quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Se o laço não for bem dado







Onde "ela" mora?



Ouvi  dizer que mora no monte,
que desce a ladeira, toda prosa,
caminha pelo vale
na companhia de um beija flor

para se refestelar no jardim
sobre uma rosa.


Alguém falou que a viu passeando
acompanhada de outros passarinhos,
sobre as margens do rio, saltitando
a procura de novos e atraentes caminhos.

Depois de muito procurar saber
aonde ela vai e onde fica seu endereço
descobri que a poesia mora na árvore,
que é preciso um olhar apurado
para enxergar seu "paradeiro".
Não é qualquer um que consegue vê-la
Ela é sutil, ágil, fugaz e transparente;
Se o laço não for bem dado
ela aparece
te provoca
rodopia e... 
some de repente.
******************
isisdumont.prosaeverso.net

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Ísis Dumont

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Como empresas de internet armazenam o que elas sabem sobre você?


Rob Crossley
ThinkstockImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionA medida que aumenta o volume de dados pessoal armazenado cresce também o número de fraudes e roubo de identidade
Quando o ativista austríaco pró-privacidade Max Schrems solicitou seus próprios dados pessoais armazenados pelos servidores do Facebook, recebeu um CD-ROM com um documento de 1.222 páginas.
Esse arquivo, cujas páginas impressas teriam quase 400 metros de comprimento se fossem colocadas lado a lado, é uma amostra do apetite da rede social por detalhes particulares dos seus 1,65 bilhão de usuários.
A informação repassada ao ativista incluía números de telefone e endereços de e-mail de amigos e familiares; o histórico de todos os dispositivos que ele usou para acessar o Facebook; todos os eventos a que ele tinha sido convidado; todo mundo que ele tinha adicionado como amigo (e posteriormente desfeito a amizade); e um arquivo com suas mensagens privadas.
Havia ainda transcrições de mensagens que ele tinha apagado.
Schrems, que diz ter usado o Facebook ocasionalmente durante um período de três anos, acredita que parte considerável de suas informações pessoais ficaram retidas.
Getty ImagesImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionO austríaco Max Schrems move das ações contra o Facebook questionando a política de privacidade da empresa em relação aos dados dos usuários
O ativista recebeu registros de dados divididos em cerca de 50 categorias, mas acredita que existam mais de 100 diferentes.
"Eles retiveram meus dados de reconhecimento facial, que é uma tecnologia que pode me identificar pelas minhas fotos. Eles não divulgam as informações de monitoramento, que é uma tecnologia ainda mais assustadora porque permite identificar se você já leu, por exemplo, uma página sobre carro esportivo e quanto tempo você demorou para ler".
Em sua página de política de dados, a rede social afirma que armazena dados "pelo tempo necessário para fornecer produtos e serviços" aos usuários e os usa para melhorar seus fornecimento de conteúdo, seus anúncios publicitários e suas medidas de segurança.
O Facebook também é capaz de monitorar o uso da internet de pessoas que não fazem parte da rede social por meio dos cookies (arquivos de internet que armazenam temporariamente o que o internauta está visitando na rede) instalados nas máquinas, algo que levou a uma recente disputa judicial na Bélgica.
Inicialmente, a Justiça belga havia determinado que a coleta de dados de usuários que não eram membros do Facebook era uma violação das leis do país, mas o Facebook entrou com recurso - e ganhou, em junho passado - ao argumentar que havia usado os cookies para garantir a segurança do serviço, agregando que descartava os dados após dez dias.
Além disso, a Justiça belga acatou o argumento de que as autoridades regulatórias do país não tinham jurisdição sobre o Facebook, cuja sede europeia fica na Irlanda.
BBC
Image captionO Facebook consegue acompanhar o uso da internet até mesmo de pessoas que não são membros da rede social
A briga judicial e a experiência de Schrems ilustram os desafios que enfrentamos em uma era digital na qual dados de usuários de aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais, programas de busca sob medida, usuários e-mail e de aplicativos bancários têm seus dados pessoais coletados e armazenados num espaço virtual, a chamada "nuvem".
Mas onde estão exatamente todos esses dados, como são usados, e quão seguros estão?

