ter se soltado durante a tempestade.
Em frente, um pequeno iate permanece submerso. Essa embarcação, explica Zbranek, era sua casa.
Estava dentro dela quando o temporal o arrancou do cais, rompendo o casco.
Barcos: Muitas embarcações de Rockport ficaram destruídas© BBC Muitas embarcações de Rockport ficaram destruídas
Antes disso, e em meio à tormenta mais forte a atingir o Texas desde 1961, com ventos de até 215 quilômetros por hora, teve que sair do iate e correr para seu carro.
Mas tampouco se sentiu seguro no interior do veículo, já que o forte vendaval o levantava do solo.
Como foi?
"Muito difícil", diz com uma risada. 
Diante de sua reação, digo-lhe que alguém pode questionar sua sanidade.
"Eu sei, estou louco", responde.
"Mas esperava-se que ia ser de categoria dois, talvez três", justifica.
"Mas não foi assim. Foi feroz", reconhece. O furacão Harvey chegou à categoria 4, que nem o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.
"Mas ainda tenho casa, ainda que destruída", acrescenta.
Vítimas do furacão: Durante anos, Rockport foi uma localidade próspera graças ao comércio de carne e de pesca© Reuters Durante anos, Rockport foi uma localidade próspera graças ao comércio de carne e de pesca
Enquanto conversamos, seu amigo Craig Hack, de 56 anos, aparece.
Ele também teve que fazer frente à tempestade a bordo de um iate.
"Estive a ponto de perder o mastro", recorda. "E o cérebro".
Ambos explicam que decidiram não ser evacuados porque queriam ficar com seus barcos, que são suas casas, e com seus veículos.
E concordam que muitos como eles perderam tudo o que tinham por não ter um seguro. 

'A vida é dura aqui'

Neste povoado costeiro, a história dos que lutam para avançar e terminam sendo abandonados pela sorte soa familiar.
Rockport foi fundada em torno de um abatedouro de gado e um porto, onde se empacotava e despachava carne depois da Guerra de Secessão (1861-1865).
Deve seu nome à geologia local, já que está localizado sobre um leito de rocha sólida.
Durante anos foi uma localidade próspera, como também a vizinha Fulton, graças, primeiro, ao comércio de carne, e, depois, à pesca de camarão.
O século 20 trouxe também outra atividade: a do turismo.
Harvey em Rockport, Texas, Estados Unidos: Moradores de zonas pobres contam que a vida tem sido dura no município© MARK RALSTON / Getty Images Moradores de zonas pobres contam que a vida tem sido dura no município
Os visitantes seguem chegando e gastam tempo e dinheiro navegando e observando as aves, desde grous a beija-flores.
Mas estes dólares não parecem ter feito muito pelos moradores do porto e dos arborizados subúrbios.
Rockport é uma localidade majoritariamente branca. São 88,7% dos que vivem ali, segundo o último censo, de 2010.
E a maioria votou pelo candidato republicano, agora presidente, Donald Trump, nas eleições de 2016.
"A vida é dura aqui", diz Judie McRae. "E nunca tinha sido tanto como agora".
Enquanto diz isso, chega uma boa notícia. Dan, o homem desaparecido, deixou o local com familiares ou amigos antes que o furacão chegasse ao continente, vindo do Golfo do México.
"Deus esteve conosco", exclama Judie, agradecida de ter sobrevivido, enquanto observa a destruição do entorno.
Homem chora com cachorro: Alguns moradores não conseguiram deixar suas casas por não ter aonde ir© Joe Raedle / Getty Images Alguns moradores não conseguiram deixar suas casas por não ter aonde ir
Apesar dos alertas do governo e dos chamados para evacuar a área, ela ficou no local. E fez isso porque não tinha meios para fugir nem lugar para ir, afirma.
"Não pudemos fugir daqui porque aqui somos todos da classe operária, somos pobres, e agora não nos resta nada", prossegue. 
"Somos aqueles que vão aos restaurantes, esperam você sair e recolhemos o seu lixo. Fazemos todo tipo de trabalho e não temos muito dinheiro", explica.
"Lutamos por um sonho americano".
BBC