O grande quarteto

Mais da metade dos armazenamentos em nuvem rentável do mundo é controlado por quatro grandes corporações. A Amazon é de longe a maior delas, com cerca de um terço da quota de mercado internacional e mais de 35 centros de dados em todo o mundo.
Em seguida, Microsoft, IBM e Google aparecem na lista das empresas que mais armazenam dados. Cada uma delas adota um padrão global semelhante de servidores e armazenamento.
D Svantesson /Arquivo PessoalImage copyrightD SVANTESSON /ARQUIVO PESSOAL
Image captionO professor Dan Svantesson afirma que armazenar dados em lugares diferentes pode gerar problemas uma vez que estão submetidos a legislações distintas
Vários desses grandes provedores de nuvem normalmente duplicam os dados dos usuários em suas redes. Isso significa que informações enviadas para a nuvem no Reino Unido ou nos EUA, por exemplo, podem ser transferidas em algum momento para servidores nas principais cidades ao redor do mundo, como de Sydney para Xangai.
O problema de se fazer isso, diz o professor Dan Svantesson, especialista em Direito da Internet na Universidade de Bond, na Austrália, é que "há sempre um risco de que o país destino dos dados não tenha o mesmo nível de proteção que a sua própria nação".
"Se os seus dados vão parar em outro país, nem sempre está claro quem terá direito de acesso a eles, sejam provedores de rede ou quem aplica a lei", diz ele.
Benjamin Caudill, consultor de segurança cibernética em Seattle, nos EUA, também se preocupa com a forma com que dados são distribuídos.
BBC
Image captionBenjamin Caudill, consultor de segurança cibernética, acredita que a maioria dos provedores de espaço na nuvem nem sempre sabe exatamente onde todos os dados estão armazenados
"Ninguém realmente sabe bem como a salsicha é feita", diz Caudill, cujo trabalho prevê avaliar mecanismos de defesa das empresas de testes.
"É muito difícil compreender onde os dados estão armazenados. Muitas vezes, as próprias empresas não têm certeza de onde todos eles estão", observa o consultor.
Ele diz que um cliente seu, que usava o serviço na nuvem Azure, da Microsoft, foi vítima de um hacker - todos os dados e back-ups foram eliminados.
GETTY IMAGESImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionO colorido centro de dados do Google em Taiwan não se limita a servidores de computador - é necessária uma grande quantidade de refrigeradores também
Depois de muita pesquisa, verificou-se que uma parte dos dados perdidos tinha sido armazenada nos servidores do Azure em outro lugar. Ao mesmo tempo que foi um alívio para o cliente de Caudill, gerou desconfiança a aparente forma aleatória com os dados haviam sido alocados em servidores da Microsoft.
"Ninguém realmente sabe quão seguro são os serviços em nuvem dos principais fornecedores", diz Caudill, que suspeita que "tanto Amazon como Azure tiveram a segurança comprometida em algum momento."

Falha de segurança?

Por sua vez, todos os grandes provedores de nuvem pública dizem priorizar a segurança dos dados.
Nas instalações do servidor do Google, na Carolina do Sul, por exemplo, guardas tomam conta das portas e são usados scanners biométricos de íris nas entradas no controle do acesso ao interior do centro de armazenamento de dados. Feixes de laser no chão identificam intrusos.
Mas ninguém é capaz de afirmar que nunca houve nenhum tipo de violação ou falha da segurança.
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Image captionCentro de dados do Google na Finlândia, onde instalações também têm reforço de segurança
Um porta-voz da Microsoft disse à BBC que a empresa não apenas protege os dados de seus clientes como tem o compromisso de capacitar os usuários para ajudá-los a tomar decisões quanto a essas informações. "Recomendamos que os clientes visitem o Trust Center da Microsoft para saber mais sobre como seus dados são geridos e mantidos em segurança".
A Amazon salienta que os clientes "têm total controle de seu próprio conteúdo". "Escolhem onde armazenar seus dados, que não são movidos a não ser que o cliente decida movê-los."
Essa capacidade de escolher em qual a região os dados serão armazenados é cada vez mais popular entre empresas, em particular as da União Europeia, onde um novo e rigoroso Regulamento Geral de Proteção de Dados deverá entrar em vigor em 2018.

À própria sorte

Mas nós, consumidores, muitas vezes não desfrutamos desse luxo.
"Os dados da sua conta do Gmail com certeza estão em mais de um servidor e em mais de um país", diz o professor Svantesson.
E por que devemos nos preocupar?
ThinkstockImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionAinda falta consenso se a duplicação de dados e o armazenamento em diferentes lugares garante maior segurança ou facilita o acesso indevido
Quanto mais espalhados pelo mundo, mais vulneráveis estão nossos dados à ação de hackers, argumenta Caudill - uma suposição que ganha força pelo aumento no número de casos de fraude de identidade.
Como as pessoas continuam armazenar suas informações on-line, em um complexo terreno de legislações distintas e de protocolos de segurança nacionais nem sempre públicos, Svantesson dá alguns conselhos práticos - que muitas pessoas ainda não seguem.
"Sugiro não colocar nada muito importante na nuvem, como informações de cartão de crédito, ou imagens pessoais que você não quer que outros vejam. Algumas coisas que você deve guardar apenas para si mesmo", aconselha.

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Na China, Temer inicia giro global para melhorar imagem e atrair recursos

Michel TemerImage copyrightAP
Image captionTemer afirma que buscará investimentos para o país em viagens internacionais
Com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff e agora que se livrou do termo "interino", o presidente Michel Temer pretende tirar do papel os planos de fazer várias viagens internacionais até o fim de seu mandato.
Ele partiu já nesta quarta-feira rumo à China e deve ir a Nova York e Buenos Aires até o início de outubro. Segundo o Palácio do Planalto, também há visitas previstas à Índia, ao Japão, ao Paraguai e à Colômbia nos próximos meses.
Em seu primeiro discurso após ser empossado como presidente, Temer afirmou que as viagens têm o objetivo de "trazer recursos" para o Brasil e "revelar ao mundo que nós temos estabilidade política e segurança jurídica"
"Quero que divulguem isso para que não digam 'foi à China passear'. Faremos quatro discursos em quatro reuniões do G20", afirmou.
Em entrevista ao jornal ValorEconômico em agosto, Temer disse também que buscaria atrair investimentos para o Brasil e acelerar a recuperação econômica do país. O governo se prepara para privatizar uma série de estradas, portos e aeroportos nos próximos meses e quer contar com investidores estrangeiros nos leilões.
"Eu fiz viagens quando era vice-presidente e via que todo mundo queria aplicar no Brasil", ele disse na entrevista. "Eu vou voltar a esses lugares e incentivar."

Melhorar imagem

Analistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que a estratégia de Temer não tem apenas fins econômicos.
Professora de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Norma Breda dos Santos diz que, com as visitas, ele adotará uma postura comum entre líderes recém-eleitos - muitos dos quais fazem várias viagens antes mesmo de tomar posse - e tentará melhorar sua imagem em círculos internacionais.
Ela lembra que vários jornais estrangeiros - entre os quais o americano The New York Times e o britânico The Guardian - publicaram editoriais ou artigos questionando a legalidade do impeachment de Dilma Rousseff.
"É compreensível que Temer tenha a preocupação de ganhar alguma simpatia e reconhecimento como presidente definitivo", afirma a professora.
O processo que destituiu Dilma vem provocando reações variadas mundo afora. Grande parte dos países - entre os quais nações europeias, os EUA e vizinhos como Colômbia e Peru - adotaram um tom neutro e evitaram comentar o tema.
Entre os críticos do processo, estão líderes de esquerda - como o venezuelano Nicolás Maduro e o equatoriano Rafael Correa -, os secretários-gerais da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unasul, sindicatos e grupos de parlamentares de alguns países.
Já o governo da Argentina, investidores e empresários estrangeiros com negócios no Brasil têm se mostrado favoráveis à mudança no governo.

Palcos internacionais

Xi JinpingImage copyrightAP
Image captionPresidida por Xi Jinping, a China é o principal parceiro comercial do Brasil
Por enquanto, a maioria das viagens planejadas pela equipe de Temer nos próximos meses será para cúpulas internacionais, eventos em que líderes dos países-membros são convidados automaticamente.
Na China, ele participará de um encontro do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias globais.
Em Nova York, em 20 de setembro, falará na abertura da reunião de chefes de Estado da Assembleia Geral da ONU (desde 1947, cabe ao Brasil o discurso inaugural do evento) e se encontrará com investidores.
Em 15 e 16 de outubro, comparecerá a uma reunião dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na Índia e, no fim do mês, participará da Cúpula Ibero-Americana, na Colômbia. Este deverá ser o primeiro teste regional de Temer, quando poderá ser confrontado por líderes vizinhos críticos ao impeachment.
Filho de libaneses, Temer também disse querer visitar países árabes em seu giro internacional.

Fortalecer posição interna

Para Marcos Guedes, professor de relações internacionais e ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Temer também buscará reforçar sua posição interna por meio das viagens.
"Ele tentará usar a presença dele junto a líderes internacionais para ganhar crédito junto à população brasileira", diz.
Mas o professor afirma ter dúvidas sobre a efetividade da estratégia, argumentando que muitos brasileiros ficaram "traumatizados com o processo de impeachment e que, historicamente, Temer sempre teve baixa aceitação popular".

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Pela 1ª vez na história, Brasil tem três presidentes em um só dia


Montagem (agências)Image copyrightEPA/AFP/REUTERS
Image captionConjunção de fatores propiciou ineditismo histórico
Uma conjunção de fatores propiciou um inedistimo histórico nesta quarta-feira: pela primeira vez, o Brasil teve três presidentes em um único dia.
O inusitado ocorreu por uma sucessão de desdobramentos que tiveram início por volta das 11h com a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o afastamento definitivo da petista foi aprovado pela maioria dos senadores. Dilma já estava afastada do cargo desde o dia 12 de maio, quando o Senado aprovou a abertura do processo.
Em seguida, foi feita a comunicação oficial ao presidente interino Temer. Às 17h, ele foi empossado como presidente no plenário do Senado.
Mas Temer já estava com a viagem marcada para esta quarta-feira para a China, onde participará da reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.
Por causa disso, com a saída do peemedebista do país, o cargo passou a ser ocupado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Maia, que está à frente da casa desde julho em um mandato-tampão após a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve comandar o país até o retorno de Temer, na próxima terça-feira.
"Nunca houve algo do tipo (um dia com três presidentes) na história. É a típica jabuticaba brasileira", afirmou por telefone à BBC Brasil o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho.

Impeachment

Ao fim de um processo que durou cerca de nove meses, Dilma Rousseff teve o mandato cassado no Senado por 61 votos contra 20. Ela, no entanto, manteve o direito a exercer função pública, conforme votação ocorrida em separado após a aprovação do impeachment.
Depois do anúncio de que havia sido destituída definitivamente do cargo, Dilma fez um rápido pronunciamento à imprensa afirmando que o impeachment foi o "segundo golpe" que sofreu na vida e que o governo de Temer enfrentará uma oposição "enérgica e determinada".
Segundo a petista, a decisão de destitui-la não teve "qualquer justificativa constitucional".
"O golpe não foi apenas contra mim. Isso foi apenas o começo. Vai atingir indistintamente qualquer organização progressista e democrática. O golpe é contra o povo, é contra a nação, é misógino, é homofóbico, é racista", disse.
Ela também prometeu que "não desistirá" e que continuará sua jornada "contra o retrocesso, a agenda conservadora e pelo reestabelecimento pleno da democracia".

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